ATA DA CENTÉSIMA NONA SESSÃO
ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA,
EM 09-12-2002.
Aos nove dias do mês de
dezembro de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi
efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Beto Moesch, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João
Bosco Vaz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Paulo Brum e Reginaldo Pujol. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio
Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia
Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Isaac
Ainhorn, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz,
Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias das Atas da Centésima Segunda, Centésima Terceira e Centésima Quarta
Sessões Ordinárias, que foram aprovadas. À MESA, foi encaminhado Requerimento
de autoria do Vereador Ervino Besson, solicitando renovação de votação para o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/01 (Processo nº 3603/01).
Também, foi apregoado o Ofício nº 725/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/02 (Processo
nº 3642/02). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 704 e 705/02, do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre; 10620410 e 10620501/02, do Senhor Sady
Carnot Falcão Filho, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério
da Saúde. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre a
tramitação do Requerimento de autoria do Vereador Ervino Besson, o qual
solicita renovação de votação para Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 022/01 (Processo nº 3603/01). Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra,
em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Adilson Machado, Diretor-Presidente da Associação
Nacional dos Mutuários e Moradores - ANMM, que discorreu sobre os objetivos da
implantação do Sistema Financeiro de Habitação no Brasil, especialmente no que
se refere à disponibilidade de financiamento para a aquisição de habitações
populares. Também, salientou a atuação da referida entidade em defesa dos
direitos dos mutuários, mencionando as modificações econômicas que propiciaram
alterações no financiamento de imóveis nas últimas décadas. Na ocasião, nos
termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Sebastião Melo, Carlos
Pestana, Raul Carrion, Elói Guimarães, Carlos Alberto Garcia, João Antonio Dib
e Haroldo de Souza manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Às quatorze horas e trinta e cinco minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e seis
minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi apregoado Requerimento
de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando a votação das Redações
Finais do Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02 (Processo nº 2832/02) e do
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 025/01 (Processo nº 4304/01),
tendo o Senhor Presidente, face manifestações dos Vereadores Juarez Pinheiro e
Nereu D’Avila, prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Estilac Xavier discursou acerca da aprovação do Projeto de Lei do
Legislativo n° 177/02, que versa sobre a abertura e horário de funcionamento
dos estabelecimentos comerciais aos domingos no Município. Também,
manifestou-se sobre o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/02
(Processo nº 3003/02), que dispõe sobre incentivos para manutenção das
atividades agropecuárias no Município e introduz correções no cadastro
imobiliário do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU. O Vereador Haroldo
de Souza pronunciou-se a respeito da questão da abertura do comércio aos
domingos no Município, examinando a postura adotada por Sua Excelência na
apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02 e contrapondo-se à matéria
de autoria do jornalista José Barrionuevo, publicada na edição de ontem do
jornal Zero Hora, relativa ao assunto. Também, teceu considerações sobre a tramitação
do Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/02, propondo que o mesmo
seja examinado no próximo ano. O Vereador Fernando Záchia, reportando-se à
aprovação de Projeto de Lei de autoria de Sua Excelência, o qual originou a Lei
Municipal nº 8.985/02, que dispõe sobre o parcelamento do valor de multas de
trânsito, analisou criticamente o encaminhamento dado pelo Executivo Municipal
à essa matéria, no que tange à elaboração dos dispositivos legais que
regulamentam a mesma. Nesse sentido, destacou a atuação do Departamento Estadual
de Trânsito - DETRAN - em projeto de natureza similar. O Vereador Juarez
Pinheiro referiu-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Fernando Záchia,
relativamente à regulamentação da Lei Municipal nº 8.985/02, prestando informações
acerca dos trâmites legais que envolvem essa questão. Ainda, aludiu à aprovação
do Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02, ressaltando a importância da
aprovação, pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, de
Projeto de Lei que faculta aos Municípios legislarem sobre a questão da
abertura e funcionamento do comércio local. O Vereador João Antonio Dib,
citando mensagem eletrônica recebida por Sua Excelência, perquiriu ações
administrativas do Partido dos Trabalhadores à frente da Prefeitura Municipal
de Porto Alegre, como a não-retirada de veículos abandonados nas vias públicas
da Cidade. Ainda, avaliou discurso feito pelo Vereador Juarez Pinheiro,
relativo à apreciação de matéria pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande
do Sul, que concede autonomia aos Municípios para legislar sobre o horário de
abertura do comércio. O Vereador João Bosco Vaz, comentando notícias veiculadas
pela imprensa local, sobre a retirada, por fiscais da Secretaria Municipal da
Produção, Indústria e Comércio, dos comerciantes ambulantes que praticam o
comércio informal na orla do Lago Guaíba defendeu o disciplinamento do comércio
nessa área, através da construção de quiosques que beneficiem a orla, o
cadastramento dos comerciantes informais que operam nessa área e a conseqüente
concessão de licença para comércio nesse local. O Vereador João Carlos Nedel,
referindo-se à provável reforma no Secretariado Municipal a ser empreendida
pelo Senhor João Verle, Prefeito Municipal de Porto Alegre, citou preocupações
dos moradores do Bairro Restinga quanto ao implemento do pólo industrial
localizado nesse Bairro e denunciou situações que devem ser priorizadas pelos
serviços públicos, tais como melhoria no serviço de coleta do lixo, conservação
de vias públicas, limpeza de praças e de bocas-de-lobo. O Vereador Isaac
Ainhorn, afirmando que os preceitos ideológicos defendidos pelo Partido dos
Trabalhadores não vêm sendo praticados pelo governo do Executivo Municipal de
Porto Alegre, denunciou alteração da carga horária dos médicos concursados que
prestam serviço no Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE. Também,
noticiou decisão da Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do
Sul, que manteve o regime de trabalho de vinte horas para esses servidores. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 207/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Adeli
Sell, Sofia Cavedon e Elói Guimarães, e 221/02, discutido pelo Vereador João
Antonio Dib, Adeli Sell e João Bosco Vaz. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Sebastião Melo, apresentado conjeturas relativas ao ideário filosófico
propugnado pelo Partido de Sua Excelência e refletindo sobre as posições
diretivas assumidas a nível nacional, defendeu que o Partido do Movimento
Democrático Brasileiro – PMDB - deveria realizar oposição responsável e de ação
fiscalizadora ao Governo Federal que inicia no próximo ano. Ainda, augurou que
o Senhor Luís Inácio Lula da Silva realize um bom governo. O Vereador Dr. Goulart,
discorrendo sobre pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, junto aos
usuários do Sistema Único de Saúde – SUS, comemorou os índices de notas
recebidos pelo atendimento prestado pelo Hospital Fêmina. Nesse sentido,
parabenizando funcionários e médicos, destacou os itens relativos ao
atendimento ao público, atenção, disponibilidade e carinho dispensados aos
pacientes, os quais receberam a aprovação dos usuários desse hospital. Na
ocasião, foi apregoada a Emenda nº 07, proposta pelo Vereador Luiz Braz e
assinada pelo Vereador Fernando Záchia, Líder da Bancada do PMDB, ao Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 004/02 (Processo nº 3003/02). Em Comunicação
de Líder, o Vereador Beto Moesch manifestou-se acerca das políticas existentes
no setor de transporte público municipal, lembrando haver apenas uma via
expressa para o uso de ciclistas em traçado unindo os grandes parques da
Capital. Relativamente ao assunto, salientou as vantagens das ciclovias e
apontou a necessidade de que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre desenvolva
programa específico para a expansão desse sistema. O Vereador Cassiá Carpes
discorreu sobre os problemas de ordem logística e de pessoal existentes nos
postos de saúde da Capital e avaliou as conseqüências, para os usuários do
sistema de saúde pública de Porto Alegre, dos desentendimentos havidos entre o
Poder Executivo e as entidades representativas de profissionais da área médica.
Também, sugeriu o envolvimento da Comissão de Saúde e Meio Ambiente nessa
questão. Na
ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Apolinário Rebelo,
ex-Presidente da União Brasileira de Estudantes - UBES. O Vereador Raul Carrion
congratulou os pequenos e médios comerciantes de Porto Alegre pela aprovação do
Projeto de Lei do Legislativo nº 177/02 (Processo nº 2832/02), ocorrida durante
os trabalhos da Centésima Oitava Sessão Ordinária. Também, registrou o
transcurso, hoje, do nonagésimo oitavo aniversário de nascimento de Carlos da
Silva Santos, primeiro Governador negro do Estado do Rio Grande do Sul, já
falecido. A Vereadora Clênia Maranhão enfocou o trabalho desenvolvido pela
Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos em prol de políticas de
controle de preços. Também, referiu-se ao transcurso, amanhã, do Dia
Internacional dos Direitos Humanos, destacando a agenda de eventos a serem
realizados nas dependências do Palácio Aloísio Filho, tais como o encerramento
da Campanha “Natal sem Fome” e a abertura da mostra fotográfica “Direitos
Humanos das Crianças”. A Vereadora Sofia Cavedon pronunciou-se sobre as
matérias previstas para deliberação durante as próximas Sessões da semana em
curso, enfatizando a importância dos temas a serem discutidos. Também,
reportou-se aos entendimentos do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da
República eleito, com lideranças de diversos setores da sociedade brasileira e
reafirmou o compromisso do PT com os movimentos sociais organizados, bem como a
identidade do Partido com os ideais de cidadania. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Senhor Presidente, face
Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Sebastião Melo e Juarez Pinheiro,
prestou esclarecimentos acerca da apreciação de Requerimento de autoria do
Vereador Sebastião Melo, que solicita Renovação de Votação para o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 015/02 (Processo nº 2685/02). Foi aprovado
Requerimento verbal de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo o
Vereador Reginaldo Pujol manifestado-se sobre o assunto. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 215/02, por vinte e
oito votos SIM, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho,
Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza,
Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José
Fortunati, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei,
Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado o Projeto de Resolução nº 109/02. Foi aprovado Requerimento de
autoria do Vereador Ervino Besson, solicitando Renovação de Votação para o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/01 (Processo nº 3603/01). Na
ocasião, foram apregoadas as seguintes Emendas, relativas ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 004/02 (Processo nº 3003/02): de nº 08, de autoria
do Vereador Fernando Záchia, Líder da Bancada do PMDB; de nº 09, de autoria do
Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PPB; de nº 10, de autoria do
Vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do PFL; de nºs 11 e 12, de autoria
do Vereador Carlos Alberto Garcia, Líder da Bancada do PSB; de nº 13, de
autoria do Vereador Cassiá Carpes, Líder da Bancada do PTB; de nº 14, proposta
pelo Vereador Sebastião Melo e assinada pelo Vereador Almerindo Filho, Líder da
Bancada do PSL; de nºs 15 e 16, de autoria do Vereador Raul Carrion, Líder da
Bancada do PC do B. Também, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do
Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PPB, ao Projeto de Lei do
Executivo nº 011/02 (Processo nº 0686/02). Ainda, foram apregoadas as seguintes
Emendas, relativas ao Substitutivo nº 02, aposto ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 058/97 (Processo nº 1223/97): de nº 01, de autoria do Vereador
Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do PFL; de nº 02, proposta pelo Vereador
Juarez Pinheiro e assinada pelo Vereador Beto Moesch, Vice-Líder da Bancada do
PPB; de nº 03, de autoria do Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do PC do
B. Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Paulo Brum, solicitando que
as Emendas nºs 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 058/97
(Processo nº 1223/97), fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões
Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 212/02 (Processo nº 3333/02). Em Discussão Geral e Votação, foi
rejeitado o Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº
058/97. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Substitutivo nº 02, aposto
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 058/97, com ressalva das Emendas nºs 01 e
02 a ele apostas, considerando-se prejudicado o Projeto original, por vinte e
seis votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Elói
Guimarães, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Sebastião Melo e Raul Carrion e
encaminhado à votação pelo Vereador Isaac Ainhorn, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado os Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos
Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando
Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel,
Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Paulo Brum,
Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo
nº 058/97, o Vereador Dr. Goulart cedeu seu tempo de discussão ao Vereador
Isaac Ainhorn e o Senhor Presidente, face Questão de Ordem do Vereador
Reginaldo Pujol, prestou esclarecimentos sobre a votação da matéria. Foram
aprovadas as Emendas nº 01, 02 e 03, apostas ao Substitutivo nº 02 ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 058/97. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 209/01, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores Beto Moesch, Isaac Ainhorn e Haroldo de Souza. Na ocasião, foi
apregoada a Emenda nº 01, proposta pelo Vereador Luiz Braz e assinada pelo Vereador
Almerindo Filho, Líder da Bancada do PSL, ao Projeto de Lei do Executivo nº
023/02 (Processo nº 1237/02). Também, face Questões de Ordem dos Vereadores
Marcelo Danéris e Almerindo Filho, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
sobre os trabalhos da presente Sessão. Foi rejeitado Requerimento de autoria do
Vereador João Carlos Nedel, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da
discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 023/02 (Processo nº 1237/02), por
sete votos SIM e vinte e três votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador
João Carlos Nedel, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Beto
Moesch, Elói Guimarães, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel e
Pedro Américo Leal e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo
Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart,
Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, João Bosco
Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu
D'Avila, Paulo Brum, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 02, de autoria
do Vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do PFL, ao Projeto de Lei do
Executivo nº 023/02 (Processo nº 1237/02). Também, foram apregoadas as
seguintes Emendas, relativas ao Projeto de Lei do Executivo nº 023/02 (Processo
nº 1237/02): de nºs 03 e 04, de autoria do Vereador Marcelo Danéris, Líder da
Bancada do PT; de nº 05, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da
Bancada do PPB; de nºs 06 e 07, de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt, Líder
da Bancada do PSDB; de nº 08, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da
Bancada do PPB, tendo o Senhor Presidente, por solicitação do Vereador Isaac
Ainhorn, procedido à leitura das Emendas nº 03, 04 e 05. Ainda, foi apregoada a
Subemenda nº 01, proposta pelo Vereador Sebastião Melo e assinada pelo Vereador
Cassiá Carpes, Líder da Bancada do PTB, à Emenda nº 02, aposta ao Projeto de
Lei do Executivo nº 023/02 (Processo nº 1237/02). Na oportunidade, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Marcelo Danéris, solicitando votação em
destaque para a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 023/02
(Processo nº 1237/02), tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre
a apresentação de solicitações de votação em destaque para matérias alusivas ao
referido Projeto de Lei. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do
Vereador Raul Carrion, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em
destaque para a expressão “não sendo aceito nenhuma alteração nos trajetos já
operacionalizados no Município”, constante na Emenda nº 01, aposta ao Projeto
de Lei do Executivo nº 023/02 (Processo nº 1237/02). Foram apregoados
Requerimentos de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando votação em
destaque para os artigos constituintes das Emendas nºs 02 e 03, apostas ao
Projeto de Lei do Executivo nº 023/02 (Processo nº 1237/02), tendo o Senhor
Presidente, face Questões de Ordem formuladas pelo Vereador Juarez Pinheiro,
prestado esclarecimentos sobre o assunto e declarado nulos os referidos
Requerimentos, nos termos do artigo 173, § 5º, alínea “c”, do Regimento, o qual
veda a apresentação de solicitações de votação em destaque após iniciados os encaminhamentos
à votação de matérias. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador Raul
Carrion, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de
hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Zé
Valdir, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo
Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do
Suplente Darci Campani em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição ao
Vereador Raul Carrion. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Executivo nº 023/02, com ressalva das Emendas a ele apostas, por vinte e
cinco votos SIM e três votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Sebastião
Melo, Elói Guimarães, Antonio Hohlfeldt, Isaac Ainhorn, Raul Carrion e João
Antonio Dib e encaminhado à votação pelos Vereadores Elói Guimarães, Antonio
Hohlfeldt, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Carlos Alberto Garcia e Sebastião
Melo, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Carlos Nedel, tendo
votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto
Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, João Antonio Dib,
João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo,
Sofia Cavedon e Zé Valdir e Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Isaac Ainhorn
e João Carlos Nedel. Na ocasião, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da
presente Sessão, nos termos regimentais, por dezoito votos SIM e oito votos
NÃO, após ser encaminhada à votação pelo Vereador João Antonio Dib, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Nereu D'Avila, tendo votado Sim os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá
Carpes, Dr. Goulart, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, Juarez Pinheiro, Luiz
Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Paulo Brum, Raul
Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e Não os Vereadores
Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn,
João Antonio Dib, Nereu D'Avila e Pedro Américo Leal. Também, foi apregoada a
Emenda nº 17, de autoria do Vereador Cassiá Carpes, Líder da Bancada do PTB, ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/02 (Processo nº 3003/02).
Ainda, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador João Bosco Vaz, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos da presente Sessão. Na
oportunidade, foram apregoadas as seguintes Emendas, relativas ao Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 004/02 (Processo nº 3003/02): de nº 18,
proposta pelo Vereador João Carlos Nedel e assinada pelo Vereador João Antonio
Dib, Líder da Bancada do PPB; de nºs 19 e 20, propostas pelo Vereador Estilac
Xavier e assinadas pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT.
Também, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Juarez Pinheiro, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos sobre a apreciação das Emendas apostas ao
Projeto de Lei do Executivo nº 023/02 (Processo nº 1237/02). Foi aprovada a
Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 023/02, com ressalva da
expressão destacada, por vinte e sete votos SIM, após ser encaminhada à votação
pelo Vereador Luiz Braz, em votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio
Hohlfeldt, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos
Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Fernando
Záchia, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei,
Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Zé
Valdir. Foi votada destacadamente e rejeitada a expressão “não sendo aceito
nenhuma alteração nos trajetos já operacionalizados no Município”, constante na
Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 023/02, por dez votos
SIM e dezenove votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Fernando
Záchia, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt,
Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel e Luiz Braz e Não os Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Estilac
Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Juarez Pinheiro, Marcelo
Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo
Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Zé Valdir. Na ocasião, face Questões de
Ordem formuladas pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da votação da expressão destacada constante na Emenda nº
01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 023/02. Também, foi apregoado
Requerimento da Vereadora Maristela Maffei, solicitando Licença para Tratamento
de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
vereança o Suplente João Batista Pirulito, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Ainda, foi
apregoada Declaração firmada pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do
PT, informando o impedimento dos Suplentes Berna Menezes e Juberlei Bacelo em
assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Maristela
Maffei. Foi aprovada a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº
023/02, com ressalva da Subemenda nº 01 a ela aposta, por vinte e cinco votos
SIM e três votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Reginaldo
Pujol, Sebastião Melo e Antonio Hohlfeldt, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes,
Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Luiz Braz,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon, João Batista Pirulito, e Zé Valdir e Não os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch e Isaac Ainhorn. Na ocasião, foram
apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente,
relativos ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/02 (Processo nº
3002/02): de autoria do Vereador Fernando Záchia, solicitando a retirada de
tramitação da Emenda nº 08; de autoria do Vereador João Antonio Dib,
solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 09. Também, face Questão de
Ordem formulada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt durante seu pronunciamento de
encaminhamento à votação e manifestações dos Vereadores Reginaldo Pujol e Elói
Guimarães, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor da Emenda
nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 023/02 (Processo nº 1237/02).
Após, foi aprovada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 023/02, por vinte e quatro votos SIM e uma ABSTENÇÃO, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, tendo votado Sim os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos
Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, João Bosco
Vaz, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila,
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, João Batista Pirulito e Zé
Valdir e tendo optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Foram
aprovadas as Emendas nº 03, 04 e 05, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº
023/02. Foi rejeitada a Emenda nº 06, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº
023, por onze votos SIM, quinze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores
Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz e
Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto
Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Juarez
Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol, Sofia
Cavedon, João Batista Pirulito e Zé Valdir e tendo optado pela Abstenção o
Vereador João Antonio Dib. Foi aprovada a Emenda nº 07, aposta ao Projeto de
Lei do Executivo nº 023/02. Foi rejeitada a Emenda nº 08, aposta ao Projeto de
Lei do Executivo nº 023/02, por sete votos SIM e dezessete votos NÃO, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel e Luiz Braz e Não os Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Dr. Goulart, Estilac
Xavier, Haroldo de Souza, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, João
Batista Pirulito e Zé Valdir. Na ocasião, foram apregoadas a Emenda nº 21, de
autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PPB, e a Subemenda nº
01, de autoria do Vereador Fernando Záchia, Líder da Bancada do PMDB, à Emenda
nº 21, todas relativas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/02
(Processo nº 3003/02). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 022/02. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 093/02, por vinte e dois votos SIM, em votação
nominal solicitada pelo Vereador João Carlos Nedel, tendo votado os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana,
Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Marcelo Danéris,
Maria Celeste, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo,
Sofia Cavedon e Zé Valdir. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 03, de autoria
do Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 010/00 (Processo nº 1985/00). Em Discussão Geral
e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 010/00,
com ressalva das Emendas a ele apostas, por vinte e três votos SIM, tendo
votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch,
Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, José Fortunati, Juarez
Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Paulo Brum, Reginaldo
Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, João Batista Pirulito e Zé Valdir. Foram
aprovadas as Emendas nº 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 010/00. Foi rejeitada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 010/00. Às vinte horas e dezesseis minutos,
constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
José Fortunati, Carlos Alberto Garcia, Reginaldo Pujol, Paulo Brum e Aldacir
Oliboni e secretariados pelo Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Estou encaminhando à Diretoria
Legislativa para que verifique a regimentabilidade do Requerimento do Ver.
Ervino Besson, que pede a renovação de votação do processo que cria o Conselho
Municipal de Justiça e Segurança, os Fóruns Municipais Regionais de Justiça, a
Secretaria e os Conselhos Comunitários de Justiça e Segurança, para saber se a
matéria foi apreciada e qual a diferença na votação, se confirma ou não a
possibilidade de renovação de votação, que, de qualquer forma, será deferida ou
não pelo Plenário.
O
Sr. 1.º Secretário informa à Mesa que a matéria teve três votos de diferença,
sendo regimental o Requerimento do Ver. Ervino Besson, e será, oportunamente,
objeto da deliberação no Plenário.
Passamos
à
O
Sr. Adilson Machado, Diretor-Presidente da Associação Nacional dos Mutuários e
Moradores – ANMM, está com a palavra, para tratar de assunto relativo ao
Sistema Financeiro de Habitação.
O SR. ADILSON MACHADO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores e Sr. Secretário e demais componentes da Mesa,
participantes e público em geral, boa-tarde. Em nome da Associação, gostaria de
agradecer por esta grande oportunidade de poder falar algumas coisas sobre o
Sistema Financeiro de Habitação. Bem como foi apresentada a Associação, pela
Presidência desta Casa, gostaria também de me apresentar, como Presidente da
Associação. Sou advogado, com especialização em Direito Bancário e Direito
Imobiliário.
A
Associação, na verdade, congrega, hoje, mais de cinco mil associados; e
oferecemos a defesa para esse grande problema que assola a população do Brasil,
que é o problema da casa própria. E não poderíamos deixar de participar dessa
grande oportunidade, até para poder esclarecer e, quem sabe, dar algumas
sugestões para quem está tendo esse tipo de problema.
O
Sistema Financeiro da Habitação foi criado em 1964, com um grande objetivo
social, para que pudéssemos proporcionar a facilidade ou impor uma ferramenta
que viesse a facilitar a aquisição da casa própria, o que, na verdade, não
ocorre hoje; principalmente para a população de baixa e média renda. Aquilo que
estava na Lei, que foi criado para facilitar a aquisição da casa própria,
sofreu uma grande alteração. Hoje os mutuários enfrentam grandes problemas para
a manutenção da casa própria, sofrem com cobrança de juros absurdos, correção
monetária inadequada e acabam gerando uma inadimplência aterrorizante. A
inadimplência hoje está em torno de 50%, 51% - o que acaba levando o mutuário a
não pagar sua casa e a perder o seu imóvel. O mutuário hoje não paga o seu imóvel
em função da recente passada recessão, que está agora novamente querendo entrar
na sociedade: a questão do alto índice de desemprego e a redução de renda. De
outro lado, as prestações vêm tendo um reajuste totalmente diferente daquilo
que o mutuário recebe. E pela Lei, hoje, como desde o início, a partir de 1984,
foi estabelecido o limite de reajuste da prestação para que pudéssemos manter o
equilíbrio contratual, ou seja, a prestação do mutuário não poderia subir mais
que aquele ganho que ele teve no seu salário. Hoje não acontece isso; o que
acontece é muito diferente: enquanto num ano se recebe, por exemplo, 2% de
aumento salarial, as prestações sofrem de 10 a 15% de reajuste. É evidente que
nenhum ser humano consegue manter a prestação da casa própria em dia. Esse é um
problema que vem-se arrastando há anos, principalmente a partir da edição da
Lei n.º 8.177, que acabou determinando a aplicação da TR, que é outro grande
problema, um gerador de bola-de-neve do saldo devedor, pois a prestação não acompanha
os índices de aumento do saldo devedor, evidentemente que o saldo devedor vai
duplicando ao ponto de a prestação não pagar mais sequer a correção da
prestação ou os juros. Hoje, ao final de vários contratos, há saldos devedores
que valem duas, três vezes mais o valor do próprio bem que foi financiado. Com
a inadimplência, os mutuários sofrem a execução, ainda que extrajudicial, e
perdem seus imóveis. Perdendo seus imóveis por essa via, perdem tudo que foi
pago durante dez, quinze, vinte anos, ficando toda uma família na rua ou
vivendo de favores como as coabitações, que é o grande problema do déficit
brasileiro hoje.
Esse
é o grande problema que o mutuário vive hoje, paga dez, quinze anos, quando vê
não consegue mais pagar a prestação, muito menos o saldo devedor, que
triplicou, e perde seu imóvel. Hoje temos no Brasil, nada mais, nada menos que
6,6 milhões de déficit habitacional. Esse não é um número exagerado; exagerado
seria se falássemos num outro tipo de avaliação de pesquisa que apura doze milhões
de domicílios. Se transportarmos para quantidade de brasileiros, esse número
fica em torno de vinte e cinco milhões de brasileiros que não têm onde morar.
O
Rio Grande do Sul, hoje, está com um déficit de aproximadamente trezentos e
nove mil imóveis faltantes, que representam, hoje, mais de um milhão de gaúchos
sem ter onde morar. Isso se agrava na medida em que novas normas não são
editadas em função da desobediência judicial.
A
Associação tem buscado soluções para todos os casos, mesmo que os bancos, que
hoje representam o poder econômico, venham a desobedecê-las. Esse é o grande
trabalho social que a Associação vem desenvolvendo, tanto para os gaúchos,
quanto para paulistas e mineiros. Temos alcançado com muito êxito essas
reparações, garantindo às famílias dos brasileiros a manutenção da sua casa, o
pagamento adequado à sua capacidade orçamentária, e, muito mais do que isso,
naquelas situações em que encontramos um saldo devedor valendo duas ou três
vezes mais o valor do imóvel, quando realizada uma perícia dentro das leis,
observa-se que esse imóvel já está quitado. E em tantas outras vezes, além de
estar quitado, esse mutuário tem dinheiro para receber de volta. Eu não estou
falando de um ou dois casos; são mais de cinco mil casos com esses resultados.
Nós temos decisões de primeiro e segundo graus que dão como resultado a razão
das nossas buscas, ou seja, aquilo que está escrito na Lei, aquilo que é
entendimento jurisprudencial dos Tribunais Superiores é o que a Associação
utiliza. Nós temos absoluta certeza de que a prestação está errada, o saldo
devedor está errado, todo o sistema que está sendo aplicado hoje está errado, a
correção monetária está errada, mas os números estão cada vez maiores. A cada
pesquisa que se faz, tanto do IPEA, IBGE ou da Fundação João Pinheiro,
encontramos novos números que estão crescendo. A cada ano que passa, são
milhares de brasileiros que ficam sem suas casas.
O
que a Associação tem como objetivo ao estar presente hoje aqui é também levar
ao conhecimento dos Vereadores e das Vereadoras a situação em que se encontra
hoje o setor habitacional, muito embora reconheçamos que há determinados
setores que vêm buscando solução, mais ainda precisamos de muito mais.
O
grande problema fica amparado no sistema econômico que é adotado no Brasil, a
correção monetária deturpada, ou seja, a TR, tão intitulada como correção
monetária, não é nada de correção monetária; ela é uma média de juros aplicada
pelos dez maiores bancos, que estão corrigindo saldos devedores. Além de todo o
problema de capitalização, que são juros sobre juros, juros acima da tabela,
hoje, nós temos também a questão da correção monetária. Encerrando a questão da
correção monetária, que nada mais é do que juros, isso vem sendo aplicado nos
contratos, além dos juros normais do contrato. Então, pagam-se valores
exorbitantes, o que não se deve pagar, enquanto o indexador adequado para que
se corrijam esses contratos é aquele que faça a reposição do poder de compra da
moeda, que seria o INPC, para o caso do contrato habitacional. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Reginaldo Pujol, na presidência dos
trabalhos; colegas Vereadoras e colegas Vereadores; Sr. Adilson Machado,
Diretor-Presidente da Associação Nacional dos Mutuários e Moradores, a nossa
saudação e as boas-vindas à Casa Legislativa de Porto Alegre. V. S. aborda, nesta
tribuna, um tema de enorme profundidade, que não acontece só neste momento no
País, mas ao longo do seu resgate histórico. Hoje, 84% da população brasileira
vive nos centros urbanos, sendo que um enorme contingente de pessoas vive em
subabitações, em condições subumanas, às vezes em palafitas, debaixo dos
viadutos, das pontes. Os governos que se sucedem, ao longo da história, têm
dinheiro para tudo, têm dinheiro para o Fundo Monetário, têm dinheiro para os
banqueiros que não gerem bem os seus negócios, mas dificilmente têm dinheiro
para a habitação popular. Uma grande luta seria para a criação de um fundo de
habitação popular: 5% de tudo o que se arrecada neste País. Isso poderia ser
descentralizado para os Estados e Municípios. Deveria ser uma luta de muito
setores da sociedade, mas, infelizmente, não vem sendo implementada.
O
Sistema Financeiro da Habitação, o BNH, foi, talvez, uma das grandes concepções
que tivemos nesses últimos tempos, e que, infelizmente, foi a pique por falta
de gerenciamento adequado. Na nossa avaliação, era um programa extraordinário,
mas houve falta de gerenciamento e houve também distorção, basta olhar um caso
típico, o litoral gaúcho, onde a maioria das casas foram financiadas pelo
Sistema Financeiro da Habitação. E ele foi criado com uma outra finalidade. Mas
no Brasil é isto mesmo: ha la ley, ha la
trampa, ou seja, houve desvio de recursos para quem não precisava; para
quem, efetivamente, precisava e precisa os recursos não chegam.
Penso
que V. S.ª traz um tema sempre recorrente, de debate permanente e de desafio a
esta Casa, de governos, dos mais diversos entes da Federação, dos Estados e
Municípios. Cumprimento V. S.ª por sua vinda à Câmara Municipal. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento. Fala pelo PT.
O SR. CARLOS PESTANA: Saúdo o Sr. Adilson Machado. Eu fui
Diretor do Departamento Municipal de Habitação e penso que este é um tema de
extrema relevância. A experiência que vivi, tanto no Governo passado quanto
neste Governo, como Diretor Municipal de Habitação, coloca-nos a gravidade
desse problema. De fato, o cálculo que é feito pelo sistema habitacional, que
corrige as prestações, é algo extremamente complexo, de difícil compreensão
para o conjunto dos mutuários. Nós, que trabalhamos com uma população de
baixíssima renda, temos muita dificuldade de conseguir informar as pessoas, de
forma clara, sobre os valores que elas, efetivamente, vão pagar durante um período.
As pessoas não conseguem entender o cálculo, e, às vezes, os próprios técnicos
do Departamento têm muita dificuldade de explicar esses cálculos. Agrega-se a
isso o fato de que, por exemplo, o Departamento trabalha, fundamentalmente, com
uma população de baixíssima renda, ou seja, com pouco nível de instrução, o que
torna a situação mais complexa e mais difícil.
Eu
tenho dito, até porque o meu Partido está assumindo, hoje, a Presidência da
República, que uma das suas tarefas, em primeiro lugar, é criar financiamentos
que viabilizem a aquisição de imóvel pela população de baixa renda; segundo,
criar uma base de cálculo que seja mais simples e de mais fácil compreensão
para os mutuários. A complexidade das regras hoje, infelizmente, dificulta que
as pessoas consigam inclusive projetar, de acordo com a sua capacidade
financeira, o pagamento das prestações. Então, tentando concluir, porque o
tempo aqui é curto, já me sinaliza o Presidente, acho que isso explica muito
também a origem do grande número de inadimplentes que existe hoje, tanto no
Município como no Estado. Lamento o pouco tempo que tenho para tratar desse
assunto, que, obviamente, me interessa, pela experiência que eu vivi. Gostaria
até de contribuir mais, mas saúdo o Sr. Adilson Machado, na Tribuna Popular de
hoje, e lhe agradeço pela presença.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Raul Carrion está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar a nossa saudação ao Sr.
Adilson Machado, Presidente da Associação Nacional dos Mutuários e Moradores.
Realmente esta luta é muito antiga; nós participamos dela desde o período do
regime militar, quando grandes movimentos dos mutuários ocorreram, e grandes
vitórias, não em todos os movimentos evidentemente. Este problema nós temos
também enfrentado aqui, diariamente, porque uma série de conjuntos
habitacionais, abandonados antes de concluída a sua construção, pela quebra de
empresas que captaram dinheiro do Fundo Nacional de Habitação, foram depois
ocupados pelos moradores, que, hoje, têm que pagar prestações como se os
imóveis fossem novos, considerando todo o custo financeiro, esquecidos de que
esses imóveis estavam, muitas vezes, durante oito, dez anos, abandonados,
deteriorados. Não se leva em conta o verdadeiro valor do imóvel, mas a
contabilidade financeira dos anos todos em que eles estiveram parados, quando
eles se deterioraram. Então, eu creio que essas questões que o senhor traz aqui
são extremamente pertinentes.
Acreditamos
que o nosso novo Governo Federal, com a criação do Ministério da Habitação, vai
enfrentar de uma forma diferente isso. Hoje nós temos que tratar com a Caixa
Econômica Federal, que não trata isso como uma questão social, mas que trata
isso como uma questão bancária. Há uma série de distorções: juros em cima de
juros, juros inconstitucionais - a Constituição é clara sobre que o limite dos
juros seria de 12%, juros reais. Infelizmente o Superior Tribunal diz que não
sabe o que é juro real, que isso precisaria ser regulamentado, quando qualquer
principiante em Economia sabe que, no juro real, é descontada a inflação. Mas,
certamente, as mudanças que este País terá, mais o movimento social, que,
certamente, irá jogar um papel decisivo, irão corrigir essas questões, para que
enfrentemos um déficit, hoje, quantitativo e qualitativo que já passa de
dezoito milhões de habitações no Brasil.
Nossa
saudação, e gostaríamos de receber subsídios da sua organização, do que, nas
despedidas, trataremos pessoalmente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento. Fala pelo PTB.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr. Adilson Machado, Diretor- Presidente da
Associação Nacional dos Mutuários e Moradores, quero cumprimentar V. Ex.ª pela
causa que a Associação abraça, uma causa fundamental para o interesse da nossa
população. Quero dizer, também, a V. Ex.ª que nós, no Brasil, temos, no campo
da produção de habitação, algum know–how.
No passado tivemos aqui grandes investimentos feitos pelos ex-IAPs, hoje INSS,
que construíram loteamentos da melhor qualidade. Houve também o período do BNH.
Eu acho que o BNH deu um show
habitacional em nosso País. É bom que se proclame, que se diga em alto e bom
som: construiu-se Restinga; pelo Brasil afora, vêem-se as marcas indeléveis do
BNH. Uma grande instituição! De lá para cá não se priorizou a habitação. Nós
temos know-how empresarial para
produzir habitação; o que falta exatamente é decisão política em nível de
financiamento, financiamento que dê à população a capacidade de ter esse
dinheiro para desembolsar - é disso que se precisa. Eu cumprimento V. Ex.ª. Eu
acho que a sua luta é por uma boa causa, é uma causa do interesse da nacionalidade,
e, com esforço, nós haveremos de chegar a atender esse insumo fundamental das
famílias. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver.
Reginaldo Pujol; Sr. Adilson Machado, Diretor Presidente da Associação Nacional
dos Mutuários e Moradores, esse tema que o senhor traz é um tema bastante
discutido pela sociedade brasileira, porque o sonho de todo e qualquer
brasileiro é ter a sua casa própria. Ao mesmo tempo, sobre este nosso País de
contrastes, é bom fazer alguns registros e nos lembrarmos que, em 1969, quando
foi feita a alteração e criado o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço, ele
tinha uma proposta específica para a construção habitacional e o Ver. Elói
Guimarães falou da questão do sistema do BNH e, realmente, no início, inúmeras,
milhares de construções populares foram feitas no Brasil. Com o tempo se
desviou; problemas de más negociações, contratos os mais diferentes possíveis,
porque alguns praticamente não pagavam nada e outros pagavam muito.
Nos
últimos anos inexiste uma política de habitação popular, ou seja, as
habitações, hoje, no nosso País, são para a classe média e é por isso que tem
esse grande déficit.
Ao
mesmo tempo, todos os moradores, quando contraem uma dívida, querem pagar, mas
querem pagar o preço justo, e é isso que o senhor está trazendo aqui: uma
discussão. Ou seja, criar condições para que esse pagamento não se transforme
num processo de escravidão em que a pessoa quanto mais paga, mais deve, mas, ao
mesmo tempo, também alertar que precisamos criar condições de moradias
populares.
Portanto,
em nome do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, queremos saudá-lo
porque é importante cada vez mais fazer essa discussão, pois o que todo homem
busca é ter o seu próprio lar. Parabéns.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, meu
caro Adilson Machado, Diretor-Presidente da Associação Nacional dos Mutuários e
Moradores. Se eu pudesse colocar a palavra de ordem, colocaria
"simplificação".
Nós
somos um País que faz leis, leis e mais leis e não tem quem as entenda.
Quando
nós iniciamos uma coisa boa, devemos fazer com simplicidade para que possa ser
observada, fiscalizada e realizada, mas nós fazemos leis e mais leis e, de
repente, os mutuários, no caso que estamos analisando, estão devendo mais e nem
sabem por quê. Nós paramos o processo de construção de moradias populares e até
hoje não sabemos bem por quê.
Quando
nós tínhamos uma iniciativa boa, se fosse simplificada, estaríamos, hoje,
resolvendo o problema de muita gente e os mutuários estariam devendo menos,
porque tudo o que precisamos é simplificar e nós não fizemos isso ao longo do
tempo.
Então,
se pudesse, repito, a palavra de ordem seria "simplificação". Porque,
para fazer leis, há que se ter entendimento de que ela tem que ser clara,
precisa e concisa.
Em
1830, o Governador do Rio Grande já dizia que lei deve ser fruto da razão, da
experiência e da luz. Nós tivemos a experiência e não soubemos aproveitar, mas
espero que os próximos governos saibam resolver o problema da população.
Realmente, um dos seus mais altos anseios é a habitação definitiva para si e
para a sua família. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Haroldo Souza está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver.
Reginaldo Pujol, meu amigo Adilson Machado, Diretor-Presidente da Associação
Nacional dos Mutuários e Moradores, o Ver. Elói Guimarães falou de uma questão
política; o Ver. Dib falou de leis, leis e mais leis que não são cumpridas. Nós
estamos há meia hora focalizando o assunto que os senhor nos trouxe. O senhor
será sempre bem-vindo a esta Casa. Eu, que sou marinheiro de primeira viagem,
espero que um dia os tempos sejam realmente aproveitados para a solução dos
problemas, porque é muito fácil a gente discursar, é muito fácil pegar um tema
e seguir em frente; resolver os problemas é que são elas. Eu até acho que a
classe pobre não tendo acesso à TV a cabo para nós políticos é salutar, porque
assim a classe pobre não fica sabendo que a gente fica aqui enrolando,
enrolando e enrolando e não resolvendo absolutamente nada. O senhor pode contar
comigo naquilo que for preciso. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Não há mais nenhum dos Srs. Vereadores
inscritos, todas as Bancadas que quiseram se manifestar já o fizeram. Cabe-me
agradecer ao Sr. Adilson Machado, pela presença, pois, como bem acentuaram os
oradores das inúmeras Bancadas que se manifestaram, ele trouxe a nós um tema
palpitante que certamente deve merecer a atenção de todas as lideranças da
sociedade brasileira pela sua atualidade e pelo muito que encerra de interesse
púbico. As manifestações aqui realizadas pelos nossos colegas, eu sublinho
enquanto Presidente dos trabalhos desta Sessão, mais ainda como Líder da
Bancada do PFL e até, por que não dizer, em função do meu vínculo com o
problema, já que, como o Ver. Pestana, fui por duas oportunidades Diretor-Geral
do Departamento Municipal de Habitação e comungo com todos dos equívocos
históricos que este País teve, entre os quais um é absolutamente
inquestionável: que foi a extinção do Banco Nacional da Habitação, para
corrigir os efeitos de políticas equivocadas que dele se originaram e não
enfrentar a causa dos problemas que geravam as distorções nele registradas.
Por
isso cumprimento-o pelo tema, que é de grande atualidade, é de grande
repercussão, de grande profundidade, e a Casa continua à disposição dos
senhores e da sua entidade para quantas jornadas, como esta, entenderem
oportunas que se realizem. Eu suspendo a Sessão para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h35min.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol - às
14h36min): Estão
reabertos os trabalhos. Já contamos com a presença de vinte Srs. Vereadores.
Informo
à Casa que recebemos o Requerimento do Ver. João Antonio Dib, Líder do PPB,
nesta data, nos seguintes termos:
"Na forma do disposto
no art. 113, parágrafo 2.º do Regimento Interno, requeiro a V. Ex.ª sejam
submetidas ao Plenário as redações finais do PLL n.º 177/02, de autoria do Ver.
Nereu D’Avila, que dispõe sobre a abertura e horário dos estabelecimentos
comerciais aos domingos no Município de Porto Alegre e dá outras providências e
do PLCL n.º 025/01, do Ver. Estilac Xavier, que altera os limites da Subunidade
n.º 01 da U.E.U. (Unidade de Estruturação Urbana) n.º 046 da Macrozona n.º 01,
constantes no Anexo 1.1 da Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999,
que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA),
tudo nos termos do art. 94, parágrafo 3.º alínea "h".
Informo à Casa que os dispositivos regimentais invocados
pelo Ver. João Antonio Dib, em seu Requerimento são inteiramente pertinentes,
uma vez que o artigo 113 do Regimento da Casa diz claramente o seguinte:
"Aprovado o projeto, o processo será encaminhado à Comissão competente
para a elaboração da redação final."
Parágrafo 2.º: "Para que a redação final
seja submetida ao Plenário, é necessário Requerimento escrito de Vereador,
nesse sentido, nos termos do artigo 94, parágrafo 3.º, ‘h’." Diz o artigo
94, por sua vez, que além de definir que o Requerimento é proposição verbal ou
escrita, dirigida por Vereador à Mesa, sobre matéria de competência da Câmara,
diz o parágrafo 3.º o seguinte: "Dependerá de deliberação do Plenário, sem
discussão, com encaminhamento de votação através do autor, e de um
representante de cada Bancada, o Requerimento que solicitar..." E cita várias
situações, até que na letra “h” esclarece: “Votação de Redação Final.” Nessas
condições, eu recebo o Requerimento do Ver. João Antonio Dib.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, eu peço
até vênia e desculpas ao ilustre Presidente dos trabalhos, Ver. Reginaldo
Pujol, pois eu conversava com os membros da minha Bancada, eu queria só que V.
Ex.ª me respondesse: V. Ex.ª lia regimentalmente do que se trata esse
instrumento, por culpa desse Vereador, mas trata-se de matéria de relevância,
pelo que verifiquei, e gostaria de estar apropriado para que pudéssemos nos
manifestar sobre isso, Sr. Presidente. Peço vênia e peço desculpas se não
prestei a atenção devida.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Em atenção a V. Ex.ª eu informo que se
trata de um Requerimento do Ver. João Dib que pede que o Projeto de Lei do
Legislativo n.º 177/02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que dispõe sobre a
abertura e horário dos estabelecimentos comerciais aos domingos, no Município
de Porto Alegre e dá outras providências, e ainda no Projeto de Lei
Complementar do Legislativo n.º 025/01, do Ver. Estilac Xavier, que altera os
limites da Subunidade 01, da Unidade de Estruturação Urbana 46, da Macrozona
01, constante no Anexo 1.1 da Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de
1999, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, tudo
nos termos do artigo 94, parágrafo 3.º, alínea “h”, que eu acabei de ler.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: O que o Ver. João Antonio Dib requer? Eu
não entendo o que ele requer.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Que seja submetida a redação final ao
Plenário da Casa.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sim, entendi, agradeço ao Presidente.
O SR. NEREU D'AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Ver. João Antônio Dib
se refere ao art. 94. Não tem nada a ver com a Comissão de Justiça, não é?
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Não, à Comissão de Justiça incumbe
regimentalmente promover a redação final do Projeto. O que ele requer é que a
decisão da redação final seja submetida ao Plenário, o que é regimental nos
termos do artigo 94, letra “h”. Pelo menos é o entendimento desta presidência,
sob censura, pode, evidentemente, que nós tenhamos que convocar, mas me parece
que é meridiana a leitura do Regimento nesse particular. Cabe-nos deferir pura
e simplesmente, porque é um direito do Vereador. O que deve ser submetido é o
trabalho, finalmente, da Comissão de Constituição e Justiça - antigamente,
Comissão de Constituição e Redação Final -, a quem compete regimentalmente a
elaboração da redação final, cujo texto final tem de ser submetido ao Plenário
numa votação sem encaminhamento. Correto?
O SR. NEREU D'AVILA: Correto. Obrigado Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Então, solicito de imediato as
providências adequadas, por parte da Diretoria Legislativa, tanto para informar
à Comissão de Constituição e Justiça, como para os demais procedimentos que se
fazem necessários.
Passamos
às
O
Ver. Estilac Xavier está com a palavra em Comunicações.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, nós estamos na última semana de Sessão Ordinária
Legislativa deste ano. Um ano que foi importante pelas matérias que aqui foram
aprovadas. Ainda na semana passada, nós nos debruçamos sobre um controvertido Projeto,
mas na minha opinião absolutamente justo, que foi o Projeto que regulamentou a
abertura do comércio aos domingos.
Eu
recebi e-mails de alguns cidadãos,
alguns elogiando, outros questionando a respeito do assunto. Há aqueles que
pensam que o que nós aprovamos aqui foi simplesmente uma Lei que dizia respeito
aos interesses dos comerciários. Não! A Lei que nós aprovamos aqui, além de ser
uma Lei que regula a abertura do comércio, portanto, há dias que abre, outros
que não, é uma Lei que atende ao interesse econômico da Cidade, no nosso
entendimento. Por quê? Não foram poucas as oportunidades em que eu estive em
contato com pequenos e médios negócios da Cidade e que pediam que nós não
deixássemos a Cidade à mercê de uma abertura indiscriminada. Eu conversei com
feirantes de feira livre dali detrás do Grêmio, da feira livre da EPATUR, das
feiras livres da Av. Protásio Alves, e todos eles eram unânimes: “Se o comércio
funcionar indiscriminadamente, nós teremos prejuízos, pois nós somos
produtores”. Eu pensava, num certo momento, que esse assunto só interessava ao
comércio que vende roupas, mas não é. Eu andei em funilarias, em armazéns, em
fruteiras, em supermercados de bairros, em lojas que alugam fitas de vídeo, e
todos diziam que essa Lei é prejudicial. Eu acho que a Câmara adotou uma
atitude correta e ela está-se associando, inclusive, ao espírito geral que
existe a respeito desse assunto de preservação de pequena e média empresa, como
empregadora, como aquela que disponibiliza postos de trabalho, e, ao mesmo
tempo, a nossa Câmara de Vereadores está na vertente do processo que ocorre na
Constituição Estadual, que deve votar amanhã, em segundo turno, a emenda
constitucional que explicita que é de competência do Legislativo local, no
caso, dos Municípios, a determinação do horário e dia de funcionamento dos
comércios. Creio que este é um assunto que encerra o ano.
Vamos
ter, agora, nesta semana, duas questões importantes: uma delas, Ver. Pedro
Américo Leal, é a questão do IPTU. É um Projeto simples que veio para a Casa.
Estamos formulando um acordo, discutindo com as entidades - simples, mas
complicado, porque sempre que se trata de imposto é uma questão complicada -,
com os Vereadores, para votarmos esta matéria, que tem dois pontos básicos: o
primeiro é o das isenções para aquelas propriedades de produção primária ou
pecuária. O segundo ponto é atualizar o cadastro de 1991 de dez mil e
quinhentos imóveis, aproximadamente, das quinhentas e vinte e quatro mil
economias que tem a Cidade, que não tiveram lançado o seu cadastro naquela
oportunidade, para que possamos ter toda a Cidade sob a mesma base de imposto.
Isso envolve dez mil e quinhentos proprietários. Fizemos isso porque a isenção
tem que ser compensada numa receita que tem de ser colocada, conforme determina
a Lei de Responsabilidade Fiscal, e esta é feita a partir desta possibilidade.
É um Projeto que nos dá uma base mínima para discutirmos no ano que vem todo o
imposto da Cidade, o predial urbano e o de serviços. Então, é uma discussão que
o Prefeito vai abrir com a Cidade toda. E, para que se pudesse criar, Sr.
Presidente, nobre Ver. Reginaldo Pujol, uma condição, inclusive para que se
possa estabelecer um debate sem pressões, estamos dispostos a tirar da pauta de
discussão, conforme foi solicitado, o Projeto n.º 5, que trata da função social
da propriedade, que tem como decorrência a questão da progressividade e a
dedução do novo Estatuto da Cidade.
Isso
tudo estamos colocando da tribuna como um registro público da forma como
queremos conduzir este debate, que acho que está bem adiantado, e poderemos
produzir uma isenção para a área da produção primária, fazendo a compensação
que a Lei de Responsabilidade Fiscal produz. Já passei as informações para
todas as Bancadas, inclusive para a sua, Ver. Pedro Américo Leal, a partir do
seu Líder, o Ver. João Dib, que está apreciando o assunto. Queremos que este
debate seja um debate que empolgue a Casa, porque ele vai fazer uma justiça e
nos dará as bases.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, quero fazer esse aparte para perguntar a V. Ex.ª por que
V. Ex.ª não foi ao programa “Polêmica”, em que se debatia esse assunto. Eu
estava profundamente interessado em ouvi-lo.
O SR. ESTILAC XAVIER: V. Ex.ª refere-se ao programa da TVCOM?
Na noite passada?
O SR. ESTILAC XAVIER: O Jornalista Lasier Martins retratou
exatamente o episódio que ocorreu. Meu carro estragou e eu não tive condições
de deslocar-me, embora a produção tivesse colocado à disposição um veículo para
fazer o meu deslocamento, não achei correto ser deslocado às expensas da
empresa. Por isso não fui. Mas fomos representados de forma magnífica pelo
nosso Secretário da Fazenda Ricardo Collar, que colocou as questões que nós
colocaríamos, certamente.
O Sr. Pedro Américo Leal: Não creio.
O SR. ESTILAC XAVIER: Bom, respeito a sua opinião; mas, na
minha opinião, ele saiu-se muito bem. Foi esse o motivo.
O Sr. Pedro Américo Leal: No debate, V. Ex.ª deveria estar
presente, porque eu estava bastante ansioso para ouvi-lo.
O SR. ESTILAC XAVIER: Eu justifico dessa forma, e é a mesma que
o Jornalista Lasier Martins colocou no ar e que correspondia à verdade.
Obrigado, Ver. Pedro Américo Leal.
Agradeço
o tempo que tivemos para concluir, Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra, por transposição de tempo do Ver. Fernando Záchia, em Comunicações.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, é sempre um motivo de satisfação antecedermos um
futuro Deputado Estadual, meu querido amigo Ver. Fernando Záchia.
Na
tribuna, aproveitando o período de Comunicações, quero dizer que essa história
do comércio, da abertura ou não, não é bem assim não. A história não terminou
coisíssima nenhuma. No ano que vem, voltaremos à carga, porque não se muda de
opinião da noite para o dia.
Venho
aqui novamente focalizar esse assunto de abertura ou não do comércio aos
domingos, porque me parece que algumas pessoas não entendem ou não querem
entender a posição, principalmente a minha posição. Digo isso diretamente ao
colunista do jornal Zero Hora, José
Barrionuevo. Então, esse negócio de lá e cá, Sr. José Barrionuevo, a conversa
comigo é um papo totalmente diferente, porque eu também faço parte da imprensa.
Se o senhor quiser fazer insinuações ao meu respeito, o senhor faça, mas não é
bem assim, porque eu tenho um microfone para responder à altura e em termos
também de imprensa. Esse negócio de lá e cá, essas insinuações, comigo não vai
pegar.
O Sr. Nereu D’Avila: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, nada contra o
mérito de V. Ex.ª, eu respeito a sua opinião. Só para fazer justiça, na
verdade, naquele dia, quem fez o comentário não foi o Barrionuevo, mas o
Rudimar de Oliveira, que estava substituindo o Barrionuevo.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Foi bom V. Ex.ª registrar, mas foi na
coluna do Sr. José Barrionuevo, então está endereçado... Deixo claro a quem
interessar possa.
A
questão da abertura ou não do comércio aos domingos, quando revi a minha
posição a respeito do fechamento ou da não-permissão do comércio funcionar aos
domingos, foi em função da procura, educadamente, dos pequenos comerciantes no
meu gabinete. Os comerciários que me procuraram me disseram que não estavam
sendo atendidos pelos grandes empresários para receber um dinheiro a mais para
trabalhar no domingo. Como é que vou ser a favor de um Projeto que não cria
novos empregos e ainda prejudica os comerciários? Só foi por isso que eu mudei!
Agora,
para o próximo ano, depois de novos encontros que vou manter com o comércio de
Porto Alegre, se tivermos a garantia de aumento de novas vagas de emprego em
Porto Alegre, o assunto voltará, sim, a ser discutido, porque é impossível que
Porto Alegre seja diferente das grandes cidades do mundo. Eu, graças a Deus,
por força da minha profissão, conheço o mundo e conheço grandes capitais com o
comércio funcionando, tranqüilamente, aos domingos e não havendo prejuízo para
ninguém, nem para os pequenos comerciantes e nem para os comerciários. Então,
esse é o assunto que quero deixar claro, e ele não foi encerrado.
A
respeito do IPTU, cuja votação se apressa ainda neste exercício, embora alguns
pensem que eu não estudo a matéria ou as matérias que correm nesta Casa – eu
estudo todas as matérias -, não vejo motivo para essa corrida e esse desespero
de o IPTU ser aprovado ainda neste exercício. Por isso, eu estou propondo que
tenhamos mais tempo de discussão sobre essa matéria que foi enviada para cá e
que nós possamos votar, com maior tranqüilidade, no exercício de 2003. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra
em Comunicações.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, tenho vindo a esta tribuna, nos últimos dias,
preocupado em fazer com que possamos nós, Vereadores, fiscalizar também a
participação do Executivo nesse processo construtivo, no qual tem a participação
do Legislativo.
Eu
digo isso porque esta Casa, em agosto deste ano, votou um Projeto de autoria
deste Vereador, que permite o parcelamento, em até oito vezes, das multas de
trânsito realizadas na cidade de Porto Alegre.
Por
diversas razões, essa foi uma matéria amplamente debatida e discutida pelo
conjunto dos Vereadores, pela necessidade primeira de que possamos colocar em
situação regular alguns veículos que trafegam na cidade de Porto Alegre de uma
maneira irregular, porque não pagaram as suas multas de trânsito. Alguns
veículos, quando são recolhidos nas blitze
pelos agentes da EPTC, vão para o depósito da EPTC. Esses motoristas precisam
dos seus veículos para poderem trabalhar, e não o fazem, porque não têm a
condição financeira de pagarem essas multas.
Então, esta Casa, sensível a essa realidade econômica que o
Brasil vive, permitiu o parcelamento em até oito vezes. E, com isso, quando foi
sancionado pelo Sr. Prefeito este Projeto, passando então a ser uma Lei, criou
e gerou uma expectativa nas pessoas, nesses motoristas que estão ou estavam
nessa situação de irregularidade. A expectativa é a de que eles querem, e
queriam a partir de então, regularizar essa situação, podendo parcelar essas
multas e transitar na cidade de Porto Alegre ou no Estado com o seu veículo em
condição legal.
Isso
foi bom, porque os valores das multas, que não são definidos nem pela
Assembléia do Estado, nem pela Câmara Municipal, e, sim, pelo Congresso
Nacional, são valores absolutamente altos se compararmos com situação econômica
que todos nós vivemos.
Então,
nós temos que viabilizar, e este era o objetivo do Projeto: que nós pudéssemos
viabilizar que esses motoristas tivessem condições de poderem trafegar na
cidade de Porto Alegre.
Mas
qual a indignação deste Vereador... E por que digo que a função dos Vereadores
é a de fiscalizarmos também a participação do Poder Executivo neste processo?
Porque foi sancionada pelo Sr. Prefeito, no dia 27 de setembro de 2002, passou
a ser Lei. Só que, de lá, 27 de setembro, até hoje, jamais foi regulamentada
pelo Poder Executivo.
Então,
a Casa fez um grande debate, um enorme esforço, uma grande discussão, aprovou
por unanimidade, com a participação – justiça seja feita - da bancada do
governo. O Sr. Prefeito, sensível a essa realidade, ouviu, certamente, tanto o
Secretário da Fazenda como o seu Secretário dos Transportes, sancionou, fez
parte desse conjunto de entendimento para que pudéssemos viabilizar. E assim,
na medida em que o Sr. Prefeito sanciona, joga para a torcida. Por que joga para
a torcida? Porque ele fez, em tese, a sua parte, disse: “Concordamos com a
decisão da Câmara.” Está bem. Só que não regulamentou.
Então,
àquele cidadão, àquele motorista que é penalizado por uma infração de trânsito
- tem de pagar, e é legítimo, e deve pagar -, mas a lei permite, faculta que
ele possa parcelar, e esse cidadão quer parcelar. Chega na Prefeitura, falha,
não vigora, porque não foi regulamentada ainda. Mas o que falta para
regulamentar?
É
tão simples, é um parcelamento. O DETRAN criou o parcelamento em até quatro
vezes, sem ouvir a Assembléia Legislativa. Em uma semana, o DETRAN tornou o
parcelamento viável, tornou possível.
Por
que eu digo, senhoras e senhores, que o Poder Executivo joga para a torcida?
Porque é fácil, sanciona, decreta como lei, diz que é lei, mas não regulamenta.
Faz com que as pessoas não possam usufruir desse benefício ou desse objetivo da
Lei. E as pessoas não estão transitando, ou não estão transitando em condição
absolutamente legal.
Ora,
este Vereador tem o entendimento de que isso é a mais absoluta falta de
respeito ao Poder Legislativo. Porque ao Sr. Prefeito foi dado o poder da
sanção ou do veto, e ele poderia, em desacordo com o teor da matéria, com o
mérito da matéria, ter dito: “Não, eu vou vetar essa matéria; não concordo com
o mérito da matéria, penso que a Câmara não deve legislar sobre isso, por essas
razões.” Mas, não. O Sr. Prefeito sanciona. Quando ele sanciona, ele concorda,
ele participa. Agora, além de concordar, além de participar, ele tem de, evidentemente,
dar condições de ser realizado, porque senão as pessoas vão estar, mais uma
vez, sendo iludidas pelo trabalho que esta Casa faz e pelo trabalho que o
Executivo também faz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Juarez Pinheiro está com a
palavra, por transposição de tempo do Ver. Isaac Ainhorn, em Comunicações.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver.
Reginaldo Pujol, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, o Ver. Fernando
Záchia, sempre fiscalizando os trabalhos do Poder Executivo, trouxe aqui à
colação a questão da colocação e execução de duas Leis importantes propostas
por esse brilhante Parlamentar em seu mandato. Eu me refiro à última, que é a
questão do parcelamento de multas. Queria só ter do Ver. Fernando Záchia a
compreensão que nós tivemos, como Governo, do seu Projeto.
V.
Ex.ª tem clareza de que este era um Projeto que tinha vício de legalidade, de
constitucionalidade e houve a compreensão, Ver. Fernando Záchia, do Poder
Executivo, do nosso Governo, de que o valor social do Projeto que V. Ex.ª
propôs à Casa era superior às questões de ordem de legalidade e de
constitucionalidade. Logicamente, leis que demandam uma série de atos
administrativos, é natural que a sua execução, através de um decreto
regulamentador, tenha e sofra alguma demora. Mas, com certeza, Ver. Fernando
Záchia, a Lei foi aprovada, foi considerada por nós, pela nossa Bancada, pelo
nosso Governo, e ela será regulamentada e será cumprida.
Aproveito
também este espaço de Comunicações para dizer, agora com mais tranqüilidade,
que, na quinta-feira passada, esta Casa readquiriu, buscou para si o que lhe
era de direito, ou seja: o direito de regulamentar a atividade do comércio,
seja no que tange a horário, seja no que tange a dias.
O
Poder Legislativo - e nós sabemos que em nível municipal temos o Poder
Legislativo e o Poder Executivo, diferentemente no nível estadual que, além dos
Poderes Legislativo e Executivo, temos ainda o Poder Judiciário -, este Poder
Legislativo, desta Casa Parlamentar - que é uma referência em níveis, não só do
Estado, mas também do País -, havia sido conspurcado, havia sido retirada,
emasculado, na verdade, Ver. João Antonio Dib, a competência desta Casa que é
dada pelo art. 30, inc. I. Tem, sim, de acordo com a autonomia municipal, o
direito de regular o funcionamento do comércio. Eu acompanhei o julgamento no
Tribunal de Justiça e utilizou-se uma lacuna da Constituição Estadual, art. 13,
inc. II - e eu, inclusive, Vereador, participei da elaboração dessa Carta, não
como Deputado, mas como assessor técnico -, um lapso dos constituintes
estaduais de 1999, que não colocaram ali na Carta Estadual também o direito de
regular sobre dias de funcionamento. Mas esqueceram-se os nobres magistrados,
Desembargadores, professores, de que a Constituição Estadual tem uma hierarquia
inferior à Constituição Federal, e o mandamento constitucional da Carta
Federal, art. 30, inciso I, quando fala em autonomia municipal, é absolutamente
e hierarquicamente superior ao art. 13, inciso II, da Carta Estadual.
Independente
da confiança que temos de que o Poder Legislativo Estadual, a Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, amanhã, votando em segundo turno a
Emenda Constitucional proposta pela Deputada Jussara Cony, corrigirá um lapso
dos constituintes estaduais de 1989, independentemente disso, é de uma clareza
solar que o art. 30, inciso I, que fala em autonomia municipal, é uma norma
constitucional de hierarquia superior à norma também constitucional, mas de
nível estadual. Tenho certeza de que, se aqueles que propuseram a primeira Ação
Direta de Inconstitucionalidade vierem a propô-la novamente, o Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, composto por Desembargadores honrados e
sábios na área jurídica e no entendimento da vida social, não cometerão mais o
equívoco que cometeram no último julgamento, porque eu assisti, de certa forma
até envergonhado, a um Desembargador-Relator dizer que havia entendido
constitucional a Legislação há dez anos atrás, mas que os fatores de ordem
econômica e social haviam mudado a norma. Todos nós sabemos que o que muda a
norma é outra norma. O que vale é o que está na Constituição, no Código Civil,
no Código de Processo Civil, nas normas jurídicas. Portanto, temos certeza de
que esta Câmara honrou as suas melhores tradições de ser referência em
processos legislativos, trouxe para si o que é de seu direito, porque quem
feriu o princípio da independência e harmonia dos Poderes, neste caso
específico, foi o Tribunal de Justiça e não esta Casa.
Confiamos
no espírito público da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul,
que amanhã, de novo, irá referendar a Emenda Constitucional que já aprovou por
quarenta e cinco votos a zero no sentido de que os Municípios podem legislar
tanto sobre o horário, quanto sobre os dias, para regular o comércio. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, sexta-feira eu recebi um e-mail de um amigo meu que dizia que essa Administração que aí está
na Prefeitura é uma administração com o nome equivocado, o nome certo é
“administração para pular”, porque ele, reiteradas vezes, tentou um contato com
o DEP e com a direção do DEP e não conseguiu, e ele me disse que o negócio da
Administração mesmo era para pular de raiva, e eu só fui entendê-lo muito bem
no sábado.
Na
semana passada eu dizia, desta tribuna, do constrangimento de um Vereador ao
passar por algo errado na Cidade e os moradores da rua olharem para o Vereador
como a dizer: "O Senhor não toma providência?" Eu havia solicitado ao
eminente Prefeito - e a Lei Orgânica determina que em trinta dias ele responda,
e ele também não respondeu - que da Rua Germano Petersen Júnior, por onde passo
todos os dias, fosse retirado um veículo abandonado há meses. Era tanto tempo
que o veículo ali estava, que embaixo havia crescido um mato. Até achava que as
árvores que iam crescendo ali eram capazes de levantar o carro. Pois sábado de
manhã, ao passar por ali, eu pensei: "Olhem, me atenderam!" Estava
limpo o local onde o carro estava, o mato tinha sido retirado e andei mais
dezoito ou vinte metros e lá estava o carro. Apenas deslocaram-no dezoito ou
vinte metros; vai crescer outro mato e o Ver. João Antonio Dib, ao passar, vai
ter que pular de raiva mesmo, porque a Administração não está aí para atender.
Não quer atender, não pretende fazer algo que a Lei determina; pelo menos que
eles respondessem.
A
mesma coisa está na Rua Barros Cassal, esquina Irmão José Otão; lá está outro
automóvel abandonado, com um papelão no lugar dos vidros, pneus esvaziados, na
sucata, já, e a poderosa EPTC, que tem tanto dinheiro, não ajuda a limpar a Cidade.
Há
que pular de raiva! Fiz um pedido para retirar os dois carros, não sei por que
não os retiraram.
Mas
quero cumprimentar o Ver. Juarez Pinheiro porque ele trouxe aqui, agora, a
alteração constitucional que está-se pretendendo fazer no Governo do Estado. Em
primeira votação, quarenta e cinco a zero, aprovaram a Emenda tornando possível
o Município legislar sobre a data de abertura e não somente sobre o horário da
abertura do comércio. Nós fomos apressados, a matéria estava sub judice. É possível, até, que amanhã
- pelo menos é o que está previsto -, repita-se a mesma votação ou até, talvez,
não aconteça a mesma votação e a Emenda não passe.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Sr. Presidente, peço-lhe que acresça, depois, alguns segundos na
fala do Ver. João Antonio Dib. Ver. João Antonio Dib, escutava atentamente a
sua intervenção. V. Ex.ª entende que uma matéria que tem sua vigência suspensa
fica impedida de legislação por parte dos Parlamentos? É esse o seu
entendimento? Repito: uma matéria, suspensa a sua vigência, V. Ex.ª entende que
o Poder Legislativo sobre ela não pode mais dispor?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: O que eu dizia é que foi aprovado por
quarenta e cinco votos a zero, o que leva a crer que amanhã sejam referendados
esses quarenta e cinco a zero, mas pode também não ser, e aí a Emenda
Constitucional não vai valer. Mas isso prova apenas que o Judiciário estava
absolutamente correto. Provavelmente, os advogados competentes que os
sindicatos arrumaram mostravam aquela lacuna, e o Judiciário, em cima da
Constituição Estadual, decidiu corretamente. Não havia equívoco de parte dos
senhores Desembargadores, e não seria por vinte e três a um, se não fosse
realmente uma coisa muito bem documentada pelo advogado que recorreu. Mas, de
qualquer forma, a Casa agiu de forma absolutamente precipitada.
O Sr. Juarez Pinheiro: Ver. João Dib, V. Ex.ª entende que a
Constituição Federal se encontra num patamar superior à Constituição Estadual.
Se consta na Constituição Federal, no seu art. 30, inc. I, que existe a
autonomia dos Municípios para matérias de interesse preponderante, e se os
constituintes estaduais olvidaram na sua disposição ou não foram exaustivos no
que disciplinaram, V. Ex.ª não entende, tendo sete mandatos, que a Constituição
Federal é superior à Constituição Estadual?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu não tenho dúvida nenhuma de que é, mas
parece que o PT tem dúvidas, porque quando a Lei Orgânica agride a Constituição
Federal, o PT acha que está certo. Eu não tenho dúvidas. Saúde e paz! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra
em Comunicações.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, ocupo esta tribuna, em tempo de Comunicações,
para analisar a notícia de hoje, na imprensa de Porto Alegre, de que a SMIC
está autuando e retirando da orla do Guaíba, mais precisamente na Usina do
Gasômetro, os ambulantes que lá estão irregulares. Esse assunto tem sido debatido
aqui pelo Ver. Adeli Sell e por este Vereador, apresentando uma outra solução
para essa situação, que é a solução do cadastramento deste pessoal e da
construção ali por parte da Prefeitura de pequenos quiosques que possam
embelezar a orla e que estes quiosques sejam sorteados entre aqueles ambulantes
que já ocupam aquela área.
A
situação em que se encontra aquela área depõe contra esse trabalho sério que a
Prefeitura tem realizado para desenvolver os segmentos de lazer e turismo na
cidade de Porto Alegre. Aqueles ambulantes que ali estão - volto à carga,Ver.
Adeli Sell -, na situação em que ali estão, estão prejudicando não só o
trabalho deles próprios como o trabalho de fomento ao lazer, recreação e
turismo por parte da Prefeitura, e, também atentando contra a saúde pública.
A
pessoa que caminha, que faz exercício, que passeia naquela orla próxima à Usina
do Gasômetro, e que tem a intenção de fazer o seu lanche, de tomar o seu
refrigerante, corre sérios riscos de saúde. Primeiro, porque não há uma fiscalização
da saúde. Segundo: é a carroça, é a carrocinha, é o isopor grande, é o isopor
pequeno, é o calor de quarenta graus, a maionese jogada em qualquer lugar.
Então, é preciso que a Prefeitura discipline. Não adianta a SMIC fazer o que
fez e o que está publicado na imprensa hoje: ir lá autuar, retirar; é preciso
credenciar aquele pessoal, ordenar aquele pessoal e qualificar aquela
mão-de-obra.
O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) V. Ex.ª conhece a minha opinião sobre o caso. Tem um Projeto de Lei
aqui, temos dialogado sobre isso, tenho apanhado inclusive as suas
preocupações. Gostaria que me liberasse as notas taquigráficas para que eu, a
partir do seu pronunciamento, inclusive, reatasse esse debate com a Administração.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Muito obrigado, Vereador. As notas
taquigráficas estão liberadas, porque é um absurdo isso, Ver. Pedro Américo
Leal. É um absurdo! Os vendedores tomaram conta porque precisam trabalhar. Mas
é preciso disciplinar. Construam ali um quiosquezinho para cada um. Embelezem a
orla. Façam um sorteio entre aqueles que já estão ali. Agora, o que não pode é
continuar da maneira que está. Vou repetir: é uma coisa muito feia para aquela
paisagem, para aquela área, um risco de saúde às pessoas que freqüentam aquele
local. Eu freqüento aquele local, caminho ali quase que diariamente, e centenas
de outras pessoas freqüentam aquele local. Agora, não pode ser também uma
solução simplista como está na imprensa: a SMIC vai lá, faz a batida, retira,
autua. Não, tem que educar aquelas pessoas que vivem da venda de lanche, dar
condições àquelas pessoas para que o usuário daquele espaço se sinta tranqüilo
em poder fazer o seu lanche, conversar com os amigos, tomar o seu refrigerante,
a sua cervejinha, mas saber que tem qualidade de vida ali acima de tudo. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente dos trabalhos Aldacir
Oliboni, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, como eu sou Vereador de
Porto Alegre, gosto de falar dos problemas de Porto Alegre.
Eu
acho, ou tenho certeza de que o Prefeito João Verle, em boa hora, pretende
fazer uma reforma no Secretariado, porque, pelo que se vê, a Cidade está
abandonada. Em contato com alguns líderes lá da minha querida Restinga, o Sr.
Enilton Teixeira, o Sr. Everaldo Schusler, do grande Eli Cardoso dos Santos e
do Presidente da Associação Comercial e Industrial da Restinga, o Sr. Edmundo
de Freitas Pinto, vejo que estão extremamente preocupados com o emprego na
Restinga. E preocupados porque está lá o Parque Industrial da Restinga há mais
de dez anos a passo de tartaruga. E mais: a recicladora que está lá pronta com
máquinas, com equipamentos, fechada, deixando de gerar emprego na Restinga. É
uma tristeza! É uma pena!
Fala-se
em reforma do Secretariado, vem em boa hora, mas tomara que seja para melhor.
Outro
problema sério que enfrentamos em toda Cidade é o lixo. O lixo é um problema
sério. Temos o lixo lá no Jardim do Salso, na Rua 30, defronte a Escola Rosa
Brum. É um problema do qual já reclamamos, já falamos, há mais de dois anos
estamos falando nesse assunto e nada!
Tem
uma rua no Jardim Leopoldina, que é a Rua 16, que a população já denominou como
a "Rua do PT", porque está cheia de lixo, é intransitável. A rua é
uma quadra entre a Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira e a Rua São Paulo. Não
dá para passar! E lixo não só em zona pobre. Não! Olhem aqui, no Jardim Itú
Sabará, na Rua José Henrique Mariante, que beleza! Está aqui o lixo! (Mostra
foto.) Já estou fazendo o pedido de providências. Numa rua chique, de
edifícios, lixo! Na rua Karl Iwers, também lá no Itú Sabará, é uma vergonha!
Estão aqui as fotos. (Mostra fotos.) As praças estão abandonadas também. Esta é
a Praça Aura Pereira Lemos, lá perto da Karl Ivers, também no Itú Sabará.
Ontem
estive na Praça André Forster, Ver. Fernando Záchia, está um matagal só, grama
dessa altura. Por favor, é uma vergonha!
O
ramo da Segurança, cadê, Ver. Adeli Sell, as câmeras filmadoras no Centro?
Esgotos
pluviais, uma vergonha!
Está,
aqui, comigo, a Lorena Jung da Silva, moradora da Rua Agulhas Negras, lá no
Partenon, toda vez que chove, a sua casa é alagada, e o DEP não resolve. Bocas-de-lobo
entupidas, a cada chuva alaga. Por isso, Ver. Ervino Besson, dei parecer
favorável ao seu Projeto de colocar telas nas bocas-de-lobo para que a sujeira
não entupa mais as bocas-de-lobo. É uma vergonha!
Conservação
das vias, buracos e mais buracos. Temos aqui empresários das linhas de lotação
que podem atestar: nas ruas por onde passam as lotações há buracos e mais
buracos, a conservação está desleixada. É muito bom que venha a reforma do
Secretariado, mas para melhor. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
em Comunicações.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, às
vezes, a gente imagina o Partido dos Trabalhadores pelo nome: Partido dos
Trabalhadores, que luta pela redução semanal da jornada de trabalho, que luta
por um salário mais digno, por um salário mínimo mais digno, mais compatível ao
salário mínimo constitucional, que sirva para atender as necessidades de uma
família. Não é esse que está aí, que quer reduzir, mas mantendo o mesmo
salário.
Às
vezes, a gente imagina que tudo isso do discurso é realidade, mas, aqui na
prática do cotidiano da cidade de Porto Alegre, o discurso é um e a prática é
outra. Vou mostrar aos senhores. Felizmente o Rio Grande tem um Poder
Judiciário que restabelece as condições de justiça frente ao arbítrio do PT.
Vou registrar aqui o caso, importante, em agravo de instrumento prolatado pela
4.ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Há mais
de vinte anos os médicos concursados - e vou citar um caso específico - do
Departamento Municipal de Água e Esgoto têm uma carga horária de quatro horas
diárias. É óbvio que ao Ver. Estilac Xavier esse discurso não interessa, nem ao
Líder da Bancada do PT interessa esse discurso, eles continuam falando. O que é
preciso se manter é o discurso de redução da jornada de trabalho, e para o
trabalhador aplicar as durezas da lei. Então, o que acontece é o seguinte: os
médicos do DMAE foram cientificados de que a partir daquela data - isso há
quatro meses - o horário deles, que era de quatro horas diárias, durante mais
de vinte anos, concursados que são, a partir daquele momento seria de oito
horas diárias, não perguntando se esses médicos tinham outras atividades, se atendiam
a outros hospitais, Ver. Pedro Américo Leal. E eu imaginava que eles
respeitassem as quatro horas, que era o regime de trabalho há mais de vinte
anos. Na CLT é simples: aquilo seria direito adquirido.
Vejo
aqui pessoas ligadas ao táxi-lotação, ao serviço de transporte coletivo da
cidade de Porto Alegre, que sabem que se o motorista for contratado por
determinado número de horas não se poderá, amanhã, aumentar esse número de
horas, porque ele já tem direito adquirido sobre esse regime horário.
Pois,
esses médicos do DMAE tinham o regime de quatro horas diárias de trabalho, Ver.
João Dib, V. Ex.ª, que tem no DMAE uma referência, e eles queriam aumentar para
oito horas. Vieram aqui na Casa, falaram comigo, falaram com V. Ex.ª, mas o PT,
autoritário, disse: “Não, agora são oito e deu.” Inclusive temos conhecimento
de que em outras áreas da municipalidade o mesmo ocorre.
Mas,
eles não aceitaram e recorreram ao Poder Judiciário, entraram com uma ação, com
um pedido de liminar, no sentido de que se mantivessem as quatro horas.
Felizmente, a Dona Beatriz de Matos Albuquerque e outros agravantes contra o
Departamento Municipal de Água e Esgoto conseguiram o efeito suspensivo
pleiteado, “suspendendo a eficácia dos atos administrativos impugnados, que
convocam os agravantes para cumprimento de horário diverso daquele que vinham
observando, o direito de continuar a prestar seus serviços no regime de quatro
horas diárias e vinte semanais, sem que sofram qualquer sanção, inclusive
desconto em folha, até o definitivo pronunciamento da 4.ª Câmara Cível”. Ainda
bem que o Rio Grande tem um Poder Judiciário sério e que defende os interesses
dos trabalhadores; porque não é o PT, na Prefeitura de Porto Alegre, que
defende os interesses dos trabalhadores. Eles estão aumentando a carga horária,
enquanto o discurso é o da redução da jornada de trabalho. Discurso muito
bonito, não é Ver.ª Sofia Cavedon? O Governo de V. Ex.ª, nos discursos, lá na
Restinga, na Lomba do Pinheiro, prega a redução da jornada de trabalho, mas no
DMAE aumenta de quatro horas, a jornada dos médicos concursados, para oito
horas diárias, e de vinte horas semanais para quarenta horas semanais. Esse é o
estilo. Felizmente, o Poder Judiciário sustou o ato discricionário do
Departamento Municipal de Água e Esgoto. E eu, que fui tão liberal, votei
favoravelmente à possibilidade de que o Diretor do DMAE pudesse ser qualquer
pessoa com titulação de nível superior, não sendo somente engenheiro e tal. E
hoje esse moço apresenta atos tão discricionários contra os trabalhadores do
DMAE e, nesse caso, contra os médicos do DMAE. Mas o Poder Judiciário já
restabeleceu a justiça, mantendo as vinte horas semanais e não permitindo as
quarenta horas, como quer o bom patrão, que é o PT na Prefeitura.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
3302/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 207/02, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que proíbe, na indústria e no comércio em geral, o
ensacamento de mercadorias com peso superior a trinta quilos.
PROC.
3422/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 221/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que altera a Lei n.º 8.955, de 18 de julho de
2002, que permite a utilização de painel luminoso, com finalidade publicitária,
nos táxis cadastrados, no Município de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Saudamos a volta ao trabalho da nossa
colega Ver.ª Maristela Maffei, que foi vítima de um brutal acidente, do qual,
felizmente, salvou-se com vida, apesar de seu carro ter ido para o “beleléu”,
como se diz. Que Deus a proteja na sua jornada.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
Ver. Elói Guimarães proíbe, na indústria e no comércio em geral, o ensacamento
de mercadorias com peso superior a 30kg. Eu confesso que, como eu não esperava
que hoje tivesse Pauta, nem examinei, mas tem. Há dificuldade de entender esse
Projeto: “O descumprimento dessa Lei sujeitará o infrator às seguintes
penalidades” – cheio de penalidades, mas eu não entendo por que fica proibido
na indústria e no comércio em geral o ensacamento de mercadorias com peso
superior a 30kg. Quanto pesa um saco de arroz? Quanto pesa um saco de feijão?
Eu não estou entendo que dificuldades o Vereador encontra para que sejam
ensacadas mercadorias. São cereais, materiais de construção, saco de cimento é
de 50kg. O que eu faço? Não pode mais fazer, de acordo com o Vereador. Ele pode
ter uma boa idéia, mas tem de ser reexaminada, bem estudada e poderia deixar
para o começo do ano, mas tudo muito bem.
O
Ver. João Bosco Vaz está alterando uma Lei de 18 de julho de 2002. Lei deve ser
fruto da razão, da experiência e da luz, já ensinava um Governador do Rio
Grande do Sul, em 1830. E o Ver. João Bosco Vaz, evidentemente, deve querer
melhorar alguma coisa, não tenho dúvida.
O Sr. João Bosco Vaz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador,
essa alteração visa a que o Vereador, quando apresenta um Título de Cidadão de
Porto Alegre neste ano e não pode votar pela Lei, no próximo ano ele não poderá
apresentar outro. Então, estou tentando alterar para que, se protocolar nesse
ano e não votar, possa votar no próximo ano.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nesse Projeto de Lei eu concordo
plenamente com V. Ex.ª. Mas, o que eu estou analisando, e ainda que seja de V.
Ex.ª, é um Projeto de Lei de 18 de julho de 2002, que permite a utilização de
painel luminoso com finalidade publicitária nos táxis cadastrados em Porto
Alegre. Isso já é permitido. E V. Ex.ª está fazendo uma alteração.
O Sr. João Bosco Vaz: Estou fazendo a seguinte alteração: é que
se pode colocar no teto dos táxis, o que é um absurdo. Tem de ser permitido
colocar nas portas também, por que não? Então, estou querendo que além do teto,
possa ter nas portas também.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Um painel luminoso nas portas deve ser um
pouco difícil de ser realizado, mas de qualquer forma... Tudo bem, agora eu
entendi o Ver. João Bosco Vaz, não é luminoso, é propaganda. Então, vou ter de
estudar melhor e chegar à conclusão de que nas portas já é permitido também. Só
que a Prefeitura, por intermédio da sua poderosa EPTC, acredita que é dona da
Lei, está acima da Lei, e não permite. Mas não há nada que contrarie a
utilização das portas dos táxis para publicidade; mas a Prefeitura está acima
da Lei, e V. Ex.ª, por certo, está reforçando a Lei para que a Prefeitura passe
a cumprir aquilo que determina a Lei. Por isso que eu digo que a Lei deve ser
clara, precisa, concisa e respeitada. Vou ter que repetir sempre. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Paulo
Brum; Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, cidadãos e cidadãs de Porto
Alegre que acompanham a nossa Sessão e aqueles que nos assistem pela TV Câmara,
que sabem que aqui se discutem, em toda a Sessão, os Projetos de Lei. O grande
problema que nós temos é que, depois, eles vão para as Comissões, e temos
dezenas de Projetos de Lei na Ordem do Dia para votar, e não se votam. Então,
eu começo a me questionar da validade do tempo que se perde discutindo os
Projetos em Pauta, pois, quando se chega, de fato, ao momento da discussão para
valer, que é o voto, não se consegue votar.
Nós
tivemos de optar por votar um Projeto, num acordo feito aqui na Câmara, mas não
importa se o Vereador tem um Projeto ou onze, como é o meu caso. Os dois
Projetos estão em análise, e eu não vou usar o tempo todo, porque nós queremos
votar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Paulo Brum, presidindo os trabalhos;
Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, prezado público que acompanha os
trabalhos desta tarde, está em Pauta um Projeto do Ver. Elói Guimarães, sobre o
qual parece que temos um acordo, de alçada desta Câmara, para estabelecer o
tamanho dos sacos onde serão embalados os produtos no comércio de nossa Cidade.
Mas, este tema levanta uma série de questões que têm preocupado os Vereadores
da cidade de Porto Alegre e principalmente o conjunto dos comerciários de Porto
Alegre. Na verdade, ele traz o tema da humanização do comércio, ele levanta um
dos aspectos que mostram que, na lógica do livre mercado, na lógica do
vale-tudo regulado pela oferta e procura, pelo livre mercado, o ser humano
acaba pagando a conta. Quando nós discutimos, aqui, a necessidade de negociação
para a abertura do comércio aos domingos, a necessidade de uma mesa de
negociação para se estabelecer em que domingos, a necessidade de trazer ao
debate os pequenos comerciantes, levando em conta o grande prejuízo que eles
têm ao desregulamentar-se totalmente essa abertura, nós também estamos tratando
de um tema semelhante.
Nós
nos damos conta de conquistas importantes, fundamentais da história do
trabalho, como o horário de trabalho, a possibilidade de férias, a
possibilidade de previdência social, a característica de limitação do trabalho
da mulher, da criança e do adolescente - tivemos época em que isso não havia.
Essas conquistas todas, por incrível que pareça, ganharam corpo, consistência e
amplitude em período de ditadura, de Getúlio Vargas, quando os trabalhadores
experimentaram a seguridade social, uma legislação, a possibilidade de se
organizarem em sindicatos, apesar de toda a burocracia sindical, na época, ser
submetida, fiscalizada, “interferida” diretamente pelo Governo, portanto, uma
aprendizagem não das melhores, uma submissão da organização sindical, mas um
grande avanço na época em que não tínhamos nenhuma regulamentação ou direito
para o trabalho. Hoje, vivemos um recuo profundo nessa área, uma grande pressão
para flexibilizar totalmente as relações de trabalho, com iniciativas já
aprovadas na Câmara Federal, pelas quais os trabalhadores, em mesa de
negociação com seus patrões, vão definir suas férias, 13.º salário,
licença-gestante, horário de trabalho, etc.
Já
vimos que, com a reforma da previdência, o trabalhador, sim, vai pagar o ônus
dos desmandos da previdência pública. Com a reforma administrativa, com a
possibilidade dos contratos temporários, com o enxugamento do Estado, com o
PDV, o que nós estamos assistindo é a perda de um conjunto de garantias que,
mesmo que tenhamos conquistado nos períodos de ditadura, foram importantes e
fundamentais para os trabalhadores. E dizer que os trabalhadores vão garantir
isso em mesa de negociações, considerando a massa de desempregados disponível,
que torna frágil a organização sindical, que faz com que os sindicatos tenham
que defender emprego e não tenham condições de buscar uma condição de trabalho,
é realmente retirar o último tapete do trabalhador.
Desregulamentar
o trabalho aos domingos, dizer que os proprietários têm que discutir com os
funcionários para abrir o comércio aos domingos é retirar completamente a
capacidade e o direito que o trabalhador tem de discutir sobre o seu trabalho,
discutir o que ele deve receber como retorno pelo seu trabalho.
Então,
nós temos de nos dar conta do seguinte: talvez este Projeto simplesinho não
tenha muita interferência na vida das pessoas, mas ele chama a atenção para o
momento em que vivemos, um momento muito grave para os trabalhadores, um
momento de retorno, praticamente, à escravidão, à desregulamentação, um momento
em que se joga para os trabalhadores, numa situação de conjuntura totalmente
adversa, que a sua força de reivindicação e organização busque garantir, na
relação direta com o patrão, as suas conquistas.
Nós
temos que frear esse movimento, temos que freá-lo em nome da qualidade de vida,
em nome da redistribuição de renda. Com o Governo Luiz Inácio Lula da Silva nós
teremos condições, como movimento social, como movimento sindical, se
fortalecer a nossa autonomia e a nossa organização, se assumirmos o nosso papel
de apoiar e de construir políticas públicas, de fazer uma transição neste
Brasil, nessa situação dos trabalhadores. Assumindo isso, nós teremos condições
de barrar esse profundo desrespeito à luta dos trabalhadores e ao acúmulo da
suas vitórias conquistadas com tanto suor. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. João Bosco Vaz está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, há pouco, nesta tribuna, o Ver. João Antonio Dib
se referiu a este Projeto, de minha autoria, que está em Pauta, que altera a
Lei n.º 8.955, de 18 de julho de 2002; portanto, bem “fresquinha” esta Lei,
Ver. João Antonio Dib. No entanto, os taxistas de Porto Alegre, representados
pelos dois sindicatos - o SINTAPA e o SINTAXI - que têm essa preocupação e,
parece, que tem sido mais uma atitude administrativa, Ver. João Antonio Dib, da
EPTC, que está colocando na mesa, para os profissionais do volante, que a
propaganda, a publicidade nos táxis só pode ser colocada no teto.
Eu
acho isso, Vereador, preocupante, porque, com o custo da gasolina, com o custo
do insumo - como pneu -, com o desgaste, com uma série de outros itens que
fazem parte da planilha de custos, não há por que não permitir que os taxistas
possam usar propaganda, além de no teto do táxi, também nas portas. É um
dinheiro que vai entrar, um dinheiro para pagar combustível, o desgaste do
carro, para a troca de pneus, para uma série de outros itens que fazem parte da
planilha de custos.
Então,
eu, a pedido dos taxistas, protocolei este Projeto, que busca esta alteração,
que busca essa permissão. Mas, como disse o Ver. João Antonio Dib - homem que
já foi Prefeito e que há trinta anos está nesta Casa –, essa ordem, essa
determinação é mais um capricho da EPTC, é mais uma atitude administrativa da
EPTC ao não permitir esta possibilidade.
Então,
nós estamos mexendo na Lei e, muitas vezes, V. Ex.ª tem razão: os Vereadores
apresentam o Projeto, votamos o Projeto, ele vira Lei, o Prefeito sanciona,
regulamenta e ninguém cumpre. E se tem uma Lei que exige isso, por que a EPTC,
então, está contrariando a Lei e tomando atitude administrativa?
Então,
este Projeto, Ver. João Antonio Dib - quero contar com o seu apoio –vem para
corrigir esta situação. Que os taxistas de Porto Alegre possam usar as portas
do veículo, também, para divulgar produtos, empresas, marcas, para que possam
ganhar mais uma grana. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
venho discutir um Projeto da nossa iniciativa, que trata de determinados, mais
na área do atacado, dos ensacamentos com 50 e 60kg. Mas antes disso, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu quero saudar aqui a presença de uma área
econômica da Cidade, muito importante, estão aqui representantes da ATP –
Associação dos Transportes de Passageiros; estão aqui funcionários ligados ao
Sindicato dos Motoristas e Cobradores vejo a Eliane lá em cima; estão aqui
representantes da ATL, dos táxis-lotação. Então, quero saudar a todos. Quero
dizer que em um determinado período tive a oportunidade de trabalhar nesse
setor importante da cidade de Porto Alegre. E, ultimamente, com o próprio
Sindicato dos Motoristas e Cobradores em Porto Alegre, buscando uma série de
atendimentos às reivindicações por demais justas. Mas a matéria não é essa, e
eu vou me ater ao meu Projeto.
Este
Projeto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inclusive tem algumas dificuldades,
no campo da legalidade, porque trata de pesos e medidas; é mais na área do
atacado, no que diz respeito a gêneros alimentícios, que é o saco de 50 e 60kg.
Então,
nós estamos postulando e vamos encaminhar também ao Congresso Nacional, para
que os ensacamentos sejam de 30kg, inclusive para a área da construção civil.
Porque, muitas vezes, aquelas empresas que não dispõem de máquinas, de
empilhadeiras, os empregados é que carregam os sacos até o veículo do
comprador, um saco de 50 e 60kg. E isso tem determinado, no campo da saúde, traumatismo
de toda ordem. E o freguês, aquele que compra a mercadoria de 50 e 60kg, ele
também se vê submetido quando tem que descarregar na sua residência ou na sua
empresa. Por exemplo, sacos de cimento de 50 e 60kg, muitas vezes as pessoas
compram, transportam-nos em seus carros, mas têm que deslocá-los para algum
lugar. Isso traz determinados problemas de ordem de saúde, traumas em face do
peso excessivo. É uma velha reivindicação dos atendentes, dos funcionários de
lojas, dos funcionários de atacados que se vêem nessa contingência de ter que
transportar um peso altamente excessivo.
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Elói Guimarães, realmente tentei discutir o problema e
V. Ex.ª, no momento, não estava no Plenário, mas o saco de cimento não é
ensacado em Porto Alegre, assim como o arroz, o feijão, o trigo. Temos que ter
uma lei do Congresso e V. Ex.ª vejo que, na exposição de motivos, também quer
chegar lá.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Exatamente, eu disse de início que o
Projeto tem algumas dificuldades no campo da legalidade e da
constitucionalidade. É evidente que como o Município detém o controle do
alvará, ele pode, através da licença para o estabelecimento, determinar uma
série de freios. Essa matéria terá que ser resolvida no plano nacional, porque
são jogadas para as pessoas, tanto para atendentes como balconistas e clientes,
essas mercadorias com peso excessivo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Paulo
Brum, Deputado eleito. Colegas Vereadoras e colegas Vereadores, especialmente o
público que nos honra com sua presença aqui no Legislativo Municipal. Quero,
aqui, Presidente, desenvolver, nesse espaço de Liderança, uma reflexão sobre as
questões do meu Partido em nível nacional. Nós tivemos uma eleição presidencial
muito discutida por este País afora, onde, por soberania popular, escolheu-se
um Presidente da República por uma votação enorme. Talvez, nos últimos tempos,
nenhum Presidente tenha tido uma votação tão expressiva como teve o Sr. Luiz
Inácio Lula da Silva. O meu Partido, o PMDB, se dependesse das posições deste
Vereador, deste militante partidário, nunca teria se coligado com o PSDB ao
longo dos oito anos do Governo Fernando Henrique. No entanto, o Partido,
nacionalmente, deu sustentação, não na sua totalidade, mas na sua maioria, ao
Governo Federal do Sr. Fernando Henrique Cardoso, sendo que, no último pleito,
formalmente, houve uma coligação, onde o PMDB apresentou a candidata a
Vice-Presidenta do País, a Sr.ª Rita Camata. Eu quero aqui externar aquilo que
já fiz no meu Diretório Municipal e aquilo que fiz no Diretório Regional do
PMDB, e dizer que o PMDB está conduzindo mal em nível de País essa aproximação
com o Partido dos Trabalhadores em nível de Governo. O PMDB, Ver. João Bosco, é
um Partido que tem uma luta histórica, democrática, e que, nos momentos mais
difíceis da história, ele nunca faltou ao País e não faltará. Mas, para aprovar
os bons projetos de qualquer Governo que esteja exercendo o poder, não precisa
estar no Governo.
Eu
quero dizer publicamente para os Anais desta Casa que a condução, hoje
nacional, do Presidente do PMDB de ventilar a possibilidade de participar do
Governo me deixa mais do que entristecido, nos deixa aqui numa atitude de
repúdio a essa Direção Nacional, que não tem nenhuma autoridade para fazer
isso. Não é porque não queiramos que o Governo do Lula dê certo; queremos que o
Governo do Lula dê muito certo, porque o País tem de estar acima de qualquer
Partido político. Os interesses do País têm de estar acima de qualquer Partido
político! Portanto, o nosso Partido tem de analisar a reforma previdenciária, a
reforma política, a reforma tributária, que são temas extremamente vitais para
mudanças significativas da sociedade brasileira. Mas, para analisar, votar,
discutir, não precisa estar no Governo; o povo nos deu um caminho, o povo quis
que o PT estivesse no Governo e o povo elegeu o PT e a Frente Popular. Pois que
governe o PT, governe a Frente Popular, e nós, do PMDB, temos que fazer a
oposição responsável, não fazer, muitas vezes, como o PT fez ao longo dos anos,
fazer oposição por oposição, acho que temos que fazer uma oposição responsável,
mas a democracia não se sustenta, não se constrói, não se engrandece se você
não tiver um sistema de oposição responsável e qualificado. A alternância no
poder é importante para a oxigenação, é muito importante que haja alternância
no poder, tanto é que nós estamos lutando aqui em Porto Alegre, vamos ter
eleição daqui a dois anos, e queremos alternância no poder sim; são quatorze
anos, já, de administração, vão para dezesseis. É importante a alternância para
que outras políticas públicas alternativas possam ser implementadas na Cidade.
Foram oito anos de Governo Fernando Henrique, o povo soberanamente disse que
queria mudança e votou numa outra proposta política, e disse ao PMDB, que era
vice, que ele deveria ficar no outro campo, no campo da oposição.
Então,
eu quero, aqui, deixar para os Anais desta Casa que a condução do meu Partido,
o PMDB nacional, está na contramão da história, porque logo ali atrás, e ainda
continua pertencendo ao Governo Fernando Henrique, porque até o dia 31 de
janeiro ainda estão ocupando os cargos do Governo Fernando Henrique, já está
havendo possíveis negociações com o Partido dos Trabalhadores para fazer parte
de um governo de coalizão. Apoiar os bons projetos do País, sim; apoiar a Nação,
sim; apoiar a reforma tributária, sim; a Reforma da Previdência, sim; e tantas
outras reformas importantes para o País, mas dentro daquilo que o povo nos
delegou, nós somos oposição, não fomos eleitos para ser governo, quem foi
eleito para ser governo que governe, e nós que somos oposição vamos fazer a
fiscalização com responsabilidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Esta Presidência só solicita às
Lideranças que, por favor, inscrevam-se para fazer a Comunicação de Líder. O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, muito especialmente nosso querido Vereador e
quase Senador João Bosco Vaz, pois o que me traz a esta tribuna é falar bem da
saúde. Imaginem, eu que tenho vindo falar sempre mal das coisas da saúde, agora
venho falar bem da saúde, mas só no primeiro momento, porque depois, em
seguida, no segundo momento, vou falar mal um pouquinho.
O
Ministério da Saúde fez, em todo o Brasil, uma pesquisa com os usuários do
Sistema SUS de Saúde. Qual foi a grande notícia, que é boa para Porto Alegre,
para o Rio Grande do Sul e para nós que trabalhamos no Grupo Hospitalar
Conceição? O Hospital Fêmina, em todo o Brasil, obteve a nota mais alta de
satisfação que os usuários têm ao avaliarem o sentido do carinho, o sentido do
cuidado humanístico, o sentido do bom relacionamento entre o balcão e quem
procura o serviço de saúde; entre a enfermeira, que mede os sinais vitais e examina
e o doente, e entre o médico e os doentes. Então, o Hospital Fêmina, que
pertence ao Grupo Hospitalar Conceição e que está diretamente ligado ao
Ministério da Saúde, Ver. Paulo Brum, foi, em todo o Brasil, o que obteve o
maior índice de nota de satisfação dos usuários. Isso nos deixa contentes! É
uma maneira de avaliar o nosso trabalho, diretamente, pelo povo, que está tão
abandonado pelos serviços públicos de qualquer ideologia.
O
Hospital Fêmina é dirigido por dois homens que conhecem o trabalho da saúde,
pelo Bacharel Francisco Bern que é o Diretor-Administrativo, um homem exigente,
um homem calado, mas um homem conhecedor do trabalho, e pelo Dr. Cláudio
Ribeiro, que é ginecologista, como eu sou ginecologista; que é parteiro, como
eu sou parteiro, e que trouxe grandes avanços para o Fêmina.
O
Hospital Fêmina recentemente havia sido reconhecido como exemplo em atendimento
de gestante portadora do vírus da AIDS. O número de mulheres que engravidaram e
que estão com o vírus da AIDS é preocupante, mas não chegam a desenvolver a
doença, porque usam medicação. E o que a ciência descobriu? A primeira vitória
que a ciência teve contra a AIDS foi o fato de usar uma medicação só, apenas
uma medicação durante o pré-natal, que é o AZT, e a criança nasce sem AIDS.
Antigamente quatro crianças nasciam sem AIDS; noventa e seis nasciam com o
vírus e ficavam com a doença, hoje é o contrário: quatro crianças poderão
desenvolver a AIDS, quando a mãe é tratada durante a gestação e, em 96 partos o
vírus irá desaparecer e a criança não terá a doença. Essa é a primeira vitória
que a ciência, que os médicos, que a perseverança do humano teve contra esse
vírus nefasto. E quem é que puxa no Brasil, esse trabalho? Ah, é o Hospital
Fêmina! O Hospital Fêmina, sem alarde, vai fazendo o seu trabalho. Eu espero
que os médicos do Hospital Fêmina fiquem as quatro horas lá trabalhando. Por
quê? Porque o Hospital Fêmina paga melhor do que o SUS, porque o Fêmina paga
melhor que a Prefeitura, e eu só entendo que os médicos têm que atender um pouco
rápido - e aí está a minha queixa -, e que atendam um pouco rápido num posto de
saúde, mas atendam todas as pacientes, porque os governos, Presidente Paulo
Brum, pagam muito mal os funcionários da saúde, principalmente as enfermeiras,
os técnicos de enfermagem e os médicos.
Vamos
ver se a gente consegue resolver esse problema da permanência do médico, sendo
valorizado pelo gestor público no seu posto de serviço. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos a Emenda n.º 07 ao PLCE n.º
004/02, de autoria do Ver. Luiz Braz.
O
Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores. Nós temos debatido muito aqui, nesta tribuna, e
nas várias reuniões e diversas Comissões desta Casa, nas Comissões Especiais. E
desta vez uso a tribuna da Liderança do PPB para falar, mais uma vez, com
relação aos transportes alternativos da Cidade.
Sempre
se fez um grande alarde na Cidade e se tentou viabilizar, durante décadas, as
ciclovias na cidade de Porto Alegre. Nós nunca conseguimos isso. A ciclovia
permanente, diária, como transporte para o trabalhador e para estudantes, até
hoje não se estabeleceu na cidade de Porto Alegre. E uma das condicionantes
estabelecidas para a compensação ambiental da 3ª Perimetral foi, justamente, a
de implantar um sistema cicloviário para a cidade de Porto Alegre. Até agora
não se estabeleceu isso, não foram feitos, sequer, projetos. E se fez um grande
alarde para a ciclovia entre parques, entre o Parcão e a Redenção. Nós já
criticávamos o projeto, porque era um projeto importante sim, mas apenas
dominical e nos feriados, não era uma ciclovia como existe aqui na Região
Metropolitana de Porto Alegre e em outras cidades do Brasil e do mundo: uma
ciclovia diária para o trabalhador, para o estudante; até porque nós temos,
sim, a cultura da bicicleta aqui na cidade de Porto Alegre. Só que aí nós temos
um problema: além de ser apenas uma ciclovia dominical, ela, mesmo assim, não
está tendo o efeito que se desejaria, porque a própria Prefeitura está fazendo
eventos na Redenção em cima dessa ciclovia, nos domingos. Então, é um
desrespeito da própria Prefeitura, que fez um grande alarde, que fez um grande marketing de uma ciclovia apenas
dominical e de feriados e que nem nos feriados e nem nos domingos, muitas
vezes, pode ser utilizada de forma eficaz, porque há exemplos de shows na Redenção que são feitos em cima
dessa ciclovia, comprometendo o bom andamento dos ciclistas que fazem o
percurso entre os parques, Redenção e Parcão, e que têm de desviar justamente
ali, adentrando as avenidas com os carros, ocasionando um grande perigo para
eles.
Isso
é lamentável, porque, mais uma vez, mostra que a Prefeitura tem um discurso e
um marketing e na prática tem outro,
que adota uma política conservadora, porque não traz a ciclovia, que é uma
alternativa eficaz, moderna e já comprovada de que em até 6 km de distância, em
áreas urbanas, é o transporte mais rápido do mundo. Eu repito: a bicicleta,
quando transcorrida em ciclovias, é o transporte, em áreas urbanas, mais rápido
do mundo.
Nós,
mais uma vez, solicitamos à Prefeitura que respeite essa ciclovia que ela mesma
estabeleceu, mesmo que seja apenas aos domingos e feriados, mas que respeite aquela
faixa e não coloque os locais para shows
e eventos em cima dessas ciclovias e que, de uma vez por todas, respeite o que
determina o estudo prévio de impacto ambiental da 3.ª Perimetral, que consiste
em efetivar e apresentar à sociedade o sistema cicloviário para a cidade de
Porto Alegre. Porto Alegre precisa de um salto, Porto Alegre precisa evoluir.
Nós estamos esperando por isso, estamos dando todos os instrumentos que a
Prefeitura precisa, mas falta executar isso que a sociedade e a Câmara de Vereadores
têm procurado fazer. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Paulo
Brum, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, o Ver. Dr. Goulart falou
das coisas boas do Hospital Fêmina; mas, ontem, quem assistiu à RBS, após o Fantástico, ficou chocado. Não venho
aqui fazer juízos de valores, até por que não é esse o interesse, mas quero
dizer que fiquei chocado com aquelas cenas dos postos de saúde da nossa Cidade,
pela falta de médicos, que é uma coisa que já sabemos, e de remédios. E ontem
mais essa matéria chocante, mostrando que os médicos não cumprem aqueles
horários para atendimento da população.
Nós não podemos deixar passar em branco. A Comissão de Saúde desta Casa, Ver. Dr. Goulart, deve se pronunciar, porque nós não sabemos quem é que tem “culpa no cartório”, mas uma coisa ficou clara: o prejuízo, eu sei, é da população de Porto Alegre. A população de Porto Alegre está sendo prejudicada por essa briga do Executivo com as entidades médicas, e a população quer atendimento - e com razão. Dava pena ver pessoas de idade na fila. Uma não podia nem caminhar, queixando-se. Nós sabemos que em todas as atividades tem o bom e o ruim, não vamos fazer juízo aqui, mas a população quer resultados positivos, quer posto de saúde que tenha remédio, que atenda quando as horas são marcadas, ser bem tratada, independente da sua condição social.
No
Teledomingo de ontem, nós, em casa,
quando nos deparamos com aquela situação, ficamos constrangidos e
envergonhados, porque o SUS parece que resolveu todos os problemas, mas há um
conflito, Ver. Dr. Goulart, entre o Executivo, que comanda o SUS, e os centros
de saúde da Cidade, com a classe médica. Esse conflito não é bom para a
população de Porto Alegre, esse conflito não está fazendo bem, principalmente,
para a periferia da nossa Cidade, onde há as maiores necessidades, as maiores
dificuldades. Nós precisamos aqui falar. Se há hospitais que estão em nível de
Primeiro Mundo, nós estamos vendo nas periferias, onde as pessoas precisam
mais, têm poder aquisitivo mais baixo, bem abaixo, onde está realmente a
população sofrida da nossa Cidade, ela não está sendo bem atendida. Portanto, o
Executivo e as entidades médicas..., peço à Comissão de Saúde desta Casa que se
reúna, porque a nossa Cidade, a nossa população está pagando muito caro com
esse conflito, esse jogo de empurra para a sociedade médica e para o Executivo.
Nós temos que saber quem é que realmente vai dar as condições para a população
de Porto Alegre, porque ela não está tendo, através dos seus postos de saúde,
um atendimento digno. Olha, deu pena a matéria de ontem, mas não pode passar em
branco assim a matéria, temos que refletir nesta Casa, tem de repercutir nesta
Casa. Portanto, peço à Comissão de Saúde desta Casa que olhe esse aspecto da
comunidade, que está sofrendo. Só a acusação não basta. Temos de ir a fundo
nessa questão. Se não tem médico, por que não tem médico? Se tem médico e eles
não cumprem as quatro horas, por que não cumprem as quatro horas? Se não tem
remédio, por que não tem remédio? A população, principalmente a carente, está
pagando caro nesse jogo de empurra-empurra. São os médicos que estão falhando
ou a Prefeitura que está falhando na administração dos postos de saúde? Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Queremos registrar a presença do Sr.
Apolinário Rebelo, ex-Presidente da União Brasileira de Estudantes, UBES, que
nos visita na tarde de hoje.
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. Paulo Brum, que
preside os trabalhos na tarde hoje, demais Vereadores, Vereadoras, cidadãos que
nos acompanham no dia de hoje, lideranças do Sindicato dos Rodoviários,
lideranças da comunidade da Restinga, companheiro Apolinário Rebelo,
ex-Presidente da UBES, e outras lideranças presentes no dia de hoje. Em
primeiro lugar, queríamos cumprimentar a categoria comerciária de Porto Alegre,
os pequenos e médios comerciantes e a cidadania em geral pela aprovação, na
quinta-feira passada, por ampla maioria, por votações de dezesseis, dezessete,
vinte votos a zero ou a um ou dois votos, do Projeto de Lei do Ver. Nereu
D’Avila que regulamenta a abertura do comércio aos domingos em Porto Alegre,
acabando com a situação de verdadeira selvageria que foi criada com uma liminar
concedida pela Justiça deste Estado. Através de uma liminar, suspendeu-se uma
decisão transitada em julgado do Pleno do Tribunal de Justiça do Estado. Algo
inédito no mundo jurídico, mas aconteceu.
Queríamos
dizer também que, no dia de amanhã, vota-se, em segundo turno, o Projeto de
Emenda Constitucional da Deputada Jussara Cony, do PC do B, que altera o art.
13 da Constituição, que hoje afirma que é da competência do Município dispor
sobre o horário de funcionamento do comércio e aperfeiçoa dizendo dispor sobre
o horário e dia de funcionamento, para que não paire dúvidas sobre a soberania
desta Câmara de legislar sobre horário e dia de funcionamento do comércio.
Aliás, o que independe, Ver. João Dib, do dito da Constituição Estadual, porque
a Constituição Federal, que é a Lei Maior, nos diz que é competência do
Município deliberar sobre assuntos de interesse local. E se o comércio abre no
domingo ou não abre, é competência municipal, é interesse local, porque uma
coisa é uma cidade turística como Canela e como Gramado, ou uma praia como
Tramandaí, e outra é uma cidade como Porto Alegre. Aliás, entendimento que o
Dr. Clarindo Favretto, Juiz há nove anos, Ver. Juarez Pinheiro, ao decidir
sobre a mesma questão, deliberou no sentido de que a lei municipal era
competente. Surpreendentemente, hoje mudou de idéia. Então, acho que todos os
Vereadores desta Casa e o movimento social devem acompanhar com atenção a
votação de amanhã na Assembléia Legislativa, porque, na semana passada, foram
quarenta e cinco votos a favor da Emenda e zero contra. Só que os senhores
empresários já disseram que vão fazer um lobby
para mudar a decisão da Assembléia. E o povo de Porto Alegre vai acompanhar.
Será que uma decisão de quarenta e cinco votos a zero será modificada amanhã
sob pressão dos empresários? O que está em julgamento é a autonomia, a
independência e a honradez da nossa Assembléia Legislativa, no dia de amanhã,
ao decidir sobre isso.
Por
último, queria dizer que hoje, 9 de dezembro, nós festejamos os noventa e oito
anos de uma grande liderança negra deste Estado, o ex-Deputado classista de
1935, Deputado Estadual diversas vezes, Deputado Federal, Presidente da
Assembléia Legislativa, primeiro Governador negro deste Estado por duas vezes,
que é Carlos da Silva Santos, que, no dia de hoje, comemoraria noventa e oito
anos. Nós estaremos, nesta tarde, às 18h30min, na esplanada Deputado Carlos
Santos, que fica na Av. Ipiranga, entre os dois braços da Rua São Manoel, ali
onde é a Av. Silva Só, descerrando a placa denominativa da “Esplanada Deputado
Carlos Santos”, um Projeto do ex-Vereador Wilton Araújo, que há dez anos estava
aprovado e não havia sido inaugurado. Nós fomos suscitados pelo Sr. Nilo Feijó,
Presidente da Sociedade Satélite e Prontidão, fizemos toda uma tratativa com o
Governo Municipal, e, na tarde de hoje, às 18h30min, em um ato festivo,
estaremos descerrando essa placa, para a qual convidamos a comunidade negra,
mas também todos aqueles cidadãos que querem resgatar esse povo tão sofrido,
tão discriminado, que tanto tem contribuído para a sociedade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, porto-alegrenses que lotam nossas salas,
acompanhando os trabalhos desta tarde.
Inicialmente, eu queria resgatar desta tribuna a importante atuação feita pela Comissão de Defesa do Consumidor, na sexta-feira passada, que juntou dezenas de entidades de defesa do consumidor, entidades governamentais e entidades empresariais, na busca da melhoria da situação dos preços, fundamentalmente dos preços da cesta básica do nosso Município, que é um dos dramas mais sérios enfrentados pela população, pelos consumidores de uma forma geral da nossa Cidade. Nossa Comissão decidiu seguir cumprindo com sua responsabilidade, esse seu papel de Comissão Técnica desta Casa e de contribuir na luta pelos direitos dos consumidores, constituir-se no espaço de negociação, onde os empresários, as entidade governamentais e os consumidores possam sentar e colocar na mesa as possibilidades de alternativas para um acesso a melhores preços, fundamentalmente nessa etapa do final do ano, quando os preços sobem normalmente pela mudança do padrão de consumo originado do 13.º salário.
Eu
queria, ainda, dizer às Sr.ªs Vereadoras e aos Srs. Vereadores que
amanhã é uma data extremamente importante para a humanidade. Amanhã, 10 de
dezembro, nós, os militantes do Movimento de Direitos Humanos, os democratas,
as pessoas que lutam pelos direitos das pessoas, de uma forma em geral,
estaremos todos muito envolvidos na comemoração do Dia Internacional dos
Direitos Humanos. A nossa Comissão de Direitos Humanos nesta Casa estará
fazendo três atos de grande importância no dia 10 de dezembro. Primeiro, nós
estamos encerrando a nossa campanha que está sendo feita nesta Casa, através do
comitê “Natal sem Fome” da Câmara Municipal de Porto Alegre, que continua
recebendo donativos, materiais, brinquedos, materiais não perecíveis para
ajudar entidades assistenciais que procurarão construir um Natal mais feliz e
com um mínimo de fartura, neste final de ano. Então amanhã, às 14h30min, as
entidades dos funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre, as suas
diretorias, por uma orientação do Presidente desta Casa, o Ver. José Fortunati,
acatando uma decisão da Comissão de Direitos Humanos, estarão amanhã encerrando
essa atividade de solidariedade, de respeito humano, que é a nossa campanha
“Natal sem Fome”.
Aproveitando
ainda essa data, a Comissão de Direitos Humanos acolheu uma sugestão de um
fotógrafo amador, estudante de Jornalismo da PUC, e estará abrindo uma
exposição que se chama “Direitos Humanos das Crianças”, essa exposição será uma
exposição fotográfica aqui, no hall
da nossa Câmara, que durante toda a semana ficará aberta ao público a partir
das 16 horas. Então, às 16 horas, nós estaremos formalmente inaugurando essa
exposição fotográfica, e eu quero convidar todas as senhoras e senhores para
olhar essa exposição, porque é uma exposição de muita beleza e, ao mesmo tempo,
de uma tristeza enorme. Ela expressa sentimentos de abandono de uma parcela
significativa das crianças de Porto Alegre que estão à margem do atendimento
das políticas sociais do nosso Município, com fotos incríveis, muito trágicas,
de crianças em situação de abandono e vítimas da exploração de mão-de-obra
infantil. Então essa é uma contribuição que a Comissão de Direitos Humanos dá
no Dia Internacional dos Direitos Humanos, dando visibilidade a essa triste
realidade do nosso Município. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pelo PT.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Paulo
Brum; Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, esta Casa se debruça,
nesta semana, sobre temas fundamentais para a cidade de Porto Alegre, alguns
deles polêmicos, mas todos têm a marca da propositividade e da responsabilidade
que os Vereadores e Vereadoras têm com a Cidade, e que a Administração Popular
também tem com esta Cidade. Hoje, discutiremos o Projeto que trata da
reformulação e dinamização do Centro da cidade de Porto Alegre. Está em Pauta a
discussão da criação da Secretaria de Direitos Humanos, a discussão sobre o
IPTU, Projetos para a reiluminação da Cidade, diferentes projetos dos Vereadores,
que tratam de temas setoriais, que retratam necessidades e angústias da
população, mas a Bancada do Partido dos Trabalhadores quer marcar aqui o
momento que vivemos, de constituição de um novo governo no País. É um governo
ao qual o povo brasileiro concedeu um imenso respaldo popular e que tem a marca
da contraposição ao projeto, ao programa em curso no Brasil.
O
Governo Lula será um Governo que, por mais que digam que o Lula mudou, que o
Lula, hoje, dialoga, que figuras antes inusitadas conversam sobre a
possibilidade, inclusive, de compor o Governo, será um Governo que jamais
negará suas origens, porque o líder Luiz Inácio Lula da Silva e o seu Partido
se constituem, se forjam na luta dos trabalhadores. Esse é o seu compromisso
central. Está na pele, está na formação política, está no jeito de fazer
política, está na constituição do ser inteiro de Luiz Inácio Lula da Silva a
luta dos trabalhadores, a luta pela democratização do País, a luta por
condições dignas de vida e de trabalho, a luta por distribuição de renda. Está
na pele, na vida e na forma de ser de Luiz Inácio Lula da Silva o Partido dos
Trabalhadores, Partido que ele criou a partir da crítica dele e de milhares de
trabalhadores, a partir da crítica sobre as alternativas que tínhamos no País,
que eram alternativas que não representavam a ruptura com o modelo vigente e os
interesses da classe marginalizada.
Portanto,
por mais que seja um Governo de diálogo, de coalizão, é um Governo que vai,
sim, conversar com as forças progressistas, com as forças de centro deste País.
Ele terá esse compromisso “fundante”, essa marca indelével, e até por isso esse
Governo não poderá deixar de contar com o movimento social organizado, com o
movimento sindical, com o movimento popular, para que ele seja, realmente, uma
perspectiva de transformação, de transição para um outro modelo, onde cada
cidadão será incluído, estará representado, em que o País ganhará autonomia,
desenvolvimento, emprego, renda e dignidade. Esse Governo tem de estar permeado
e pautado pela auto-organização dos movimentos sociais. Não serão os acordos no
Congresso, não serão articulações de gabinetes que imprimirão a marca de
mudança neste País; será a massa dos trabalhadores presente, forte, organizada,
propositiva, dando garantias, dando viabilidade social para a mudança. Essa é a
responsabilidade de todos nós, que essa cidadania seja incentivada, seja
potencializada neste País. Só assim o Governo Lula terá condições de ser um
governo que represente a sua origem e que represente os milhões de votos na
mudança concedidos à figura de Luiz Inácio Lula da Silva.
As
condições estão postas, a responsabilidade é de cada um. Não transigir nas
questões fundamentais - a defesa do povo brasileiro - será a marca de Luiz
Inácio Lula da Silva. Enfrentar a fome, enfrentar a desigualdade, enfrentar o
desemprego será a sua persistência. A nós cabe darmos respaldo e estarmos muito
presentes nessa transição. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Havendo quórum, passamos à
(O
Ver. José Fortunati assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente dos trabalhos, um
esclarecimento antes de nós entrarmos na votação. Este Vereador, na Sessão
passada, apresentou um Requerimento, que foi votado por este Plenário, de
renovação de votação de um Projeto da nossa autoria. E eu estou lendo
atentamente o art. 196, no seu parágrafo 5.º, que diz que, aceita a renovação
de votação, deve entrar em votação na Sessão subseqüente, portanto, nesta
Sessão. Eu pego o espelho de votação e vejo que o meu pedido de Renovação de
Votação está lá, no décimo lugar, portanto, não chegaremos lá. Eu queria que a
Mesa me esclarecesse, porque, para mim, não deixa dúvida o Regimento, que diz
que tem que ser votado nesta Sessão. Alguém pode ter uma interpretação
diferenciada, agora, eu gostaria de saber como V. Ex.ª entende este Regimento,
no que diz respeito a esta matéria.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, é
desnecessário novamente. V. Ex.ª responderia, de pronto, ao Ver. Sebastião
Melo, mas o Ver. Sebastião Melo, tempestivamente, realmente, encaminhou o seu
pedido de Renovação de Votação, só que esta Câmara de Vereadores não está
obrigada a votar o Requerimento do Vereador nesta Sessão ou em outra. Agora,
votado o Requerimento e aprovada a Renovação de Votação, é isso que o Regimento
diz, que será imediatamente, na outra Sessão. É essa, no nosso juízo, a
interpretação que temos dado. Ou seja, o Vereador entrou tempestivamente; agora,
a nossa Casa não está obrigada a votar nesta Sessão ou na próxima, está
obrigada a apreciar, apenas, o Requerimento do Vereador. Quando apreciar, e se
for positiva a decisão da Câmara, logicamente, na outra Sessão, nós teremos que
renovar a votação do Projeto do Vereador.
O SR. PRESIDENTE: Para responder a Questão de Ordem do Ver.
Sebastião Melo, esta Presidência comunica que o acordo realizado entre a Mesa
Diretora, com todas as Lideranças, será cumprido a bom termo. Isso significa
que, regimentalmente, todo o Projeto de Lei que não tiver a diferença superior
a três votos, pode sofrer, pode ter um Requerimento de renovação de votação,
que, caso aprovado pelo Plenário, obrigatoriamente, deverá também ser votado.
Esta Presidência, meu caro Ver. Sebastião Melo, está garantindo que entre os
Projetos de Lei a serem votados até o final desta Sessão Legislativa,
encontra-se o Projeto de Lei de sua autoria.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA
(Requerimento): Sr.
Presidente dos trabalhos, vamos entrar, agora, na análise dos projetos. Fazemos
um Requerimento para que sejam apreciados primeiramente o PLL n.º 215/02 e o PR
n.º 109/02, de autoria do Ver. Elói Guimarães e deste Vereador,
respectivamente.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, estou de acordo com o
Ver. Carlos Alberto Garcia, porque está dentro, rigorosamente, do que foi
combinado, que os títulos, nomes de ruas, etc, estariam fora daquela combinação
que tínhamos feito.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Esta Presidência tem o entendimento de
que o acordo firmado entre as Lideranças e a Mesa Diretora não levava em
consideração a prioridade sobre os Projetos que diziam respeito a nomes de ruas
e outorgas de algum tipo de título que pudesse aqui ser apreciado. Por isso,
acatamos o Requerimento do Ver. Carlos Alberto Garcia.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3367/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 215/02, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. João Baltezan
Ferreira.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM, em 09-12-02.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLL n.º 215/02, de
autoria do Ver. Elói Guimarães. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação
nominal. (Pausa.) (Após apuração nominal.) APROVADO
por 28 votos SIM.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3250/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 109/02, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que concede o
título honorífico de Líder Comunitário ao Sr. Joaquim Moreira Brochado Amaral.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM, em 05-12-02.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o PR n.º 109/02, de autoria
do Ver. Carlos Alberto Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Ervino Besson, relativo ao PLCL n.º
022/01, que cria o Conselho Municipal de Justiça e Segurança, os Fóruns
Municipais e Regionais de Justiça e Segurança e os Conselhos Comunitários de
Justiça e Segurança, que possibilita renovação de votação conforme
justificativa, segundo o art. 196. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
com a abstenção do Ver. Juarez Pinheiro.
Apregoamos
a Emenda n.º 08 ao PLCE n.º 004/02, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que
modifica o art. 3.º, que concede a remissão do Imposto sobre a Propriedade
Predial e Territorial Urbana e Taxa de Coleta de Lixo para todos os exercícios
de 2001 e 2003 aos imóveis tributados em decorrência do art. 26 e art. 27 da
Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999, e, para os anos de 1997
até 2002, aos imóveis enquadrados no parágrafo 4.º do art. 5.º da Lei
Complementar n.º 7, de dezembro de 1973, inclusive àqueles utilizados para
residência do proprietário ou seus familiares.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3333/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 212/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
altera dispositivo da Lei n.º 4.629, de 23 de novembro de 1979, e alterações
posteriores, que dispõe sobre a concessão de reajustes tarifários para os
serviços de táxis e lotações.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 09-12-02.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLL n.º 212/02, de
autoria do Ver. João Bosco Vaz. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1223/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
dispõe sobre as cores a serem usadas pelas caçambas destinadas à retirada de
entulhos, no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Substitutivos n.os 01 e 02.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela rejeição do Projeto e do
Substitutivo n.º 01, e aprovação do Substitutivo n.º 02;
- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e
rejeição dos Substitutivos n.os 01 e 02;
- da CUTHAB. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela rejeição do Projeto e
do Substitutivo n.º 01, e aprovação do Substitutivo n.º 02;
- da COSMAM. Relator Ver. Beto Moesch: pela rejeição do Projeto e do
Substitutivo n.º 01, e aprovação do Substitutivo n.º 02.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM, em 04-12-02.
O
SR. PRESIDENTE (José Fortunati):
Em discussão PLL n.º 058/97, com Substitutivos n.ºs 01 e 02. O Ver.
Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir, por cedência de tempo do Ver.
Dr. Goulart.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, o Projeto é importante, deve ser discutido, não
pode passar no “oba”, não pode passar; até por que o Projeto original tem o
Substitutivo n.º 1 e tem o Substitutivo n.º 2, Ver. Sebastião Melo, embora
trate de um assunto que V. Ex.ª poderia dizer que seria um pouco superficial,
mas envolve a segurança das pessoas. Porque este Projeto, Ver. Sebastião Melo,
que é um atento e permanente ouvinte desses assuntos, dispõe sobre as cores a
serem usadas pelas caçambas destinadas à retirada de entulhos. Ah! As famosas
caçambas que, Ver. Pedro Américo Leal, tantas atribulações causam, por inúmeros
desrespeitos e até porque essa matéria merece uma reavaliação mais aprofundada
dos senhores legisladores, porque até acidentes já foram causados por algumas
caçambas, cujos prazos não são muito claros nas suas remoções; ficam semanas,
algumas viram o mês, e nada é feito.
Este
é um Projeto bom para passar a tarde discutindo. Eu não sei, Vereador, de
repente, entra numa daquelas assim “em discussão e votação”, e a Casa vai indo
assim e nós aprovando as coisas. Esta Casa tem de debater os Projetos, Ver.
Pedro Américo Leal. Um Projeto que tem dois Substitutivos, um do Ver. Guilherme
Barbosa... O Projeto, propriamente, é do Ver. Reginaldo Pujol. O Ver. Reginaldo
Pujol, no seu art. 1.º - nobre Ver. Ervino Besson, a quem eu convido para
debater sobre este assunto -, estabelece que as caçambas utilizadas para
recolhimento de entulhos de demolições ou para qualquer outra finalidade em via
pública, devem, necessariamente, ser pintadas em cores fortes e fluorescentes.
O
Ver. Reginaldo Pujol não quer discutir nada no dia de hoje; é interessante,
pois o Ver. Reginaldo Pujol, que é um Vereador que debate os seus Projetos, eu,
neste momento, observo que ele não discute, deixa passar os Projetos. Eu não
sei onde ele quer chegar. Ele que é um homem que debate, um homem polêmico, e
que por isso merece a admiração dos Vereadores desta Casa. Eu não sei se é
porque ele não se encontra no melhor vigor de seu estado físico, mas mexe na
Lei n.º 7.969
Posteriormente, nós temos o do hoje
Secretário da SMOV, Ver. Elói Guimarães. Eu lhe concedo um aparte, Vereador
Reginaldo Pujol, até porque outro Vereador, certamente, vai-me ceder o tempo
para que eu possa continuar no debate. Este assunto tem de ser discutido.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, eu fico
tranqüilo em ouvir V. Ex.ª, que até comenta que eu devo estar um pouco
adoentado no dia de hoje, e estou. Estou convalescendo de um estado gripal
muito forte, e V. Ex.ª sabe disso, estou fazendo um esforço para estar hoje
aqui. E só não discuti o assunto anterior que a Casa conheceu a respeito do
Projeto do Ver. João Bosco Vaz, porque já o tinha discutido anteriormente, e
estava amplamente convencido a respeito dele, eu, V. Ex.ª e todo o Plenário
que, unanimemente, aprovou a proposta.
Eu
gostaria que nesta matéria V. Ex.ª se vinculasse ao Substitutivo n.º 2.
O SR. ISAAC AINHORN: V. Ex.ª já se acertou com o PT? Com o
Ver. Guilherme Barbosa? Ou não? Porque há dois Substitutivos e, se há uma
composição, eu até vou-me ater ao Substitutivo n.º 02.
O Sr. Reginaldo Pujol: Eu me acertei com a Casa, ao longo dos
cinco anos em que está tramitando este Projeto.
O SR. ISAAC AINHORN: Exatamente por isso que eu penso que ele
deve ser debatido.
O Sr. Reginaldo Pujol: Ao longo desses cinco anos, o
Substitutivo n.º 2 está subscrito por mim, atendendo às ponderações das várias
Comissões da Casa.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu até, em face das ponderações de V.
Ex.ª, gostaria que V. Ex.ª viesse à tribuna - não é, Ver. Elói Guimarães? -,
para nós conhecermos a amplitude.
Vejam
V. Ex.ªs que o Ver. Reginaldo Pujol me aparteou em um alentado e
longo aparte. Aliás, o Ver. Reginaldo Pujol merece, porque é um estudioso.
Sr. Presidente, há tantos
Pareceres neste Projeto que não parece com os Projetos provenientes do PT, que
vêm à Ordem do Dia com o art. 81.
O
Substitutivo n.º 02 diz o seguinte: “Fica acrescentado...” - parece que a
matéria, Ver. Reginaldo Pujol, somente envolve técnica legislativa – “...o
parágrafo 2.º ao art. 2º da Lei n.º 7.969, de 21 de janeiro de 1997, passando o
parágrafo único para parágrafo 1.º, com a seguinte redação: ‘As caçambas
estacionárias deverão ser necessariamente pintadas em cores fortes e
fluorescentes’.”
Pelo
que observo, o Ver. Reginaldo Pujol apenas dá um novo tratamento técnico. É
isso, Vereador? V. Ex.ª apenas incluiu o dispositivo em um parágrafo da lei
existente, em vez de ter feito uma nova redação ao novo artigo?
Eu
quero dizer que acho que embora essa matéria tenha tramitado por cinco anos, na
realidade ela deveria ter uma natureza mais abrangente em relação à Lei n.º
7.969, de 1997. Quanto às caçambas estacionárias, elas deveriam envolver
questões mais abrangentes, numa nova visão legal, uma vez que V. Ex.ª apenas
fere a questão das cores das caçambas. Vejam V. Ex.ªs, hoje as
caçambas, de acordo com a Lei n.º 7.969, devem ter uma sinalização reflexiva,
mas, infelizmente, a Administração Municipal não observa uma fiscalização
rigorosa em relação às caçambas. Quem observa essas caçambas de recolhimento de
entulho vê que elas nem mais estão pintadas, elas estão completamente
enferrujadas, e não há observância da Lei n.º 7.969 que exige pinturas
reflexivas. Agora, o que o Vereador Reginaldo Pujol quer demorou cinco anos
para vir à discussão - vejam como algumas coisas, às vezes, são morosas nesta
Casa -: que as caçambas sejam pintadas com cores fortes e fluorescentes. Há
cinco anos tramita este Projeto. Eu acho que, no fundo, o que precisaria, nesta
questão, seriam cominações mais fortes na obrigação do uso das caçambas nas
áreas públicas da Cidade, porque, embora hoje exista uma legislação que
estabelece que elas tem que ter pinturas reflexivas, 80% das caçambas que estão
instaladas transitoriamente na cidade de Porto Alegre, Ver. Pedro Américo Leal
- e V. Ex.ª deve testemunhar isso -, sequer cor têm, estão completamente
enferrujadas. E cadê a fiscalização da Prefeitura? Quede a fiscalização da
Prefeitura, que deveria coibir os abusos por parte das empresas que operam no
ramo das caçambas estacionárias?
Hoje
o Vereador apresenta a alteração da lei, afirmando que elas devem ser pintadas
com cores fortes e fluorescentes. A idéia é boa, é positiva, o Projeto,
tecnicamente é bem-apanhado. Demorou muito tempo! Mas deveria ser mais vigorosa
a fiscalização por parte da Prefeitura, pelas razões já aqui mencionadas. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir o PLL n.º 058/97, com Substitutivo nºs 01 e 02.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, eu penso igual ao Ver. Isaac Ainhorn: nós temos que debater as
matérias, os projetos. Nesse sentido é que eu procedo ao longo da minha
história aqui na Câmara. Mas, na crítica que se pode fazer, com relação às caçambas,
evidentemente, não se pode incluir todas as empresas. Há algumas empresas que
cumprem com as determinações no que respeita à cor, no que respeita à colocação
no passeio, mas o que se vê e tem-se visto, ultimamente, é um absoluto
desregramento, e uma omissão fantástica, fantástica, da Prefeitura, no que diz
respeito à fiscalização.
A
Prefeitura passa, as informações são levadas à Administração, e ela não move
uma palha sequer para fazer com que seja cumprido o que já existe legislado,
que é exatamente deixar-se a rua para a circulação do trânsito.
Então,
falta, efetivamente, a fiscalização capaz, exatamente, de prevenir o que vem
acontecendo há muito tempo: acidentes. Inclusive há registros de um acidente
ocorrido com morte, em face de uma caçamba colocada no leito da rua de forma
absolutamente irregular, na qual um carro bateu, tendo morrido o seu condutor.
Sem falar no conjunto de preocupações que a população, vez por outra, está
trazendo às autoridades - à Câmara e ao Executivo - no sentido de não se interromperem
as ruas. Há que ter – esse regramento está sendo feito - um determinado
horário. Não podem ficar jogados, no leito da rua, esses enormes recipientes
denominados caçambas, criando toda ordem de dificuldades ao fluxo normal do
trânsito e também comprometendo a segurança do trânsito e, de resto, das
pessoas. Por outro lado, já temos, reiteradamente, abordado este assunto:
joga-se a caçamba no leito da rua, esquece-se a caçamba e ela, ali, passa dias
e dias.
A
caçamba é um serviço importante para aquele que faz reformas, pois, com o
serviço da caçamba, ele não joga o aterro na frente do passeio. É uma
tecnologia importante a caçamba, mas, pela forma como é feito o seu uso, ela se
transformou de uma solução para aquele que necessita tirar o seu aterro e
entulho num problema para a cidade de um modo geral.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Convenhamos, Vereador, o que falta é fiscalização. A Prefeitura não
está fiscalizando o estacionamento das caçambas, que nós regulamentamos, por
iniciativa do Ver. Jocelin Azambuja, não sei se V. Ex.ª está lembrado, há uns
quatro, cinco anos. A Prefeitura não fiscaliza essa colocação de caçamba, V.
Ex.ª tem razão.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou grato a V. Ex.ª, incorporo a manifestação
de V. Ex.ª ao meu discurso. Eu encerro, Sr. Presidente, dizendo que se trata de
um Projeto, de uma tentativa no sentido de resolver esse problema que não deixa
de ser grave para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Beto Moesch está com a palavra
para discutir o PLL n.º 058/97, com Substitutivos nºs 01 e 02.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, este tema é mais um que pode parecer, num primeiro
momento, simples, mas, justamente por ser simples, é de vital importância para
a trafegabilidade na cidade de Porto Alegre, tanto para os automóveis, quanto,
principalmente, para quem está conduzindo os automóveis e inclusive para
aqueles que estão de carona. Vários acidentes, inclusive fatais, se registraram
nessas caçambas, sobre as quais estamos discutindo agora. São caçambas largas
que ficam na rua e que, mal sinalizadas, à noite, fazem com que, muitas vezes,
os veículos que estão trafegando, batam nessas caçambas, ocasionando acidentes,
inclusive, fatais. Isso sem falar do problema das caçambas mal-estacionadas que
adentram as calçadas, comprometendo o pedestre, infringindo o Código de Obras,
o Código de Edificações. Cabe a esta Casa aprimorar a legislação existente,
porque, quando o Código de Edificações foi feito, não existiam essas caçambas.
Então, temos que acabar com esta atividade? Não, nós temos que discipliná-la de
uma maneira mais eficaz. Nós temos que exigir a fiscalização da colocação correta
dessas caçambas e, no que diz respeito à noite, dar-lhes uma grande
visibilidade. Nós, este Vereador e o Ver. Juarez Pinheiro, estamos fazendo uma
Emenda para, justamente, dar um prazo, um limite, de no máximo um mês para
essas caçambas ficarem no mesmo local. Essas caçambas, muitas vezes,
perpetuam-se, e uma Cidade moderna não pode admitir que uma caçamba fique ad perpetuum num mesmo lugar,
prejudicando a trafegabilidade dos veículos e o passeio dos pedestres. Para dar
grande visibilidade, esse Projeto estabelece a colocação de avisos
fluorescentes, só que, muitas, vezes, por, justamente, essas caçambas serem
colocadas em virtude das obras, essas caçambas sujam, e a sinalização
fluorescente acaba ficando apagada pelo cimento, pelo pó, e acaba não dando o
efeito desejado. O melhor seria - e não estou apresentando essa emenda, mas
fica aqui para o debater, para que possamos debater com a sociedade organizada,
porque não cabe a esta Câmara, simplesmente, impor idéias - uma sinalização, à
noite, com luminosidade, com piscas alimentados por baterias, por exemplo. É
caro, mas estamos lidando com a segurança das pessoas, com a vida das pessoas,
com a boa trafegabilidade de veículos e de pedestres. Portanto, se está mais do
que registrado que essas caçambas ocasionam sérios problemas de acidentes de
trânsito, nós temos que discipliná-las melhor. Aqui é uma primeira proposta,
que é boa, mas não atende às necessidades daquelas caçambas que acabam sujando,
com pó, com cimento.
Portanto,
nós ainda precisamos melhorar essa proposta - e fica para o debate -, para
colocarmos lâmpadas ou avisos luminosos à noite, para que nenhum carro seja
pego de surpresa por essas caçambas, que são necessárias para uma determinada
atividade, mas que estão, por outro lado, ocasionando sérios problemas. Fica a
proposta, num primeiro momento, e uma outra proposta, do Ver. Juarez Pinheiro e
deste Vereador, para que se dê o limite de tempo de trinta dias para que essas
caçambas fiquem ali localizadas. Após esse tempo, elas terão de ser retiradas.
Aos poucos nós vamos disciplinando algo que é de fundamental importância para a
própria vida das pessoas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Esta Presidência apregoa as Emendas
recebidas. Emenda n.º 09 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n.º
004/02, que diz respeito ao IPTU. Também apregoamos a Emenda n.º 10 ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo n.º 004/02.
Apregoamos
a Emenda n.º 01 ao Projeto de Lei do Executivo n.º 011/02, que cria uma Função
Gratificada de Vice-Diretor de escola junto ao quadro do magistério público
municipal.
Apregoamos
Emenda n.º 01, de Liderança, ao Substitutivo n.º 02 ao PLL n.º 058/97, que
dispõe sobre as cores a serem usadas pelas caçambas destinadas à retirada de
entulhos. (Lê.) “Substitua-se, no parágrafo 2.º do art. 1.º, a palavra
fluorescentes por fosforescentes.” Emenda do Ver. Reginaldo Pujol, Líder do
Partido da Frente Liberal. Apregoamos a Emenda Substitutiva n.º 02 ao PLL n.º
058/97. (Lê.) “O art. 1º. do PLL n.º 058/97 passa a vigorar com a seguinte
redação: “Parágrafo 2.º - as caçambas estacionárias deverão ser necessariamente
pintadas em cores fortes e fosforescentes, não podendo permanecer em um mesmo
local por mais de trinta dias consecutivos.” Assinam o Ver. Juarez Pinheiro e o
Ver. Beto Moesch.
Apregoamos
a Emenda n.º 03 ao Substitutivo n.º 02 ao PLL n.º 058/97, de autoria do Ver. Raul
Carrion.
O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra
para discutir o PLL n.º 058/97.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente dos trabalhos, Srs.
Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, eu ocupei esta tribuna inúmeras vezes
para falarmos um pouco da questão das caçambas em Porto Alegre, e volto a
dizer: este Projeto do Ver. Reginaldo Pujol é um Projeto bom; precisa ser discutido
e ser aprovado, mas eu quero mais uma vez trazer de público um relato
importante relativo às caçambas do Município de Porto Alegre.
O
Município de Porto Alegre tem mais de quatro mil caçambas, nos mais diferentes
lugares da Cidade. Mas também já colocamos, e já frisamos aqui nesta Casa, que
mais de duas dezenas de empresas são fantasmas, ou seja, são empresas que não
recolhem nenhum tributo, e estão operando sistematicamente. Aqueles que tiverem
dúvidas, ao passarem na rua, telefonem para uma dessas empresas. Verão que na
grande maioria delas está, ao lado, um número de um telefone celular, e elas
não têm nenhum credenciamento. Na oportunidade tivemos já um relato e
confirmamos isso junto à SMIC colocando as suas dificuldades. Também tivemos a
oportunidade de falar com o gerente de operação e fiscalização da EPTC, o
Vanderlei Capelari, que nos colocou que as caçambas, hoje, no Município de
Porto Alegre, são responsáveis pelo maior número de guinchamentos nas operações
de trânsito. Segundo Vanderlei Capelari,
eles trabalham irregularmente, e não se preocupam em retirar os contêineres. O
custo do guincho é de 50 reais, e a diária no depósito da EPTC é de 6 reais, e
a multa é de pelo menos 120 reais. Senhoras e senhores, a própria EPTC, o DMLU
nos trazem alguns dados mais alarmantes ainda: que, nessas empresas, por serem
clandestinas, dependendo do tipo de lixo que eles recolhem, ao dirigir-se para
o extremo - e aquele lixo não é autorizado para ser retirado -, no retorno,
eles largam o lixo em qualquer terreno baldio e vão embora.
Então,
o Projeto é bom, mas nós queremos uma fiscalização mais efetiva. Quatro mil
caçambas em Porto Alegre é um volume grande. São vinte e sete empresas
clandestinas. Se sabemos que são clandestinas por que não autuá-las? Além disso,
já tivemos em Porto Alegre casos de óbito. Mais recentemente um acompanhante de
moto teve a sua perna amputada, porque estava depositado em cima de uma caçamba
um galho de árvore. Ele estava na carona e quando a moto passou pelo galho de
árvore ele teve a sua perna decepada.
Então,
meus amigos, eu acho que o Projeto do Ver. Reginaldo Pujol é bom, mas não basta
simplesmente dar cores vivas às caçambas, cores reflexivas. Esta ação tem de
ser acompanhada de uma ação mais efetiva, por parte da SMIC, por parte da EPTC,
por parte do DMLU e por parte da população que, ao contratar uma empresa, deve
pedir nota fiscal, porque, volto a dizer, são vinte e sete empresas
clandestinas no Município de Porto Alegre, com quatro mil caçambas, totalizando
dez mil metros cúbicos, por dia, de volume, no Município de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Apregoamos o Requerimento de autoria do
Ver. Paulo Brum, solicitando a dispensa do envio às Comissões, das Emendas n.º 01
e n.º 02 apostas ao Substitutivo n.º 02 ao PLL n.º 058/97.
Apregoamos
as Emendas n.º 11 e n.º 12, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, e n.º 13,
de autoria do Ver. Cassiá Carpes, ao PLCE n.º 004/02.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL n.º 058/97, com
Substitutivos nºs 01 e 02.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente José Fortunati, colegas
Vereadores, colegas Vereadoras, especialmente público que nos honra com a
presença neste Plenário. Confesso que não estava escalado para falar sobre esta
matéria, Ver. Carlos Alberto Garcia, mas, depois do pronunciamento de V. Ex.ª,
me senti pealado para este debate. Eu pensava que a Prefeitura era “mole” só
com os banqueiros, mas vejo que não faz a fiscalização de coisas corriqueiras
como essa.
A
Lei n.º 7.969 é uma boa lei. É uma lei que detalha a questão da fiscalização, e
na verdade, Ver. Beto Moesch, o que estou vendo aqui é que esta é uma lei que
está sendo modificada no que diz respeito às cores das caçambas, mas as outras
questões todas estão aqui já esculpidas nessa Lei, e estão sendo descumpridas
pela Prefeitura de Porto Alegre.
Portanto,
eu queria adentrar um pouco mais esse debate na seguinte questão: V. Ex.ª e eu,
no ano passado, visitamos aquele aterro de inertes lá nas terras do Exército.
Aliás, o Ministério Público abriu um inquérito civil, que está em andamento,
porque é mais um aterro sem o devido licenciamento ambiental, porque a
Prefeitura, para que a iniciativa privada produza qualquer atividade no
Município, tem um rigorismo fantástico, mas quando se trata do próprio Poder
Público, ele não fiscaliza o Poder Público. Então, quando se discute essa
matéria, eu quero discutir um pouco além das caçambas. Eu quero discutir os
terrenos. Há centenas de terrenos nesta Cidade que hoje estão entulhados de
lixo, e quando se liga para a Prefeitura, seja Vereador ou seja qualquer
cidadão, não se localiza o dono, porque o cadastro é ruim, e o lixo vai-se
acumulando. Então, quando se discute essa questão das cores das caçambas, é
preciso, Ver. Beto Moesch, discutir-se algo mais: o nosso Departamento
Municipal de Limpeza Urbana está deixando muito a desejar, não só na questão da
fiscalização, mas em função também de ter mais rigorismo nessa questão dos
terrenos. Se formos ao Partenon, ali na rua Nelson Zang, veremos um terreno
para o qual se solicita pedido de providência mensalmente. Esse terreno
continua não-cercado, e a legislação diz que quem tem terreno e não está
cercado tem de pagar multa e cercar o terreno. Sai-se dali e, em frente ao
Carrefour, encontra-se um terreno que é da Prefeitura nas mesmas condições. Nós
queremos votar esse Projeto, mas eu não posso deixar de, nesse debate de
pano-de-fundo, Ver. Carlos Alberto Garcia, primeiro concordar com V. Ex.ª: a
frouxidão, porque, se a Lei diz que as empresas de caçambas têm de ser
cadastradas e elas são “fantasmas”, de quem é a responsabilidade, se ali tem o
telefone dessas empresas?
A
Prefeitura, para cobrar dos motoristas, para colocar 34 milhões de reais no
caixa da EPTC, para fazer propaganda de Natal no cinema, que é uma coisa
irregular, não se aplica na educação de trânsito, bom, aí tem eficiência, aí
tem azulzinho e aí tem pardal, aí tem caetano e aí tem gente para fazer; só não tem gente para multar
banqueiros. Aí não tem, Ver. Beto Moesch, esses são irmãos da Frente Popular,
com esses aí eles governam de mãos dadas, mas para multar os pequenos eles têm
gente.
Mas,
a Lei n.º 7.069 já tem, no seu corpo, todos esses dispositivos para aplicação
de multas e legislações outras que não estão nessa Lei, que vai ao encontro de
fazer uma boa fiscalização.
Vamos
votar sim, Ver. Reginaldo Pujol, o seu Projeto, mas queremos que o Departamento
Municipal de Limpeza Urbana seja mais eficiente, não só na questão das
caçambas, mas em centenas de terrenos e nos aterros dos inertes e dos
não-inertes como os de lá da extrema, que estão devidamente condenados pelos
ambientalistas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para discutir o PLL n.º 058/97, com Substitutivos nºs 01 e 02.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores. Não vamos usar os cinco minutos, mas queremos,
unicamente, acrescentar uma Emenda de Líder ao Substitutivo n.º 02.
O
Substitutivo n.º 02 tem um artigo, onde acrescenta ao parágrafo 2.º do art. 2.º
dando ao atual parágrafo único, uma nova redação: (Lê.) “As caçambas
estacionárias deverão necessariamente ser pintadas em cores fortes e
fosforescentes. O que eu quero acrescentar é aproveitar do Substitutivo n.º 01,
art. 3.º, que trata da localização das caçambas; por quê? Porque, hoje, as
caçambas são estacionadas na via pública, independente das determinações do
Código de Trânsito. Nós vemos caçambas, hoje, por exemplo, em frente ao grifo
de água, que se um carro, Ver. Pedro Américo Leal, estacionar em frente a um
grifo de água, é guinchado e multado. Nós vimos as caçambas, muitas vezes,
colocadas em áreas onde é proibido o estacionamento. Se um veículo estacionar
vai ser guinchado e vai ser multado e uma caçamba causa o mesmo prejuízo ao
trânsito do que um veículo.
Então,
como é essa Emenda que colocamos? Emenda número tal ao Substitutivo n.º 02,
inclui o art. 2.º e renumera os seguintes do Substitutivo. Art. 2.º - o art.
4.º passa a ter a seguinte redação – e aqui vem a questão de conteúdo -: (Lê.)
“A localização da caçamba estacionária na pista de rolamento da via pública
ocorrerá somente quando já houver autorização para o estacionamento de veículos
na via.” Ou seja, aprovada essa Emenda, da mesma forma que um veículo tem de
respeitar a Lei de Trânsito e respeitar a sinalização de trânsito, a caçamba
terá de fazê-lo. É uma via pública onde é permitido estacionamento de veículos?
A caçamba poderá. Agora, ali é permitido só para ambulâncias, claro que a
caçamba não pode. Ali não é permitido, porque é perto de uma esquina e os
veículos ali não são permitidos; em frente de um grifo de água, é proibido pelo
Código de Trânsito, não será permitido.
Então,
cremos que essa Emenda aperfeiçoe a atual legislação de caçambas, que temos
visto inúmeros abusos no funcionamento da atual Lei.
É
esse o encaminhamento e entregamos, neste momento, para a Mesa dos trabalhos.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE ((José Fortunati): Encerrada a discussão. Em votação o PLL
n.º 058/97.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, como tem
Substitutivo, qual é a ordem de votação?
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A ordem de votação é a seguinte: vota-se
primeiro o Substitutivo n.º 01, do Ver. Guilherme Barbosa; rejeitado o
Substitutivo n.º 01, vota-se o Substitutivo n.º 02, do Ver. Reginaldo Pujol;
rejeitado o Substitutivo n.º 02, vota-se o Projeto, do Ver. Reginaldo Pujol.
Caso aprovado o Substitutivo n.º 02, vota-se as Emendas n.º 01 e n.º 02
separadamente.
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º
058/97, com Substitutivos nºs 01 e 02.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Projeto é bom, tramitou cinco anos pela Casa; cinco anos, para uma pequena
modificação. Lembro-me que o autor desta Lei, de 1997, era o Ver. Jocelin
Azambuja, autor da Lei da regulamentação das caçambas na cidade de Porto
Alegre.
Eu
até gostaria de ouvir a palavra do autor do Projeto original e do Substitutivo
n.º 02. Eu não vi, até agora, o Ver. Reginaldo Pujol encaminhar essa matéria,
apenas, num aparte a mim, ele examinou essa questão. O Ver. Reginaldo Pujol, do
Partido da Frente Liberal, onde a sua estrela brilha, hoje, não só é o único
Vereador liberal da cidade de Porto Alegre, como também é seu Presidente
Regional, que pontifica não só no Município, mas estadualmente. O Ver.
Reginaldo Pujol, embora seja um Vereador liberal, liberal no sentido de ser um
desregulamentador das normas jurídicas, dos planejamentos e das estruturas
oriundas da ordem dos planejamentos qüinqüenais, ele quer regulamentar a
questão das colorações das caçambas. Não vi, ainda, nenhuma palavra do Ver.
Reginaldo Pujol sobre as caçambas. Ele quer cores fortes e fosforescentes,
segundo uma Subemenda. Não disse uma palavra, o Ver. Reginaldo Pujol. Agora,
vou ouvi-lo no encaminhamento e, certamente, o Ver. Fernando Záchia, também.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Fernando Záchia.)
V.
Ex.ª quer um aparte, Ver. Fernando Záchia? Eu lhe concederia... Ah, não tem
aparte? Mas, V. Ex.ª é um anti-regimental permanente, dando apartes. Mas,
agora, está indo para novos pretórios.
Então,
o Ver. Reginaldo Pujol apresentou um Projeto de Lei, além do Projeto original,
mudou o teor do ponto de vista técnico, através do Substitutivo n.º 02, que dá
um novo perfil legal à forma técnica de apresentação da sua idéia.
De
outro lado, eu acho que nessa questão das caçambas, ainda vai se impor, Ver.
Pedro Américo Leal, um debate maior sobre a revisão da Lei n.º 7.969/97, sobre
o trânsito, a permanência das caçambas nas calçadas da cidade de Porto Alegre,
junto ao meio-fio.
Agora,
uma outra questão fundamental é um processo que não há em Porto Alegre, que é a
fiscalização. Porque, hoje, elas têm que ter cores reflexivas, mas, todas as
caçambas que eu vejo na cidade de Porto Alegre, todas encontram-se, Ver. Carlos
Garcia – V. Ex.ª faz sinal de concordância com a cabeça – enferrujadas, sem
pintura nenhuma.
E
qual é a fiscalização da Prefeitura, no sentido de coibir essas questões?
Nenhuma. E as caçambas, do jeito que estão, representam um sério problema à
segurança das pessoas da cidade de Porto Alegre. No entanto, nenhuma ação da
Prefeitura. Elas poderão ter cores fortes e fosforescentes, mas, enquanto não houver
uma ação fiscalizatória firme e vigorosa, não terão sentido nenhum, do ponto de
vista da estrutura das caçambas.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o Substitutivo n.º 01 aposto
ao PLL n.º 058/97. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) REJEITADO.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Isaac Ainhorn, o Substitutivo n.º 02, de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol, ao PLL n.º 058/97. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 26 votos SIM.
Em
votação a Emenda n.º 01 aposta ao Substitutivo n.º 02 ao PLL n.º 058/97, de
autoria da Liderança do PFL, Ver. Reginaldo Pujol. (Lê.) “Substitua-se, no
parágrafo 2º. do art. 1º. a palavra ‘fluorescentes’ por ‘fosforescentes’.”
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda n.º 02, de autoria dos Vereadores
Juarez Pinheiro e Beto Moesch, aposta ao Substitutivo n.º 02 ao PLL n.º 058/97.
(Lê.) “O artigo 1.º do PLL n.º 058/97, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Parágrafo 2.º - As caçambas estacionárias deverão ser, necessariamente,
pintadas em cores fortes e fluorescentes, não podendo permanecer em um mesmo
local por mais de trinta dias consecutivos.” (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda n.º 03, de autoria do Ver. Raul
Carrion, aposta ao Substitutivo n.º 02 aposto ao PLL n.º 058/97. (Lê.) “Inclui
art. 2.º e renumera os seguintes: art. 2.º - O art. 4º da Lei n.º 7969, de 21
de janeiro de 1997, passa a ter a seguinte redação: art. 4.º - A localização da
caçamba estacionária na pista de rolamento da via pública ocorrerá somente
quando já houver autorização para estacionamento de veículos na via.” (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3069/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 209/01, de autoria do Ver. Beto Moesch, que
institui limite para as áreas com edificações e pavimentações nas praças e
parques do Município de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 27-02-02.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLL n.º 209/01, de
autoria do Ver. Beto Moesch. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Encerrada a
discussão. (Pausa.) Em votação. O Ver. Beto Moesch está com a palavra para
encaminhar o PLL n.º 209/01.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em uma
cidade de grande porte como Porto Alegre, onde o asfalto e o concreto reinam,
onde os carros se sobrepõem aos pedestres, nós precisamos de locais, de áreas,
que são refúgios para esse grave problema que os grandes centros urbanos
apresentam em toda a parte do mundo. Os chamados oásis urbanos são as praças e os
parques, e, portanto, como essas áreas são cada vez menores, cada vez são
sobrepostas pelo concreto, pelo asfalto, pelos veículos, pela poluição sonora e
atmosférica, pelo aumento do clima. Essas áreas, praças e parques são
justamente os locais onde esses graves problemas urbanos podem diminuir: o
aumento da temperatura, a impermeabilização do solo, que ocasionam as
enchentes, a manutenção da avifauna, a paisagem agradável, importantes para uma
cidade, a vida comunitária, o entretenimento entre as pessoas, os locais onde
todas as raças, todas as situações sociais se comungam, se estabelecem, as
áreas mais democráticas de uma cidade, enfim, as praças e os parques são, a meu
ver, o que há de melhor numa cidade, porque tudo isso é aquilo que gostaríamos
que uma cidade não tivesse: concreto, asfalto, poluição sonora, atmosférica e
aumento do clima. Mas estamos vendo justamente que muitas das praças e parques
estão dando lugar ao concreto e ao asfalto, tirando o princípio básico de uma
praça e de um parque, o oásis de uma cidade de grande porte. E, por isso,
estamos disciplinando e trazendo o que já era uma época, ou seja, limitando as
áreas edificadas e pavimentadas nas praças e parques no Município de Porto
Alegre em 40%, deixando 60% da área com vegetação, com solo, com lagos naturais
e não-artificiais para que essas praças e esses parques possam justamente dar
uma resposta significativa, o que originalmente se propuseram sempre a fazer, a
qualidade de vida para as pessoas, para que uma cidade seja mais harmônica, mas
equilibrada.
Portanto,
uma praça e um parque não podem ser totalmente concretados, asfaltados,
construídos, eles precisam ser áreas naturais. Estamos, de forma muito
equilibrada, também apresentando e disciplinando que essas áreas, as
indispensáveis praças e parques, sejam no máximo construídas, concretadas e
asfaltadas em 40% da área respectiva, e o restante, 60%, em áreas naturais.
Isso não está acontecendo em muitas praças e parques.
Existem
muitas praças que estão se transformando, por exemplo, em lagoas de decantação,
em áreas concretadas, por exemplo, que é o que o DEP está querendo fazer. Não
somos contra isso, para que essas áreas sejam locais de absorção artificial da
água, ou como estamos vendo agora no Parque Moinhos de Vento, hoje querem fazer
ali um bar, um restaurante, em outros locais onde estão se construindo casas. O
que queremos aqui fazer é justamente, não resolvendo isso, mas que todas as
praças e todos os parques da Cidade o objetivo é que sejam locais naturais de
entretenimento das pessoas, e que as construções, o asfalto, o concreto, a
construção seja, no máximo, de 40%. Estamos dando harmonia ao que originalmente
deveria dar harmonia para a cidade de Porto Alegre: as praças e os parques.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para encaminhar a votação do PLL n.º 209/01.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, no período do PDT, eu encaminho favoravelmente ao
Projeto do Ver. Beto Moesch, e até gostaria de dizer o seguinte: V. Ex.ª é um
Vereador preocupado com o meio ambiente e ataca com muita propriedade essas
questões, sobretudo com relação às construções em praças.
Eu
tenho um Projeto que não vai ser examinado neste ano, uma vez que não estava
dentro do acordo que foi feito entre as diversas bancadas desta Casa de um
Projeto por Vereador, e o meu Projeto já foi examinado, dos que deveriam ser,
eu penso até que é muito brando, Vereador.
Eu vou votar favoravelmente, e a Bancada do PDT vai votar favoravelmente ao Projeto de V. Ex.ª. Agora, felizmente, em relação à implantação de um bar-café, lá no Parcão, os moradores - e V. Ex.ª têm conhecimento disso -, estão mobilizados e fizeram um abaixo-assinado com seis mil assinaturas, e parece que isso sensibilizou parcialmente a Administração Municipal, no sentido de não desencadearem o processo de implantação de um bar-café noturno no âmbito do Parque Moinhos de Vento e outros parques da Cidade. O Parcão parece que foi o parque eleito para megaemprendimentos. No ano passado, nós tivemos uma árvore de não sei quantos metros de altura, artificial, sendo que demoraram vinte dias para implantá-la, colocando em risco os usuários do parque, e, na noite de Natal, quando a árvore deveria estar acesa, às 21h simplesmente a desligaram e foram embora, nem “Noite Feliz” tocaram naquela noite, no Natal em que implantaram um equipamento artificial feio e que, felizmente, a Cidade e os usuários do Parque rejeitaram categoricamente.
Nós
votamos favoravelmente ao Projeto de V. Ex.ª e temos uma posição em relação a
esta questão no sentido de que se tem de, simplesmente, proibir, de forma
categórica, quaisquer espécies de construções dentro da áreas de parques e
praças da nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Apregoamos as Emendas n.ºs 15
e n.º 16 ao o PLCE n.º 004/02, que versa sobre o IPTU. Estas Emendas também
serão distribuídas a todos os Srs. Vereadores e às Sr.ªs Vereadoras.
Apregôo
também a Emenda n.º 14 sobre o mesmo tema, PLCE n.º 004/02, sobre o IPTU.
Apregôo
Emenda n.º 01 ao PLE n.º 023/02, Proc. n.º 1237/02, que autoriza o Poder
Executivo Municipal a contratar a operação de crédito com o Banco de
Desenvolvimento Econômico e Social para financiamento do Projeto Centro,
reestruturação do subsistema circular carris. Emenda n.º 01: “O sistema de
linhas circulares Carris proposto por esta Lei não terá linhas, itinerários
iguais ou equivalentes às linhas e itinerários do atual sistema de lotação, não
sendo aceita nenhuma alteração dos trajetos já operacionalizados no Município.”
Ver. Luiz Braz, e Ver. Almerindo Filho do PSL.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º
209/01.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente eu não vou usar cinco
minutos, eu vou usar trinta segundos, apenas para pedir mais uma vez à Casa: eu
sei que não vou mudar as coisas sozinho, mas quando nós tivemos um Projeto já
com a formação, a formatação na nossa cabeça, que nós não usemos cinco minutos,
porque, ao multiplicar cinco minutos por trinta e três, nós vamos deixar
pessoas esperando, aqui, para projetos importantes a serem votados, no caso a
comunidade da Restinga que precisa e vai levar, sim, a lotação para aquele
Bairro. Eu encaminho favorável a este Projeto. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o PLL n.º 209/01 do Ver. Beto
Moesch. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, consulto
V. Ex.ª pois, conforme acordo da Mesa, a cada seis projetos de Vereadores
votados, nós votaríamos um do Executivo, como na Sessão passada os dois últimos
foram de Vereadores, os quatro primeiros já votados até agora são de
Vereadores, é possível entrar com um Projeto do Executivo?
Na
verdade até me enganei, tem mais que seis, tem sete projetos já aprovados de
Vereadores.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Eu estou confirmando isso, Ver. Marcelo
Danéris, para que nós possamos tomar as providências.
O SR. DR. GOULART: Gostaria de fazer um registro...
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Dr. Goulart, sinto muito, nós
estamos na Ordem do Dia, e isso é impossível neste momento.
O SR. ALMERINDO FILHO (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, como o
Líder Marcelo Danéris já falou, dois projetos na Sessão passada e agora mais
três, são cinco, já que o próximo projeto é de minha autoria. Pelo o que eu
tenho anotado aqui foram cinco.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Nós temos que perceber o seguinte: se
nós levarmos em consideração os projetos acordados entre a Mesa e as
Lideranças, foram votados cinco projetos após a votação do Parque Germânia. Se
incluirmos os dois projetos de lei concedendo Título Honorífico e um Título de
Cidadão, estamos com sete projetos. Este é o entendimento. Se não houver
discordância, passamos imediatamente à votação.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
1237/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 023/02, que autoriza o Poder Executivo Municipal
a contratar operação de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES, para financiamento do Projeto Centro –
Reestruturação do Subsistema Circular Carris.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para votação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 122, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM, em 09-12-02.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLE n.º 023/02.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Estou entrando com um Requerimento
solicitando o adiamento desse Projeto por uma Sessão.
(Manifestações
nas galerias.)
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Mantenho o meu Requerimento.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Solicito que o Ver. João Carlos Nedel
apresente o Requerimento por escrito, para que seja submetido à votação.
Solicito
a todos que nos dão o prazer da sua presença que permaneçam em silêncio, caso
contrário esta Presidência vai solicitar que sejam evacuadas as galerias. Por
favor, permaneçam como estão para que possamos seguir a ordem dos trabalhos.
Em
votação o Requerimento do Ver. João Carlos Nedel que solicita que seja adiada
por uma Sessão a discussão do PLE n.º 023/02. (Pausa.) A votação será nominal
por solicitação do Ver. João Carlos Nedel. (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 7 votos SIM, 23 votos NÃO. (Palmas.)
A
Mesa apregoa Emenda n.º 02 ao PLE n.º 023/02. (Lê.) “Acrescente-se onde
couber.” Solicito à Diretoria Legislativa que distribua cópia das duas Emendas
apresentadas a todos os Srs. Vereadores.
Em
discussão o PLE n.º 023/02. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente José Fortunati, colegas
Vereadores e colegas Vereadoras, este Projeto ora em discussão já tramita aqui
na Casa há um bom tempo.
Antes
do recesso de julho esse Projeto foi para a Comissão que eu presido, que é a
Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Lá eu pedi uma
diligência. Essa diligência foi ao Executivo. O Executivo atendeu ao pedido,
nós promovemos um debate no Plenarinho aqui da Câmara, Ver. Isaac Ainhorn, do
qual V. Ex.ª e tantos outros Vereadores participaram. E eu quero dizer, Sr.
Presidente, que continuo com a mesma posição, qual seja, nós, em todo aquele
debate, questionamos o seguinte: consultamos várias entidades, sejam elas da
sociedade civil, sejam elas empresariais, e esse Projeto não havia sido
debatido com nenhuma dessas entidades. Parece-me que neste momento avançou-se
nesta questão, qual seja, de que o Governo Municipal passou a conversar com as
entidades.
Mas
vamos ao Projeto em tela. Pedem-se 13 milhões para a questão do Centro de Porto
Alegre, para fazer a remodelação do transporte coletivo no Centro de Porto
Alegre.
A
primeira questão que eu quero deixar clara aqui é que esta questão de
transbordo é uma questão que, como foi colocada ali, não me convenceu. Há
alternativas que precisam ser construídas, e todos nós temos mais do que uma
preocupação com o Centro de Porto Alegre, mas antes de fazer o transbordo, Ver.
Estilac Xavier, eu tenho que ver, lá na ponta, que dá para resolver uma série
de questões antes de falar no transbordo, mas se o transbordo tiver que
acontecer, ele tem que acontecer pelas mãos dos consórcios das empresas
privadas. Não há razão para que a CARRIS gaste 13 milhões de reais para poder
fazer o transbordo, se 88% do transporte coletivo da Cidade é feito,
efetivamente, por empresas privadas.
Então,
eu gostaria muito de ouvir o Governo sobre esta matéria, porque nós, quando
questionamos e fizemos esse debate, fizemos com um único objetivo: queríamos um
esclarecimento. E o entendimento entre a UAMPA, a FRACAB, a ATP, a ATL, e todos
os outros órgãos, a EPTC, enfim... E aquele debate, ele não foi conclusivo. Eu
sei que as coisas evoluíram, o Governo pediu o artigo 81, tem toda a
legitimidade para isso, e nós queremos agora, evidentemente, ouvir, e até
porque me sinto ainda um pouco prejudicado, talvez possa voltar a esta tribuna
novamente, porque vi, Ver. Elói Guimarães, que tem algumas Emendas das quais
queremo-nos apropriar.
Agora, a verdade, Ver. Dr. Goulart, é que nós
queremos pelo menos um esclarecimento firme do Governo, Ver. Pestana, quanto a
essa questão de transbordo, porque o debate que nós fizemos lá no Plenarinho da
Casa a mim não convenceu a maneira colocada pelo Governo.
Segundo:
nós queremos também dizer, especialmente aos nossos visitantes hoje, que eu
tenho uma posição muito clara quanto a essa questão do transporte seletivo. Há
uma demanda reprimida na cidade de Porto Alegre, que é da Restinga, que é do
Belém, que é de vários outros lugares, e a população quer o transporte
seletivo. (Palmas.) Então, nós temos que resolver essa questão. Na semana
passada, nós aprovamos aqui um Projeto de minha autoria que é para o Belém Novo
que, há dez, quinze anos, reivindica transporte coletivo, Ver. Ervino Besson,
V. Ex.ª fez o Substitutivo. O Ver. Reginaldo Pujol lidera o movimento da Restinga
com muita legitimidade, porque é um grande representante dessa comunidade.
Agora, é preciso encontrar um caminho de equilíbrio entre aqueles que gestam
hoje o transporte de lotação, os quatrocentos e três táxis-lotação, que são da
ATL, com esses novos modelos. Acho, sem dúvida alguma, que qualquer serviço
público jamais poderia ser feito sem licitação.
Que
bom que vem agora, mas vem tarde. (Palmas.) Nunca poderia ter sido contrário,
mas já que não veio, que venha agora. Queremos sim, este é um debate que
permeia uma demanda enorme de pessoas que não estão pedindo favor à Prefeitura,
porque, quem quer uma kombi, quer pagar mais, não está pedindo favor.
Evidentemente, ao Poder Público compete regulamentar essa matéria de forma
equilibrada e responsável. Portanto, Presidente, vamos debater a matéria,
queremos ver as emendas, se elas forem boas, vamos aprová-las; se não forem
boas, podemos até rejeitar, agora vamos debater a matéria. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir o PLE n.º 023/02.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, partes
de resto interessadas, eu já participei de diferentes discussões nessa área que
envolve esse setor importante da vida da Cidade, que é o transporte, seja ele
transporte coletivo, seletivo o ou semi-seletivo.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu votei para que se examinasse a matéria na
próxima quarta-feira. Por que fiz isso? Para dar uma examinada nas emendas. Quero
examinar as emendas, por isso votei nesse sentido. Para que se tenha a
oportunidade de fazer uma análise. Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Projeto da Carris nós já conhecemos. Esse Projeto tramitou, está aí, e há uma
série de reformulações, há um empréstimo com juros em nível do BNDES, e sabemos
o que isso representa. A Cidade precisa estabelecer esses mecanismos. Então,
quanto ao Projeto, eu estou tranqüilo, vou aprovar o Projeto. Agora, gostaria
de examinar as emendas, porque – vocês sabem – o transporte é algo complexo. O
transporte, seja da modalidade que for, tem de ser regrado para que não o
transformemos num tumulto. Não podemos entrar num tumulto. Eu quero a
preservação, vejam bem, do sistema de ônibus, mas também quero a preservação do
sistema de lotação. Nós precisamos fazer esses ajustes. Então, vamos examinar.
Eu terei necessidade de voltar à tribuna para fazer uma análise das emendas, ou
analisar a possibilidade de se propor alguma emenda, preservando esse sistema,
esse modal dos lotações. Eu preciso examinar isso tudo, porque não tive a
oportunidade de examinar as emendas.
Conheço,
evidentemente, o Projeto que a Carris pretende aprovar no sentido de buscar uma
série de melhorias, que são boas, para a Cidade. Quando se trata de matéria de
interesses, temos de ver a ponta, não podemos olhar nem para o transporte
coletivo nem para o transporte de lotação. Temos de ver o povo, como é que o
povo será atendido. Essa visão é fundamental, essa é a visão de independência.
Precisamos trabalhar nesse sentido, buscando fazer o ajustamento para que ambos
os modais cheguem a sua plenitude. Não podemos permitir que se criem situações
como em outros Estados, do transporte virar um verdadeiro caos. Nós temos de
fazer todos os esforços aqui em Porto Alegre, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
para que o transporte não ingresse num verdadeiro caos. Este é o nosso
compromisso, um compromisso com a Cidade, com o desenvolvimento da Cidade e, de
resto, com a população, em última análise. Tão logo eu examine as emendas, eu
venho à tribuna dizer como voto e por que voto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Apregoamos as Emendas n.ºs.
03, 04 e 05 ao Projeto de Lei do Executivo n.º 023/02.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, o Regimento prevê não só
a distribuição, mas a leitura das Emendas.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Sem problemas, Ver. Isaac Ainhorn. Esta
Presidência fará a leitura de cada uma das Emendas. Emenda n.º 01, de autoria
do Ver. Luiz Braz. (Lê.) “O sistema de linhas circulares Carris, proposto nesta
lei, não terá linhas e itinerários iguais ou equivalentes às linhas e
itinerários do atual sistema de lotação, não sendo aceita nenhuma alteração nos
trajetos já operacionalizados no Município.”
Emenda
n.º 02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Lê.) “Acrescente-se onde couber:
Art. - O serviço de transporte seletivo direto de que trata o art. 16, da Lei
Municipal n.º 8.133, de 12 de janeiro de 1991, somente poderá ser
operacionalizado nas seguintes condições: I - As delegações sejam concedidas
mediante processo licitatório;
II
– Os concorrentes sejam pessoas jurídicas, com experiência mínima comprovada de
5 (cinco) anos em operação de transportes públicos de passageiros em cidades de
tamanho igual ou maiores do que Porto Alegre;
III
- A tarifa desses serviços, paga integralmente por todos os passageiros
indistintamente, seja equivalente ao dobro da tarifa cobrada pelo sistema de
transporte coletivo convencional no mesmo percurso;
IV
– Os veículos a serem utilizados deverão ser equipados com ar condicionado; com
apenas uma porta e capacidade entre 30 (trinta) e 35 (trinta e cinco)
passageiros sentados.
§
1º - O critério de julgamento das licitações dos serviços de transporte
seletivo direto será pela maior oferta de transferência de parcela da tarifa
para financiar as isenções tarifárias no serviço de transporte coletivo
convencional, vedada a transferência direta para as empresas operadoras desse
serviço.
§
2º - A primeira linha a ser licitada, em prazo não maior do que 210 (duzentos e
dez) dias será a que atenda ao Bairro Restinga, aplicando-se, neste caso, as
disposições da Lei n.º 8.129 de 08 de janeiro de 1998, no que couber.
§
3º - Até que sejam realizadas as licitações gerais dos serviços de transporte,
tanto o convencional como os seletivos, nos termos previstos na legislação
vigente, especialmente no art. 45 e seu Parágrafo Único, da Lei 8.133, de 12 de
janeiro de 1998, somente poderão ser implantados os serviço seletivos diretos
em bairros ou regiões não atendidas pelas atuais linhas de lotação.
Art.
- Tão logo seja implantada a forma de participação do atual serviço de lotação
na câmara de compensação tarifária de que trata o art. 31 da Lei n.º 8.133, de
12 de janeiro de 1998, especialmente no que tange ao seu § 2.º, fica o Poder
Executivo autorizado a conceder, aos atuais permissionários que tenham se
constituído em consórcios operacionais similares ao existente no serviço
coletivo convencional, com obediência à tabela horária por linha e controle
mecânico ou eletrônico de passageiros, o direito de adquirir a quantidade de
novos veículos necessários para a manutenção de uma reserva técnica, de no
máximo 10% (dez por cento) do total da frota de respectivo consórcio.
§1.º
- A expansão dos atuais serviços de lotação somente poderá ser efetuada através
de processo público seletivo em que conste expressamente o valor, e a forma de
cálculo das futuras correções, dos valores da parcela da tarifa a serem
transferidos para a câmara de compensação tarifária de que trata o art. 31, da
Lei n.º 8.133, de 12 de janeiro de 1998, com vistas a favorecer a modicidade da
tarifa de transporte coletivo convencional.
§2.º
- Os recursos transferidos pelo sistema de lotação para a câmara de compensação
tarifária de que trata este artigo serão utilizados para subsidiar as atuais
isenções do transporte coletivo convencional, vedada sob qualquer hipótese a
transferência direta para as empresas operadoras desse serviço.
§3.º
- A partir da data da publicação desta lei fica mantida, em caráter permanente,
a relação da tarifa do serviço seletivo de lotação equivalente a 1,5 (uma vez e
meia) o valor do serviço de transporte coletivo convencional.
Art.
- Ficam os serviços de transporte público de passageiros urbanos de Porto
Alegre, coletivos e seletivos, de que trata o art. 14, da Lei n.º 8.133, de 12
de janeiro de 1998, obrigados a conceder aos seus empregados tratamento
isonômico em igualdade de funções e tempo de serviço, no que diz respeito a
vantagens salariais e benefícios.”
Emenda
n.º 03, de autoria do Ver. Marcelo Danéris: “Substitui a redação do art. 1.º do
PLE supra, que passa a ser o seguinte:
Art.
1.º - Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a contratar, com o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, operação de crédito no valor de
R$13.000.000,00 (treze milhões de reais), destinados exclusivamente ao Projeto
Centro, compreendendo os investimentos de R$ 8.316.000,00 (oito milhões,
trezentos e dezesseis mil reais) para a aquisição, em duas etapas, de 42 (quarenta
e dois) veículos a serem repassados para a Companhia Carris Porto-alegrense,
sendo 24 (vinte e quatro) na primeira etapa e o restantes na segunda, com
capacidade para 21 (vinte e um) passageiros sentados, piso rebaixado e ar
condicionado. Os restantes R$ 4.684.000,00 (quatro milhões, seiscentos e
oitenta e quatro mil reais) serão aplicados em equipamentos de apoio e
tratamento do sistema viário na área central da cidade, especialmente nos
terminais de ônibus da Av. Salgado Filho e Borges de Medeiros e na implantação
de parada no canteiro central da 1.ª Perimetral, junto à Estação Rodoviária.
2
– Acrescenta novo artigo e parágrafo único, entre os atuais 1.º e 2.º,
renumerando os demais, com a seguinte redação:
Art.
- O subsistema circular da área central será delegado à Companhia Carris
Porto-alegrense, para operar exclusivamente com os veículos referidos no artigo
anterior.
Par.
Único – O subsistema de que trata o “caput” deste artigo, será implantado em 2
(duas) etapas, a saber: a primeira, substituindo os atuais ônibus que atuam nas
atuais linhas C-1, C-2 e C-3, pelo total de 24 (vinte e quatro) dos novos
veículos de que trata esta Lei. A Segunda etapa consistirá na criação de mais 3
(três) linhas, após a implantação da integração tarifária e da bilhetagem
eletrônica.”
Emenda
n.º 04, de autoria do Ver. Marcelo Danéris: “Substitui o atual art. 4.º e os
três incisos do mesmo pelo que segue:
Art.
4º - Os prazos de amortização e carência, os encargos financeiros e outras
condições de vencimento e liquidação da dívida a ser contratada obedecerão as
normas estabelecidas pelas autoridades monetárias federais, notadamente o que
dispõe a Resolução n.º 43, de 21 de dezembro de 2001, do Senado Federal, bem
como as condições do BNDES.”
Emenda
n.º 05, de autoria do Ver. João Antonio Dib: “Acrescente-se, onde couber,
artigo com a seguinte redação:
Art.
- O Executivo Municipal promoverá estudos, com prazo máximo de conclusão de 120
(cento e vinte) dias, para a retirada definitiva dos terminais de ônibus das
Av. Salgado Filho e Borges de Medeiros.
Parágrafo
único – Na hipótese de ocorrer o remanejamento transitório de linhas dos
terminais de ônibus das Av. Salgado Filho e Borges de Medeiros, em decorrência
de obras, ou definitivamente em razão da retirada dos terminais, as comunidades
por elas servidas deverão ser obrigatoriamente consultadas através de suas
associações de moradores ou similares, visando à definição dos novos locais.”
Emenda
n.º 06, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt: “As linhas do sistema de lotação
do Município com itinerário superior a 28 km serão operadas por veículos com
capacidade de transportarem até vinte e cinco passageiros sentados.”
Emenda
n.º 07, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt: “Toda e qualquer linha de lotação
a ser implantada no Município, será operada por pessoas físicas e jurídicas, na
proporção de 50% (cinqüenta por cento) respectivamente.”
Requerimento
apresentado pelo Ver. Raul Carrion, solicitando que seja votada em destaque a
expressão: “não sendo aceito nenhuma alteração nos trajetos já
operacionalizados no Município” da Emenda n.º 01 ao PLE.º 023/02.
O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para discutir o PLE n.º 023/02.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pode
parecer estranho que este Vereador, que está bastante ausente do Plenário, de
um modo geral, nos últimos dias, seja o primeiro a abrir a discussão desta
matéria. No entanto, preocupa-me o modo pelo qual nós estamos encaminhando a
discussão, o encaminhamento, em geral, dessas questões.
Em primeiro lugar, eu
quero lembrar a todos que, no ano passado, quando este Projeto foi, tal como na
forma original, apresentado à Casa, a Casa entendeu de não votá-lo - tanto que
ele está aqui até este momento -, porque entendíamos que não caberia, naquele
momento, garantir um financiamento em torno de um sistema que, para nós, ainda
era um pouco complicado de entender. O que exatamente viria a acontecer?
Preocupava-nos, sobretudo, mais um financiamento a ser assumido pela Prefeitura
Municipal, ainda que para um sistema específico de transporte coletivo, em
relação à Carris especificamente, em detrimento eventual dos demais
permissionários e até mesmo dos demais tipos de sistema de transporte, leia-se,
quer o de ônibus, quer o de lotação.
O
Projeto permaneceu na pauta, retorna agora e, para a minha surpresa, vejo um
conjunto enorme de emendas que aparecem. Admito até que, no bojo de uma
negociação política, se possam fazer emendas que atendam os diferentes
segmentos. Mas gostaria de chamar a atenção para que há muitos segmentos
envolvidos. Há, de um lado, os moradores da Salgado Filho, que agüentam, há
décadas, os terminais de ônibus, com todas as suas conseqüências, que vão da
sujeira ao lixo, à urina, aos assaltos, às agressões e por aí afora. De outro
lado, sem dúvida nenhuma, estão os passageiros desses ônibus, cujos terminais
estão ali no Centro, e que, eventualmente, seriam retirados para fora do
perímetro central, com o inconveniente do transbordo, que, há mais de duas
décadas, Porto Alegre experimentou com absoluto desastre, no sistema anterior
que se teve, sobretudo na área do Partenon, cuja estação está lá sendo
utilizada para outros fins que não o transbordo de ônibus, para a qual teria
sido construída.
Em
terceiro lugar, estão os diferentes interesses, absolutamente legítimos: de um
lado, de permissionários de ônibus; de outro, dos permissionários de serviço de
lotação. E no meio disso tudo, me surpreende uma Emenda que eu vejo, do Ver.
Marcelo Danéris, no seu art. 1º da Emenda n.º 03, que, no meu entendimento, é
praticamente o retrato falado de um tipo de ônibus de uma empresa que fabrica
esse ônibus, quando se diz que “os veículos deverão ser com capacidade para
vinte e um passageiros sentados, piso rebaixado e ar-condicionado”. Mais do que
isso, só falta dizer: “fabricados pela empresa tal”. Aí, eu realmente fico
preocupado com a situação. Acho que nós devemos, sim, buscar uma composição
entre esses diferentes interesses. Acho, sim, que a Câmara deve dar o
encaminhamento a essa situação, mas a mim preocupa que um conjunto enorme de
emendas surja de última hora, numa tentativa de composição. Por exemplo, a
Emenda de n.º 02, assinada pelo Ver. Reginaldo Pujol, apresenta cinco ou seis
artigos modificados. Obviamente, nenhum Vereador, de sã consciência, poderá
dizer que entendeu o que está sendo mexido e quais as conseqüências disso.
Do
mesmo modo, o conjunto de emendas apresentadas pelo Ver. Marcelo Danéris, com
os números 3 e 4. Igualmente, me preocupa que a Emenda n.º 03, do Ver. Marcelo
Danéris, na verdade, sejam duas Emendas também: uma que detalha o
financiamento, e aí dá o modelo de ônibus – e isso me preocupa –, e a outra,
que fala a respeito da Companhia Carris e da substituição dos veículos.
Eu
queria, nesse sentido, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, embora já se tenha
votado um pedido de adiamento da matéria, que a Casa aproveitasse realmente o
tempo de que dispõe até as 19h - parece que haverá uma Sessão Solene - para que
se pudesse discutir amplamente esta matéria; que cada Vereador autor de emenda
viesse aqui, com clareza, apresentar a posição da sua emenda, o que é que ela
tensiona, o que ela busca e qual a conseqüência dela, para que, no mínimo, os
Vereadores tenham absolutamente claro o que é que vão votar, e nós não geremos,
em vez de um Projeto, um monstrengo, que nem a Comissão de Justiça da Casa vai
conseguir resolver e, muito menos, a EPTC! E nós, na verdade, não vamos acabar
resolvendo nem o problema de passageiro, nem o problema da Cidade, nem o
problema da Carris e muito menos o problema de quaisquer permissionários, sejam
eles de ônibus, de táxi ou de lotação!
Portanto,
eu gostaria, Sr. Presidente - e faço um apelo, com todo o respeito -que
realmente pudéssemos esmiuçar um pouco mais essas emendas, para que se tenha
absoluta clareza sobre a conseqüência de cada uma. Fora disso, independente da
posição de cada Vereador, eu confesso, senhores, que eu prefiro votar contrário
ao Projeto e a todas as Emendas.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para discutir o PLE n.º 023/02.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
passamos meses e meses questionando, Ver. Elói Guimarães, o empréstimo do BNDES
à Companhia Carris. Questionamos, inclusive, a ótica, trabalhamos durante meses
dentro da ótica do superfortalecimento da Companhia Carris, dentro do conjunto
do sistema do transporte coletivo na cidade de Porto Alegre. E não conseguíamos
o necessário amadurecimento sobre essa matéria para ela ser votada. Vejam que
essa matéria entrou aqui na Pauta de discussão, em debate nesta Casa, no mês de
março, e se trabalhou, exclusivamente, em cima da questão da tomada de um
empréstimo de 13 milhões de reais para a aquisição de quarenta e dois ônibus,
pela Companhia Carris Porto Alegrense. Acredito que esta Casa tenha a
necessária sensibilidade, porque ela é um tambor de ressonância de todas as
manifestações de um sistema, na cidade de Porto Alegre, que é positivo, pois
inexiste o chamado transporte clandestino.
Em
Porto Alegre há um sistema que apresenta problemas, mas cujas referências,
tanto em relação ao transporte coletivo, o sistema convencional, como o
táxi-lotação são sistemas definitivamente aprovados e paradigmas de referência,
apesar do tumultuado e absurdo processo de intervenção ocorrido no início da
Administração petista na cidade de Porto Alegre. E não venha-se dizer que foi a
tumultuada intervenção que melhorou o sistema; foram as inúmeras propostas
construídas ano após ano e com a participação, sobretudo, do setor e da
iniciativa privada nessa área que contribuiu para qualificar o sistema. Não
podemos concordar, neste momento, que o PT venha a dar sustentação a esse
Projeto, e o conjunto da Casa não permitir que haja uma discussão de mais
Sessões sobre essa complexa matéria. São as Emendas n.º 2 e 3, uma de autoria
do Ver. Pujol, que é uma Emenda que dá uma redefinição do sistema de
táxi-lotação na cidade de Porto Alegre em cima de um Projeto, que é uma
autorização para empréstimo, Emenda da qual tivemos conhecimento há alguns
minutos e que não tem a ouvida daquilo que faz parte da transparência e da
necessária oxigenação do debate com a sociedade e com os setores da sociedade.
Imaginem se um Vereador, neste momento, tivesse apresentado uma emenda que
redefinisse todo o sistema de transporte coletivo na cidade de Porto Alegre sem
a ouvida da ATP. Seria uma injustiça em relação à ATP, que congrega todo o
sistema de transporte coletivo na cidade de Porto Alegre. Agora, reformular,
através de vários assuntos, sem consultar aqueles que operam no setor do
táxi-lotação, não concordamos com esse tipo de encaminhamento aqui na Casa. Por
essa razão, vamos votar contrariamente a esse Projeto e às Emendas que
pretendem alterar aquilo que não é da natureza do Projeto, que é o sistema de
táxi-lotação na cidade de Porto Alegre.
Reconhecemos
a importância do conjunto do sistema, tanto do transporte coletivo convencional
como do sistema de táxi-lotação, mas não é possível reformular um sistema sem
ouvir o setor interessado. Esta Casa vai legislar sobre um tema sem ter ouvido
aqueles diretamente interessados sobre o sistema de táxi-lotação. Amanhã,
certamente, poderemos estar arrependidos por injustiças que poderemos ter
praticado no voto individual e de consciência que cada um vai dar a esse
Projeto e suas emendas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para discutir o PLE n.º 023/02.
O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. José Fortunati, que
preside os trabalhos, demais Vereadores e Vereadoras; lideranças comunitárias,
sindicais, Sindicato dos Rodoviários, ATL, moradores da Restinga aqui
presentes. Queria iniciar, dizendo que esse Projeto, na verdade, autoriza uma
linha de financiamento para a Carris para a criação de um sistema de transporte
no Centro da Cidade que desafogue a área central da Cidade, o número de
veículos que ali circulam, e, principalmente, utilizando veículos menos
poluidores do ponto de vista do combustível, do ruído, além de mais econômicos.
É um velho pleito da população do Centro da Cidade, que é o maior bairro de
Porto Alegre.
Calcula-se
em duzentos e cinqüenta mil moradores no Centro de Porto Alegre, e,
principalmente, nas Avenidas Borges de Medeiros e Salgado Filho, que é a maior
rodoviária de Porto Alegre a céu aberto, cercada de edifícios elevados. A
Avenida Salgado Filho é um dos locais de maior poluição de Porto Alegre e, por
isso, há mais de dez anos os moradores do Centro, através da sua Associação,
que já tive a honra de presidir, sou Presidente do Conselho Deliberativo,
através do Orçamento Participativo, desde o tempo do Secretário Nazaré, lutam
por uma solução. Nesse sentido, parece-nos – evidente que há que se equilibrar
os interesses da população do Centro com os interesses da população dos bairros
que se deslocam para o Centro – que é necessário criar uma solução. Não é
possível continuarem as Avenidas Salgado Filho e Borges de Medeiros do jeito
que estão. A Associação apresentou um estudo de inúmeros locais na Perimetral,
na praça Argentina, que são menos distantes do Centro do que é a Praça Rui
Barbosa. A pessoa que desce na Praça Rui Barbosa muitas vezes trabalha na
Jerônimo Coelho e tem que subir toda a Av. Borges de Medeiros. Então,
parece-nos que o Projeto favorece no sentido de criar a possibilidade de linhas
circulares no Centro, que tragam dos terminais das diversas regiões para o
Centro da Cidade. Portanto, somos favoráveis ao Projeto. Da mesma forma somos
favoráveis à Emenda n.º 2, que foi apresentada, se eu não me engano, pelo Ver.
Pujol, que contempla as preocupações, entre outras, da população da Restinga,
no sentido de que dentro de sete meses sejam licitadas as linhas seletivas, e
aí põe uma série de condições e que a primeira tem que atender à Restinga.
Achamos que a Restinga é um Bairro distante do Centro, é um Bairro que foi
criado numa circunstância até inexplicável, a tantos quilômetros de Porto
Alegre, com tantas áreas livres, tantos vazios urbanos, quase que se jogou a
população lá, foi no tempo da Ditadura Militar - é bom que se diga -, não
correspondeu a um estudo urbanístico, no nosso entender, adequado; hoje temos
que corrigir isso aí. Isso aí se corrige, entre outras coisas, com essa linha
seletiva.
Também
a Emenda n.º 3 procura disciplinar a questão da implantação da seletiva; a
implantação das linhas circulares da Carris, nós também apoiamos. Nós fizemos
um destaque, Ver. Braz, a sua Emenda, a Emenda n.º 1, por quê? Até com o
sistema de lotação nós concordamos integralmente, ou seja, o sistema de linhas
circulares Carris proposto nesta Lei não terá linhas itinerárias iguais ou
equivalentes às itinerárias do atual sistema de lotação, já que ele não tem o
objetivo de concorrer. Parece-nos que não cabe, Ver. Braz, o que diz a seguir:
“Não sendo aceita nenhuma alteração dos trajetos já operacionalizados no
Município.” Por quê? Porque se as linhas com investimento de 13 milhões são
para dar maior capilaridade e recolher os passageiros dos eventuais terminais
como existe na Praça Rui Barbosa, como existe na Praça Parobé, como existe lá
no Viaduto da Conceição, como certamente existirá no setor que restou do Largo
Zumbi dos Palmares, possivelmente pode haver na Praça Argentina evidentemente
que alguma linha que, hoje, está na Av. Salgado Filho, que hoje está na Av. Borges
de Medeiros, poderá concluir, por exemplo, na Praça Argentina, e dali o
passageiro deslocar-se através da linha circular. Parece-me que a preocupação
do Vereador é justa, que é no sentido que existem linhas que não devem ser
prejudicadas, mas nesta compensação se nós colocarmos “não sendo aceita nenhuma
alteração”, nem que seja na última parada ou nas duas últimas, nós vamos
engessar um projeto de 13 milhões de reais.
Nós
comunicamos, no tempo de Liderança, que estaríamos, às 18h30min, inaugurando a
Esplanada Carlos Santos, por isso eu vou-me ausentar, momentaneamente, da
Sessão. Em todo o caso, se houver votação do Projeto, deixei o meu Pedido de
Licença para que o voto da Frente Popular seja garantido, para aprovarmos este
Projeto, as duas Emendas que coloquei e a Emenda do Ver. Braz, com a supressão
só daquela parte final que penso ser possível; o espírito está preservado.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): De acordo com o que determina o art. 145
do Regimento, a Sessão poderá ser prorrogada por prazo não superior a duas
horas, para discussão e votação de matérias constantes da Ordem do Dia.
Apregoamos
a Emenda n.º 08 ao PLE n.º 023/02, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
será distribuída a todas as Lideranças.
Apregoamos
a Emenda n.º 17 ao PLCE n.º 004/02 que trata do IPTU.
Em
votação o Requerimento de prorrogação da Sessão por mais duas horas. O Ver.
João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar o Requerimento de
prorrogação da Sessão por mais duas horas.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nada
mais certo do que deixar o tempo passar. Foi solicitado o adiamento desta
matéria, por uma Sessão, e não permitido. Eu duvido que alguém possa analisar
todas as Emendas que aí estão e fazer um bom Projeto. Então, o tempo da Sessão
esgotou, e eu penso que, por uma questão de inteligência, nós devemos votar
pela não-continuidade da Sessão, para que se possa analisar todas as Emendas
que estão aí e ainda estão entrando Emendas. Então, a minha proposição aos meus
ilustrados colegas é no sentido de que neguem a continuidade da Sessão. Saúde e
paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal o Requerimento de
prorrogação da Sessão, solicitada pelo Ver. Nereu D’Avila. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO o
Requerimento por 18 votos SIM, 08 NÃO.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ (Questão de Ordem): Uma consulta, Sr. Presidente, são
18h50min, e há uma Sessão Solene marcada para às 19 horas, daqui a dez minutos.
Como é que vai ficar a situação?
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Deve ficar presente a todos os Srs. e
Sr.ªs Vereadoras que o trabalho Legislativo tem predominância sobre
qualquer outra atividade que esta Câmara realiza. Então, obviamente, a Sessão
Solene, ficará postergada para o final desta Sessão.
Apregôo
Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 02, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que dá nova
redação ao parágrafo 2.º do artigo, como segue: (Lê.) “O serviço de transporte
seletivo direto de que trata o artigo 116 da Lei Municipal n.º 8.133, de 12 de
janeiro de 1998, somente poderá ser operacionalizado nas seguintes condições:
Parágrafo 2.º - A primeira linha a ser licitada, em prazo não maior do que
duzentos e dez dias, será a que atenda ao bairro Restinga e a segunda linha a
ser licitada será a que atenda ao bairro Belém Novo, aplicando-se, neste caso,
as disposições da Lei n.º 8.129, de 8 de janeiro de 1998, no que couber.”
Apregoamos
o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris ao PLE n.º 023/02, solicitando
que seja votada em destaque a Emenda de n.º 02, também que seja votada em
destaque a Emenda de n.º 01.
Como
nós já recebemos o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel para que
todas as Emendas sejam votadas em destaque, não há necessidade de que os
senhores Líderes apresentem qualquer novo Requerimento. Todas as Emendas
apresentadas serão votadas em destaque, uma a uma.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE n.º 023/02. Será a
última inscrição, porque esta Presidência já havia encerrado a discussão. É uma
exceção, Ver. João Antonio Dib, e não haverá novos precedentes.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu
havia pedido inscrição e o Ver. Pedro Américo Leal também chamou o Ver. Paulo
Brum para ele anotar que eu estava pedindo inscrição para discutir.
Eu
tenho longa vida no transporte público desta Cidade. Fui duas vezes Secretário
Municipal dos Transportes e, por meia dúzia de anos, fui Assistente-Técnico da
Secretaria. Vivi intensamente. Não consigo, não tenho a mínima condição de
analisar tudo o que foi proposto em cima de um Projeto de Lei que tinha meia
dúzia de artigos e tem agora uma montanha de emendas.
Não
tem quem possa fazer essa análise, e por isso votei contrariamente à
prorrogação da Sessão. Não é possível votar de forma precipitada, como está
acontecendo, aqui, agora. Tenho toda a tranqüilidade, porque, quando esse
Projeto foi apresentado na Casa, eu me entusiasmei com o mesmo e achei que era
uma solução para o transporte público, mas não bastava eu achar que era uma
solução para o transporte público.
A
minha formação nessa área me levou à Companhia Carris Porto-Alegrense e aí
descobri que o meu entusiasmo não tinha razão de ser. Aí eu descobri que a
Companhia Carris Porto-Alegrense estava fazendo algo sozinha, sem consultar
ninguém.
Então,
não havia projeto e, agora, de repente, nas últimas vinte e quatro horas, nas
últimas doze horas, começa a surgir emenda de toda sorte e não tem computador
para resolver isso aí - computador humano, não tem. Eu não sei se aprovando uma
emenda eu não desmancho a outra, não desmancho o Projeto.
Quando
foi pedido que se adiasse por uma Sessão, era para buscar a solução, porque
parece que aí está a solução. Mas não estou entendendo! Não estou entendendo!
Estão escondendo alguma coisa? Por que não fazer o exame conjunto, as
Lideranças, do que está aí? Todo mundo pretendeu colaborar, eu tenho convicção
disso, mas por que não analisar o Projeto com a calma que deve ser analisado.
Ele foi todo modificado. Não são uma, duas, três ou cinco, não sei quantas são
as emendas agora. Emendas que valem um projeto inteiro. Emendas que estipulam
tamanho de ônibus, emendas que estipulam tarifas, não é possível votar isso.
É
por isso que o Ver. João Carlos Nedel, inteligentemente, pediu destaque para
cada uma das Emendas.
Então,
nós vamos ficar as duas horas para completar hoje, mas vamos ficar e vamos
gastar a quarta-feira também discutindo uma por uma, eu tenho a certeza de que
muitos Vereadores virão à tribuna para discutir cada Emenda, porque não há
parecer. Parece que, quando se pretende acertar, não desejam que se acerte. Há
uma precipitação ou um medo, eu não sei qual, só que a forma de colocar
absolutamente não foi correta. Ninguém gosta mais do transporte público nesta Cidade
do que eu. Comecei a minha vida pública mesmo quando fui Assistente-Técnico da
Secretaria de Transportes, depois fui Secretário; o Ver. Elói Guimarães foi
Secretário de Transportes, o Ver. Pujol foi Secretário de Transportes, mas eu
duvido que, somando os três, em meia hora, nós consigamos ler o que está ali.
Eu duvido! Portanto, não tinha por que não adiar por uma Sessão, agora nós
vamos adiar talvez por muito mais do que uma Sessão, vamos discutir Emenda por
Emenda. Nós não fomos inteligentes, essa é a verdade que precisa ser
registrada. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Elói Guimarães está
com a palavra para encaminhar.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu li
aqui, eu peguei as Emendas e dei uma lida no material que está em meu poder.
Sobre a questão da licitação, não há outra alternativa, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, senão licitar. A questão ligada à experiência, cinco anos, não há
por que não aceitarmos essa disposição de cinco anos. Eu quero ver se
concretizar esse novo sistema. Vou dizer publicamente: usar o sistema seletivo
para a Restinga, nada contra a Restinga, Ver. Reginaldo Pujol, Ver. Sebastião
Melo, nada contra Belém Novo, mas o custo dessa tarifa será muito alto, e tem
que ser alto, porque senão passa a concorrer com o ônibus. Isso não pode
ocorrer em transporte. Então, de concreto, o novo sistema a ser adotado na
Restinga e em Belém Novo, exemplificativamente, serão dois: o correspondente ao
dobro do ônibus, e mais, na licitação, ganhará aquele que favorecer mais, vejam
bem, aquele que der mais vantagens para as isenções. Eu não sei se cria isso,
eu não sei se cria. Por outro lado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aqui o
sistema de lotação, a menos que me prove o contrário, ele está preservado aqui.
O sistema de lotação, Ver. João Antonio Dib, está preservado. Então, não se
pode colocar lotação, nos termos aqui da Emenda, onde existe o atual sistema de
lotação. A questão já colocada desse sistema, para que seja implantado, vai ter
que seguir as normas básicas do estipulado na presente Emenda. Duas vezes, Ver.
João Antônio Dib, o valor da tarifa e dar vantagens, quando da licitação, para
isenção do transporte. Só se estão ganhando muito bem aqui. Só se o transporte
coletivo e os lotações estão ganhando bem, o que eu não acredito, porque a
queda de passageiros nos dois modais é fantástica, é absolutamente fantástica a
queda de passageiros. Quando fui Secretário de Transportes, o IPK andava na
ordem de 3,4, 3,5. Fizemos um senso, chegamos lá a 3,6, rigorosíssimo. Hoje, o
IPK está em 2,5, 3,4, por aí. Então, eu não sei, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, se vai ser possível e viável economicamente uma linha seletiva na
Restinga. Uma linha de Belém Novo, seletiva, nada contra. Lá a população tem
poder aquisitivo? Não quero entrar nessa discussão. Agora, acho muito difícil.
Portanto, fica aqui a minha manifestação. Pode até, não sei... Mas não vejo aí
maiores problemas.
O
que, na realidade, pode estar acontecendo aqui é exatamente uma limitação no
sistema atual de lotação. Pode estar havendo, na medida em que eu coloco que o
novo sistema de lotação tem de ter e tem de ser diferente mesmo. O lotação tem
de ter um preço diferenciado; um real e meio eu acho perfeito. Eu acho que um
real e meio, o lotação está acima do ônibus... Nada se pode opor a isso, não
pode ser igual ao ônibus. Agora, operar-se duas vezes o valor da tarifa e ainda
a empresa, ou pessoas, conforme o entendimento de V. Ex.ª, ganhar e ter de dar
vantagens, a isenção, eu acho muito difícil. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para encaminhar.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando
Secretário e quando Vereador jamais titubeei e continuo não titubeando, pois,
sempre que tiver que decidir entre uma linha de ônibus ou uma linha de
táxi-lotação, em favor da população de Porto Alegre, decido pela linha de
ônibus. Eu não tenho a menor dúvida quanto a isso. Agora, quero contar,
relembrando aos Srs. Vereadores e ao público que nos acompanha, um história. Há
dois ou três anos, a Prefeitura de Porto Alegre vem tentando “pegar no pé” do
sistema de lotação. E, graças a esta Casa, temos conseguido salvar o sistema de
lotação na cidade de Porto Alegre. Por que a Prefeitura não gosta do sistema de
lotação é uma grande indagação. Mas lembrem os Vereadores mais antigos: esta
Casa, por diversas vezes, quer através do ISSQN, quer através de inclusão
nisso, quer através de retirada de linhas, teve de interferir para manter o
sistema basicamente como está. Isso não significa que queremos garantir
monopólio do sistema. Mas não podemos aceitar que, através de um Projeto que,
em primeiro lugar, vem para pensar um problema do Centro da Cidade, se queira
aproveitar para, de contrabando, destruir um sistema de transporte alternativo
que marca a cidade de Porto Alegre. Eu, pelo menos, não vou ser conivente
nisso, de maneira nenhuma. Deixo esta Casa, neste final de ano, mas não vou ser
conivente nisso e nem mesmo omisso. Se a Prefeitura quer melhorar o Centro,
faça o que lhe compete: retire os terminais da Salgado Filho; realoque,
respeitando os passageiros que vêm de longe, inclusive da Restinga e de outros
bairros distantes; reorganize o sistema de táxi-lotação, por exemplo, fazendo
uma correção que há mais de duas décadas deveria ter feito, que é retirar o
sistema de táxi de sobre o sistema de ônibus, porque os dois não deveriam
circular no mesmo leito, na mesma avenida, um deveria andar por um lado e outro
por outra via e aí não haveria competição. Mas respeite os dois sistemas. Não
aproveite um Projeto para fazer contrabando com outro, envolvendo a Casa.
Em
segundo lugar, vejo com tristeza que, exatamente, para alcançar esse
determinado objetivo, nós acabamos, efetivamente, por apresentar mais de dez
Emendas; nestas alturas, se formos detalhar todos aqueles conjuntos de Emendas
que entraram sob um único número... E eu realmente duvido que qualquer Vereador,
até o autor que assinou as Emendas, consiga vir aqui – aliás, ninguém veio – e
explicar uma por uma as Emendas assinadas, deixando absolutamente claro o que
quer dizer e qual a conseqüência. Nem os autores são capazes de fazer isso!
Portanto, o que nós estaremos votando, se votarmos além do Projeto o conjunto
de Emendas que temos aqui, é exatamente, eu diria, não só um desrespeito à
população, como aos permissionários de ônibus, aos permissionários de
táxis-lotação, mas sobretudo ao cidadão de Porto Alegre. Acho que a Cidade não
merece este comportamento desta Casa no apagar de mais um ano legislativo. Nós
não sabemos, pois, como compatibilizar essas Emendas aqui. Há Emenda que fala
em vinte e cinco passageiros, outra em vinte e outra em trinta; há Emendas que
falam em determinada quilometragem, menos de 28km, outras em mais de 15km; há
Emendas que falam num modo de financiamento e outras em outro completamente
diferente, em tipos de ônibus absolutamente contraditórios.
Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, diante do que eu vejo, simplesmente fica o
meu registro e o meu protesto. Se quiser “tratorar” aqueles Vereadores que têm
discordância nisso, vai se votar o Projeto, aprovar e liquidar o assunto. Se
quiser votar com objetividade e responsabilidade, vai-se realmente votar o
Projeto, neste momento, e se deixar essas Emendas, quer para amanhã numa Sessão
Extraordinária, quer para quarta-feira. Agora, votar isso tudo neste momento,
realmente, é de uma - perdoem-me, e respeitosamente - irresponsabilidade
absoluta. E vou repetir: no final do meu quinto mandato, eu não vou ser nem
conivente, nem omisso, e se alguém quiser me vaiar que, por favor, o faça bem
forte, porque gosto de ouvir. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para encaminhar.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes
de mais nada, a observação de que a nossa Bancada tem posição aberta sobre esta
questão, até porque o assunto surgiu repentinamente, e cada Vereador vota de
acordo com as suas convicções, a sua visão sobre o Projeto e suas Emendas.
Mas
recordo-me de que há doze anos - e aqui há muitas testemunhas e pessoas que
conviveram com isso - ocorreu aquela violência perpetrada contra o transporte
coletivo desta Cidade, quando o Governo do Sr. Olívio Dutra interveio nas
empresas de ônibus na cidade de Porto Alegre, começando com uma punição forte e
dura na empresa do Presidente da ATP, Sr. José Guerreiro, punição essa dura,
fascista, e, hoje, acho que o Ver. Antonio Hohlfeldt revisa a sua posição sobre
aquele ato praticado sobre as empresas de transporte, e não sei se ele a
subscreveria hoje.
Não
posso dar apartes, mas quero fazer uma comparação - o Ver. Pestana nunca fala,
ele só ri bastante no Plenário - e dizer, mais uma vez, que quem não gosta de
intervenção, de atos discricionários, de coisas que vêm de cima para baixo, e
esta Casa tem uma história de democracia, de respeito ao debate, à discussão,
não pode concordar que nós, neste momento, votemos toda uma Emenda que nós não
conhecíamos há uma hora sobre o sistema de transporte de táxi-lotação na cidade
de Porto Alegre, e, volto a reiterar, sem que sequer qualquer um dos
permissionários de táxi-lotação de Porto Alegre tenha conhecimento das
propostas aqui apresentadas através das emendas.
Como
dizem o Ver. João Dib e o Ver. Antonio Hohlfeldt, ambos ex-Secretários de
Transportes, são matérias extremamente complexas e que exigiriam um exame e uma
avaliação de cada item, de cada texto dessa complexa matéria; é tão complexa
como são as matérias de natureza tributária que aqui nós denunciamos,
permanentemente, quando são votadas de afogadilho e sem o necessário tempo.
Será que neste momento os permissionários de táxi-lotação não se sentem com
aquele mesmo sentimento como quando os permissionários do sistema convencional
tiveram as suas empresas invadidas manu
militari na madrugada? Só que diferente; tudo que está sendo feito aqui é
legal, é regimental, cada Líder tem a faculdade de apresentar emendas dentro do
processo de discussão, é legítimo, é plenamente válido do ponto de vista legal.
Não está-se fazendo nenhum arranhão regimental e formal, mas no mérito uma
maioria de Vereadores que existe e que pode vencer impõe um posicionamento a
todo um tema que exigiria uma discussão e um debate maior e mais aprofundado
sobre o tema ora em exame, a ponto de os Vereadores terem dificuldade e de
terem solicitado o destaque para possibilitar a discussão, Emenda a Emenda, eis
que se algum erro tiver numa Emenda dessas, num aspecto, num detalhe dessas
Emendas, sequer a possibilidade de subemenda para qualificar e aperfeiçoar o
texto nós temos mais. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Apregoamos as Emendas n.º 18, 19 e 20 ao
PLCE n.º 004/02.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, para um
esclarecimento. Considerando que em várias intervenções estão colocando que as
Emendas não poderão ser discutidas, consulto o Sr. Presidente, tendo em vista
os destaques de todas as Emendas, se será possível também o encaminhamento e a
discussão das Emendas.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): De acordo com o Regimento e de acordo já
com o Requerimento apresentado pelo Ver. João Carlos Nedel, cada uma das Emendas
destacadas poderá ser encaminhada.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar o PLE n.º 023/02.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, estamos votando um Projeto muito importante para
a Cidade: este Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo a contrair um
empréstimo que será pago por toda a população, que será pago com o dinheiro dos
impostos de toda a comunidade, para quê? Para que a Carris implante o Projeto
Centro. Este Projeto aqui que veio para a Câmara Municipal, após um pedido de
diligência do Ver. Sebastião Melo, acompanhado de outros anexos que aqui estão,
um calhamaço, para que esses 13 milhões sejam aplicados neste Projeto. Está
aqui o Projeto que raros Vereadores estudaram.
A
primeira indagação: por que a Carris tem que fazer o Projeto Centro? Por que
estatizar mais o transporte no Centro? Se há sistema de transporte privado que
pode fazer isso e o faz muito bem. Por que a Carris? Por que estatizar ainda
mais o transporte em Porto Alegre? É a primeira indagação. Muito bem,
ultrapassada essa indagação, vieram as démarches
com as comunidades, principalmente os moradores da Av. Sen. Salgado Filho, que
vieram aqui, uma luta antiga para tentar diminuir os terminais de ônibus na Av.
Sen. Salgado Filho.
A
segunda indagação que os moradores nos fizeram: por que não fazer o transporte
circular com os lotações, que já estão aí? É uma indagação que não se responde
neste Projeto.
E
agora vieram as Emendas: oito Emendas e uma Subemenda. São Emendas longas, de
uma, duas, três páginas, para votarmos imediatamente. Pedi solicitação de
adiamento por uma Sessão, para que pudéssemos sentar com os moradores da Av.
Sen. Salgado Filho, com os moradores da Restinga, com a APT, com a ATL, para
ver se chegávamos a um consenso para o bem dos munícipes, para o bem de Porto
Alegre. Não. Fui derrotado; querem votar hoje. A minha Bancada ainda está
estudando, tem uma posição aberta sobre esse assunto. Nós não somos contra o
Projeto de 13 milhões para fazer isso, mas ficam as indagações: por que tamanha
urgência? Por que essa tentativa de colocar goela abaixo dos Srs. Vereadores?
Eu sugeri que colocassem outro Projeto para que possamos avançar e não
colocassem este, para que os Vereadores pudessem estudar um assunto extremamente
importante.
Não
somos contra ninguém, absolutamente, somos a favor do consenso, da sintonia e,
principalmente, a favor do contribuinte, do munícipe que paga isso tudo.
Eu,
se for votado hoje, goela abaixo, voto contra; estudando, posso rever a minha
posição, porque, sob pressão e goela abaixo, não aceito. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar o PLE n.º 023/02.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, ouvi atentamente a última fala do meu colega, Ver. João Carlos
Nedel. Eu vou tentar sintetizar. Mais uma vez, o que está ocorrendo aqui na
Casa é o que sempre acontece com projetos polêmicos, onde são incluídas emendas
de última hora.
Eu
pergunto para os trinta e dois Vereadores: este Projeto aqui apresentado foi
colocado para ser votado até o dia 15? Desafio alguém a dizer que não. Todos
sabiam que este Projeto estava para ser votado. Outra coisa: faltou uma
discussão quanto à questão do Centro. Lembro-me que a Presidenta da Carris,
Cristina Piovesan, veio aqui, em comparecimento - e o Ver. João Carlos Nedel
pode me ajudar com isso – e expôs a proposta do Projeto, inclusive, com alguns
detalhes importantes, trouxe subsídios de uma pesquisa dizendo que, nesse
primeiro momento, retiraria 30% dos veículos do Centro, porque a maioria dos
segmentos, as pessoas pegam os seus ônibus de diversos lugares, mas não vêm até
o Centro. Além disso, é uma reivindicação histórica dos moradores do Centro.
Então,
eu quero, primeiramente, dizer, para os senhores e as senhoras, Vereadores e
Vereadoras, que este Projeto nós já sabíamos que ia ser votado, e pelas falas
dos diversos oradores até então, que me antecederam, quanto ao Projeto, não tem
dúvida. Então, vamos votar o Projeto, porque alguns que disseram que são
contra, não são contra o Projeto, são contra as Emendas que apresentaram.
Então, mediante isso, acredito que o Projeto vai passar plenamente e, aqueles
que votarem “não” será mais em função das próprias Emendas. Então, esse é o
primeiro ponto.
O
segundo, é o das Emendas. É uma prerrogativa de todo e qualquer Vereador
solicitar destaque e, no destaque, se faz o confronto! E o confronto é
dialético, porque se pode vir aqui e discutir Emenda por Emenda!
Então,
senhoras e senhores, na realidade, o que se está tentando fazer é não votar
agora e tentar votar o Projeto no próximo ano. Mas eu volto a dizer e desafio
os trinta e dois Vereadores: todos nós sabíamos que este Projeto ia ser votado
agora, até o dia 15 de dezembro. Mediante isso, não tenho dúvidas, vamos votar
o Projeto e vamos discutir aquelas Emendas que, na percepção dos Srs.
Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, podem causar algum conflito, ou seja,
um ponto polêmico. Mas eu volto a dizer: a todo e qualquer projeto polêmico
aqui nesta Casa, sempre foram apresentadas emendas de última hora, a não ser
que no próximo ano, por um acordo de Lideranças, possamos alterar o Regimento.
Mas a todo e qualquer projeto podem ser ingressadas emendas, até durante a
discussão; no processo de encaminhamento, não. Então, se agora tivesse alguma
emenda, poderia, porque nós não entramos ainda no processo de votação.
Portanto, eu não tenho dúvida quanto à clareza do Projeto, quanto àquilo que foi
explicitado pela Sr.ª Presidenta da Carris.
Então,
Srs. Vereadores, vamos à votação do Projeto e vamos discutir Emenda por Emenda,
aquelas que poderiam ser polêmicas, das quais os Srs. Vereadores pediram
destaque. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE(José Fortunati):
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar o PLE n.º 023/02.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, eu quero, antes de entrar
no mérito desta matéria colocar algumas preliminares para reflexão. Eu sou
oposição por inteiro, nesta Casa, e todos sabem das minhas posições, com muita
clareza. E, portanto, sempre diferenciei oposição e aquilo que é a favor da
Cidade. Porque ser oposição é fiscalizar bem e aprovar aquilo que é bom para o
País, que é bom para a Cidade e o que é bom para o Estado. Eu pedi diligência
desta matéria, e a Presidenta da Carris não só esteve em comparecimento, Líder
do Governo Marcelo Danéris, como ela esteve na Comissão de Finanças, Orçamento
e do MERCOSUL, debatendo essa matéria.
E
aí, Ver. Carlos Alberto Garcia, eu quero concordar com V. Ex.ª, foi feito um
acordo, cada Vereador colocou um projeto e o Governo colocou cinco projetos. Eu
escolhi o meu Projeto, o Ver. João Antonio Dib escolheu o dele, o Ver. Carlos
Alberto Garcia escolheu o dele, e o Governo escolheu os seus cinco projetos.
Quanto a isso está legal e regimental. Ora, essa matéria, Ver. João Antonio
Dib, tem de ser analisada sob dois eixos. A questão do Centro da Cidade é um desafio,
Ver. Reginaldo Pujol, enorme, de toda população, Vereadores, Prefeitos,
entidades, e nós queremos encontrar solução que passa pelo comércio ambulante,
que passa pela segurança pública, que passa pelo sistema circular, é um
conjunto de medidas que precisam ser adotadas e que ao longo desses quatorze
anos vêm sendo retardadas pelo Poder Público Municipal, que tem essa
responsabilidade.
Então,
qual era a nossa dúvida? Eu estou vendo aqui o Presidente da ATP, junto com a
sua direção que, num determinado momento, era contrário a esta matéria; hoje,
pelo que vejo, conversou sobre a matéria.
Eu
estou vendo aqui o Presidente da ATL e, confesso, conversamos hoje aqui em
Plenário; falei com a FRACAB hoje, pela manhã; falei com a UAMPA hoje, pela
manhã. Todas essas entidades que estiveram lá, naquele debate, pelo menos
silenciaram sobre esta matéria.
Então,
quero dizer que, em nome da Bancada do PMDB, em meu nome e em nome do Ver.
Fernando Záchia, nós vamos encaminhar favoravelmente à matéria. E vamos
discutir uma por uma das Emendas que forem necessárias, inclusive aquela aqui
suscitada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, que é a questão da Emenda do Ver.
Marcelo Danéris. Nós queremos discutir com mais profundidade.
Agora,
eu também, Ver. Dr. Goulart - porque quem milita aqui não pode ter memória
curta -, eu quero dizer que o processo que está acontecendo aqui, Ver. Haroldo
de Souza, é um processo que acontece diariamente nesta Casa. Eu já vi aqui o
atropelo do Parque Germânia, em quarenta e cinco dias votar o Projeto, e hoje
tem Vereadores que estão vindo a esta tribuna, ao contrário, defender esses
quarenta e cinco dias.
Então,
vamos ter coerência nas questões. Vamos ter coerência!
Eu
quero dizer que eu vou votar favorável - olha que eu sou opositor ferrenho
nesta Casa – porque acho que este Projeto, se é que ele não resgata por
inteiro, ele tenta buscar uma coisa que é a reconstrução daquilo que é de mais
extraordinário de uma Cidade, que é recuperar o Centro da Cidade.
E
digo mais: o Governo não pode querer investir só na questão circular, eu sou
defensor inarredável de que o Governo tenha um pouquinho de sensibilidade para
buscar empréstimo, para fazer com que os camelôs, que hoje são tratados a
cacetadas, possam ter um “camelódromo”, possam ter um mercado popular, pois
essa é uma gente trabalhadora que, na sua esmagadora maioria, é gente séria.
Mais do que isso, Ver. João Bosco Vaz, é preciso rediscutir por que o Governo
não coloca as câmeras de segurança pública no Centro da Cidade, pois se elas,
por um lado, podem ferir a individualidade, a vida humana é o bem maior, e ele
precisa ser preservado.
Queremos
dizer, mais uma vez, que as Emendas estão entrando aqui agora, é verdade, mas
não venham dizer que é só neste Projeto, em outros projetos tem acontecido. E
sou obrigado a dizer o seguinte: este Projeto, parece-me que não é mais só do
Governo, porque vejo aqui que a maioria das Emendas é da oposição. Eu li
atentamente cada uma, e há uma série de dúvidas e uma série de esclarecimentos.
Mas espero que cada um dos autores das Emendas que, com certeza, com
profundidade, refletiram sobre elas, venha tentar convencer-nos ou não,
dependendo das argumentações aqui colocadas. Portanto, Sr. Presidente, vamos à
votação, sim, porque foi um acordo estabelecido, e acordo estabelecido se
cumpre, porque, se não cumprirmos o acordo de hoje, não se poderá fazer o
acordo de amanhã. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Mesa apregoa Requerimento de autoria
do Ver. Antonio Hohlfeldt, que requer sejam votados em destaque artigos da
Emenda n.º 03 ao PLE n.º 023/02; e o Requerimento de autoria do Ver. Antonio
Hohlfeldt, que requer seja votado em destaque cada artigo constituinte da
Emenda n.º 02 ao PLE n.º 023/02.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, já estamos encaminhando
a matéria. Consulto V. Ex.ª sobre se, no período de encaminhamento, é possível
fazer destaques? Peço perdão se o Projeto não é o que estamos apreciando.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): É sim, é o Projeto que estamos
encaminhando.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Então, consulto V. Ex.ª: já estando em
período de encaminhamento, ainda é possível apresentar destaque?
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Consultarei a Diretoria Legislativa e a
Procuradoria, Vereador.
O
Ver. Raul Carrion solicita Licença para tratar de Interesses Particulares no
dia de hoje, 09 de dezembro de 2002
(Obs.:
Foi aprovado o Requerimento de Licença do Ver. Raul Carrion e dada posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
A
Ver.ª Maristela Maffei solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de
hoje, a partir das 19h.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Houve um pequeno equívoco, porque a
Ver.ª Maristela Maffei está presente na Sessão. Não sei quem se responsabilizou
por entregar isso.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Neste caso, “desapregoamos” a Licença.
Respondendo
à Questão de Ordem do Ver. Juarez Pinheiro, diz o parágrafo 5.º do art. 173
(Lê.) “Iniciado o encaminhamento, não caberá apresentação de requerimentos de
destaque, adiamento e retirada de urgência.” Tem razão V. Ex.ª: os
Requerimentos apresentados pelo Ver. Antonio Hohlfeldt não têm validade.
Em
votação nominal o PLE n.º 023/02, solicitada pelo Ver. João Carlos Nedel, com ressalva das Emendas. (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 25
votos SIM, 03 votos NÃO.
Em
votação a Emenda n.º 01, de autoria do Ver. Luiz Braz, ao PLE n.º 023/02, com
ressalva da expressão destacada. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, até por estar independente nesta última semana,
não pude fazer nenhum tipo de encaminhamento desta tribuna, mas resolvi, como
autor desta Emenda, vir aqui para fazer este encaminhamento. O que nós queremos
aqui é não permitir, de forma nenhuma, que o sistema de lotação sofra
prejuízos. O que nós queremos, com esta Emenda, é uma garantia de que os
passageiros que vão usufruir dessas linhas circulares sejam os mesmos
passageiros que hoje estão usufruindo as linhas circulares que existem já no
Centro da Cidade. Se não colocássemos esta Emenda, poderia haver uma
interpretação de que essas linhas circulares poderiam, de alguma forma, entrar
na fatia hoje trabalhada pelos permissionários do sistema de lotação. Nós
queremos, com esta Emenda, ter uma garantia.
O
Ver. Carrion quer fazer com que a parte final do texto seja retirada, só que eu
acredito que esta parte final do texto pode completar a garantia que nós
queremos dar ao sistema de lotações. Não queremos, por exemplo, que os
itinerários operacionalizados sejam mexidos de tal forma que venham a ferir os
interesses atualmente defendidos pelos taxis-lotação. Não quisemos colocar o
interesse nem dos lotações nem dos transportadores coletivos acima dos
interesses da coletividade, mas também não podemos deixar que os interesses de
uma categoria que há tanto tempo colabora para que Porto Alegre possa ter um
melhor sistema de transporte na Cidade, que essa categoria seja de alguma forma
prejudicada. Por isso colocamos esta Emenda e pedimos aos Srs. Vereadores a
aprovação da Emenda e a reprovação, mais tarde, do destaque que foi colocado na
parte final do texto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal, por solicitação do
Ver. Antonio Hohlfeldt, a Emenda n.º 01 ao PLE n.º 023/02, com ressalva do
destaque. (Pausa.) APROVADA por 27
votos SIM.
Em
votação a expressão destacada: “Não sendo aceito nenhuma alteração nos trajetos
já operacionalizados no Município” da Emenda n.º 01 ao PLE n.º 023/02. (Pausa.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Quem vota pela
manutenção do texto originário vota “sim” ou vota “não”? Quem quer acolher o
destaque. O destaque quer retirar, não é Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Vota “sim”.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Vota “sim” quem quer
acolher o destaque?
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Manter o texto vota “não”.
Quem
vota “sim”, vota a favor do destaque; quem vota “não”, vota contra o destaque
pela manutenção do texto.
Sr.ªs
e Srs. Vereadores, na verdade, aqui cabe uma retificação. Como estamos votando
a expressão, quem vota “sim”, aprova a expressão e mantém o texto, quem vota
“não”, rejeita a expressão e retira a expressão do texto.
Em
votação nominal, por solicitação do Ver. Fernando Záchia, a expressão destacada
da Emenda n.º 01 ao PLE n.º 023/02. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA a expressão (Retira-se a expressão do texto.) por
10 votos SIM, 19 votos NÃO.
Em
votação a Emenda n.º 02, com ressalva da Subemenda n.º 01, aposta ao PLE n.º
023/02. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar, como autor.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu
venho à tribuna, até algumas vozes experientes me alertam que eu posso perder
voto por estar encaminhando esta matéria no momento. Mas eu quero deixar muito
claro que nós temos a absoluta certeza e convicção daquilo que estamos
apresentando. Este Projeto foi amplamente discutido na Cidade de Porto Alegre e
o Ver. Sebastião Melo tem plena convicção desse fato. Nós mesmos na Comissão de
Constituição e Justiça e o Ver. Juarez Pinheiro, Ver. Estilac
Xavier, Ver. Isaac Ainhorn,
Ver. Nereu D 'Ávila, Ver. Luiz Braz, enfim todos os integrantes da Comissão se
debruçaram sobre a matéria intensamente.
Eu
declarei há mais tempo que eu via neste processo um erro. Eu via nesse processo
uma forma que nós estávamos estudando para a solução de um problema que é real
na Cidade de Porto Alegre, que é o trânsito conflitado dessa verdadeira
rodoviária a céu aberto que é a Av. Salgado Filho. E estávamos descurando da
possibilidade de também atingirmos o início do processo, porque essa Av.
Salgado Filho, como a Av. Borges de Medeiros só é movimentada por esta
quantidade de veículos que por ali passam em função de que se deslocam da
periferia de Porto Alegre inúmeros veículos trazendo aquelas pessoas que tem
que acessar o Centro da Cidade. Foi exatamente nesta linha, Ver. Moesch, que
nós entendemos o seguinte: é oportuno que nós coloquemos nesta lei uma
aspiração antiga do Bairro Restinga que nós já procuramos atingir com uma lei
aprovada nesta Casa, vetada pelo Sr. Prefeito. Derrubado o veto nesta Casa, mas
não implementaram por razões técnicas e porque existia um fato superior: que
não pode-se abrir linhas novas de transporte coletivo sem se proceder a uma
licitação, porque assim determina a lei maior. Então essa Emenda, muito ampla,
porque é detalhada em vários aspectos, tem o condão principal de levar um
serviço seletivo para o Bairro Restinga, tem sim Senhor! É uma posição declarada
minha, porque o Bairro Restinga – em última instância – é o grande abastecedor
de pessoas, de veículos que se deslocam para o Centro da Cidade.
De
resto, não há nessa Emenda nada de longicidade e o Ver. Luiz Braz, inclusive,
me pedia que falasse sobre a Câmara de Compensação Tarifária e que explicasse
que isso não é nenhuma novidade. Essa Câmara de Compensação Tarifária está
prevista no artigo 31 da Lei 8.133, de 12 de janeiro de 1998. Não somos nós que
estamos inventando, isso já existe.
O
resto, eventualmente, pode ser que algum interesse se julgue prejudicado, no
momento, por não ter entendido bem o sentido da nossa Emenda. Nós temos
tranqüilidade neste particular. E não buscamos atender, basicamente, o
interesse desse segmento econômico, ou daquele segmento econômico, pelo
contrário, o nosso interesse básico, a razão, o fundamento é que estamos
devedores, nós, Pujol e Câmara de Vereadores, de uma solução ao transporte
seletivo da Restinga. É uma oportunidade de nós resolvermos a situação.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Maristela Maffei solicita
Licença para Tratamento de Saúde a partir das 19 horas de hoje.
(Obs.:
Foi apregoado o Requerimento de Licença da Ver.ª Maristela Maffei e dada posse
ao Suplente, conforme consta na Ata.)
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda n.º
02 ao PLE n.º 023/02.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. José Fortunati,
colegas Vereadores e colegas Vereadoras, das emendas apresentadas, talvez essa
Emenda seja a de maior profundidade e, portanto, merece alguns comentários.
Eu
gostaria de começar, Ver. Elói Guimarães, com a seguinte discussão: nós, ao
longo de uma caminhada, depreendemos que há uma demanda reprimida na Cidade do
transporte seletivo. Sobre isso todos nós aqui não temos discordância. Não é só
a questão do Belém Novo, onde apresentei uma Subemenda à Emenda n.º 2, é a da
Restinga, Ver. Ervino Besson, e outros bairros. Agora, o que essa Emenda
propõe? Esta Emenda, para mim, tem um fulcro muito especial: que a partir de
agora qualquer lotação ou serviço seletivo desta Cidade tem que ser por
licitação. (Palmas.) Licitação! Se erramos até agora, por mais de duas décadas,
com essas concessões precárias, se essa Lei não vai resolver tudo, pelo menos
ela vai dizer: a partir de agora, quem quer participar que venha disputar a
licitação, e aí se estabelecem as regras. Tem que ter experiência mínima
comprovada de cinco anos para operação de transporte público de passageiros em
cidades de tamanho igual ou maior a Porto Alegre. É bom isso. Segundo, a tarifa
tem que ser o dobro, cobrada pelo sistema de transportes coletivo. Com isso eu
estou preservando o sistema do transporte coletivo.
Terceiro,
diz o seguinte: Estabelece um critério que é definitivo: “O critério de
julgamento das licitações dos serviços de transporte seletivo direto será pela
maior oferta de transferência da parcela da tarifa para financiar as isenções
tarifárias.”
Ver.
Elói Guimarães, que foi Secretário de Transporte, hoje, 21% de quem anda no
transporte coletivo de Porto Alegre não paga passagem. Significa que, se nós
tirássemos os 20%, essa passagem tinha obrigação de ser reduzida em 20%. Então,
quando eu jogo numa câmara compensatória dizendo que quem vai operar vai
contribuir para diminuir, eu, com certeza, estou vendo os interesses da
população, Ver. Reginaldo Pujol. Então, V. Ex.ª foi brilhante nessa Emenda. Foi
de um brilhantismo extraordinário, porque não pensou só na Restinga não, V.
Ex.ª pensou no conjunto da Cidade. E aí ela estabelece que não se pode colocar
até que sejam feitas as licitações; esse sistema só pode ser colocado em locais
onde não há lotação, o que está absolutamente correto. Falo especialmente aos
amigos da ATL. Eu sou daqueles que tem uma relação franca com os senhores, é
verdade que bem incipiente, mas jamais votaria uma lei que fosse para destruir
essa instituição. Eu estou convencido de que esta legislação não vai; pelo
contrário, ela vai fazer com que essa entidade possa até reavaliar as suas
tratativas, dinamizar. Agora, estou convencido. Aí é uma questão de
convencimento. Respeito posições contrárias. A democracia é isso mesmo, é o
contraditório, e assim ganha a cidadania.
Portanto,
queria dizer o seguinte, de tudo isso que eu disse aqui vou resumir numa coisa
só: eu não poderia fazer duzentos discursos que fiz nesta Câmara para colocar
lotação em vários lugares e agora vir uma lei dizer que vai botar e eu votar
contra, eu não posso fazer isso! Portanto, há um equilíbrio que deve ser resolvido
entre essas duas entidades, mas há um interesse maior que tem de nortear os
projetos nesta Casa, que é o interesse do povo. O povo está pedindo um
transporte seletivo, eu quero que concorra de forma transparente e tranqüila e
que ganhe aquele que tiver mais bem estabelecido, que botar o melhor preço e
que a população possa ganhar com isso! Porque, caso contrário, eu estaria
defendendo o quê? Que não vai ter licitação? Não, eu não posso defender isso,
se está errado até agora, Ver. Elói. Temos a oportunidade de corrigir, pois
vamos corrigir, vamos abrir licitação e quem vai ganhar com isso, com toda a
certeza, é a população de Porto Alegre, que vai poder ter, em várias
localidades, um transporte seletivo que hoje não tem. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos a retirada de tramitação da
Emenda n.º 08 ao PLCE n.º 004/02, do Ver. Fernando Záchia, e da Emenda n.º 09
ao PLCE n.º 004/02, do Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda
n.º 02 ao PLE n.º 023/02.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu vou
reiterar: quem quiser me vaiar, vaie alto e com coragem, bem alto, para a gente
identificar bem quem são as pessoas. A mim não me mete medo nenhuma vaia.
(Vaias.)
Agora
está bem identificado, é parte interessada no processo. Sem problema algum,
isso é legítimo. Mas que fique bem claro quem são, para a gente saber no futuro
quem são, fique bem claro.
Eu
peço, Sr. Presidente, que me seja garantido o meu tempo, como V. Ex.ª já o
garantiu. Agradeço.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Peço aos senhores visitantes que
silenciem, e, logo após a manifestação do Vereador que está na tribuna, V. S.ªs
poder-se-ão manifestar. Enquanto ele estiver com a palavra, vamos garantir a
livre manifestação do Sr. Vereador. Devolvo a palavra ao orador.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu ouço pasmo, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, algumas colocações desta tribuna. Parece que alguém pode ser
contrário à implantação de um sistema seletivo na Restinga ou no Belém Novo.
Quero sugerir que se reveja o meu voto, pelo menos, para ficar bem claro que,
nas duas ocasiões, votei tanto a favor do Projeto do Ver. Pujol, no caso da
Restinga, como votei favorável ao Projeto, não me lembro do autor, do Bairro
Belém Novo. Votei favoravelmente por uma questão muito simples: se há público,
se há usuário, evidentemente, deve ser implantado o serviço. E a Prefeitura só
não fez até hoje, porque não quis. Agora interessa, por outros motivos, então
finge que adere ao Projeto.
Segundo
lugar, tema da licitação. Talvez o Ver. Sebastião Melo, por estar no primeiro
mandato, esqueça-se ou não conheça toda a história do sistema seletivo e toda a
história do sistema coletivo. No sistema coletivo, quem dispensou a licitação
foi a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Foi uma proposta da Prefeitura,
aprovada por esta Casa, aliás, através de um Projeto semelhante a este, Ver.
Sebastião Melo, através do qual a Prefeitura pediu um financiamento do BNDES para
comprar dezenas de ônibus, assim, embutia junto, por conseqüência da
necessidade de garantia dos ônibus para pagar a dívida, a dispensa da
licitação.
Quanto
ao sistema seletivo, há uma história que nós temos que conhecer. A idéia
original foi do Ver. Sadi Schwerdt, a concessão de licenças e transformação de
licenças de táxis para o táxi-lotação, depois o crescimento do veículo até o
sistema atual. Então, não houve nenhuma doação, dação, nada disso. Cumpriu-se,
rigidamente, a legislação atual. Então não é a primeira vez que se vai fazer
licitação no sistema coletivo, seletivo ou coisa desse tipo. É bom ter isso bem
claro. Parece que essa é a inovação do Projeto. Não, não é. Não tem nenhuma
novidade, até porque, qualquer outra coisa em contrário, ela seria ilegal. Nós
só podemos conceder coisa pública por licitação. Agora, eu gostaria de saber
por que é que a Prefeitura, Ver. Sebastião Melo, não cumpre a lei sobre o
serviço de táxi? Não sei se V. Ex.ª sabe que o serviço de táxi igualmente
precisa de licitação. Até hoje a Prefeitura não teve coragem de fazer uma única
licitação de placa de táxi. E se vende licença de táxi a varrer. Eu, quando
Secretário, tentei coibir isso, depois saí da Secretaria e a coisa voltou a ser
como era desde sempre: a gente vende o veículo e vende a placa junto, numa
absoluta aberração e ilegalidade, sem que o Poder Público faça absolutamente
nada!
A
minha pergunta, no entanto, é: se quiserem colocar o serviço seletivo dentro da
câmara de compensação, junto com o serviço coletivo – e eu não tenho nada
contra -, por que a Prefeitura não coloca a Carris dentro da câmara de
compensação? Por que é que a Carris tem tratamento diferenciado na câmara de
compensação? Os que me vaiaram podem responder ou nem sabem disso?
(Manifestações
nas galerias.)
Então,
não o faça. Então não o faça! O problema é que a Carris tem tratamento
discriminatório, a Carris não entra na câmara de compensação. Agora querem
colocar o seletivo. É gozado esse critério. Bota um e ferra, e bota outro e
salva. Eu não estou entendendo exatamente quais são todos os interesses que
estão em jogo dentro deste Projeto.
Por
fim, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero fazer uma Questão de Ordem
fundamental. Eu disse que nós íamos votar um mostrengo. Eu peço que a Mesa
verifique se há ou não compatibilidade entre o inciso III do 1.º artigo da
Emenda 02 e o parágrafo 3.º do 2.º artigo da mesma Emenda 02. Em um se fala que
a tarifa dos serviços será equivalente ao dobro da tarifa cobrada pelo sistema
de transporte coletivo e no parágrafo 3.º diz que a relação da tarifa do
serviço seletivo, lotação, será uma vez e meia o valor do serviço do transporte
coletivo. Ou eu não estou mais conseguindo raciocinar, pelo cansaço ou pela
confusão deste texto, ou a mesma lei está dando dois comandos absolutamente
contraditórios. Eu acho que era bom a Mesa verificar isso antes que votássemos
o texto desta Emenda. Muito obrigado.
(Manifestações
nas galerias.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Como autor, quero contribuir com a Mesa:
não há incongruência. Uma trata do sistema de lotação; outra, do transporte
seletivo.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Esta Presidência já havia chegado a esta
conclusão também. Informamos ao Ver. Antonio Hohlfeldt que não existe
incompatibilidade. De qualquer forma, esta observação ficará para que a
Comissão de Justiça, na elaboração da Redação Final, possa fazer uma
verificação total.
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): V. Ex.ª fixa exatamente esta questão,
para que, em uma possível interpretação, em uma dúbia interpretação, se fixe,
desde agora, para o conhecimento da Casa, a decisão de que se tratam de dois
sistemas: um sistema novo, com duas vezes o valor da tarifa do ônibus, e o
sistema tradicional, que é uma vez e meia.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal a Emenda n.º 02 aposta
ao PLE n.º 023/02, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, com ressalva da
Subemenda n.º 01. (Após a apuração nominal.) APROVADA por 25 votos SIM, 03
NÃO.
Em
votação nominal a Subemenda n.º 01 aposta à Emenda n.º 02 ao PLE n.º 023/02,
solicitada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt.. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 24 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.
Em
votação a Emenda n.º 03 ao PLE n.º 023/02, de autoria do Ver. Marcelo Danéris.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com os votos contrários dos
Vereadores Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Antonio Hohlfeldt, Sebastião Melo e João
Carlos Nedel.
Em
votação a Emenda n.º 04 aposta ao PLE n.º 023/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, contra os votos dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Luiz
Braz, Isaac Ainhorn e João Carlos Nedel.
Em
votação a Emenda n.º 05 aposta ao PLE n.º 023/02, de autoria do Ver. João
Antonio Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA por unanimidade.
Em
votação nominal a Emenda n.º 06 aposta ao PLE n.º 023/02, por solicitação do
Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 11 votos SIM, 15 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em
votação a Emenda n.º 07 aposta ao PLE n.º 023/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em
votação nominal a Emenda n.º 08 aposta ao PLE n.º 023/02, por solicitação do
Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA, por 07 votos SIM, 17 votos NÃO.
Apregoamos
a Emenda n.º 21 ao PLCE n.º 004/02, do IPTU, Emenda que será distribuída aos
Srs. Vereadores e às Sr.ªs Vereadoras.
Encerramos
o processo de votação do PLE n.º 023/02.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0684/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 022/02, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que dispensa
a exigência de Alvará de Funcionamento para Templos Religiosos.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela rejeição do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Cássia Carpes: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 19-08-02.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLL n.º 022/02. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1620/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 093/02, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que assegura o direito de privacidade
aos usuários do serviço de telefonia no âmbito do Município, no que tange ao
recebimento de ofertas de comercialização de produtos ou serviços por via
telefônica e dá outras providências.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM, em 02-12-02.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLL n.º 093/02. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Carlos
Nedel. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 22 votos SIM.
Apregoamos
Emenda n.º 03 ao PLCL n.º 010/00, de autoria do Ver. Marcelo Danéris.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1985/00 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 010/00, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
modifica o art. 213 da Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992
(Código de Edificações de Porto Alegre). Com
Emendas n.os 01 e 02.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto e das
Emendas n.os 01 e 02;
- da CUTHAB. Relator Ver. José Fortunati: pela aprovação do Projeto e
das Emendas n.os 01 e 02.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM, em 13-11-02;
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,
§ 1º, I, da LOM.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLCL n.º 010/00. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação nominal. (Após apuração nominal.) APROVADO por 23 votos SIM.
Em
votação a Ementa n.º 01 aposta ao PLCL n.º 010/00. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em
votação a Emenda n.º 02 aposta ao PLCL n.º 010/00. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em
votação a Emenda n.º 03 aposta ao PLCL n.º 010/00. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Nada
mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 20h16min.)
* * * * *